Caminhando mais longe
A passos pequenos, caminhamos mais longe.
Nos últimos anos, as cooperativas passaram a ter destaque entre nós: proliferaram as “coops” de alimentação, transporte, segurança e demais ramos. Na verdade, a Sociedade é constituída de “coops”. As empresas S.A., federações, clubes, sindicatos, associações de moradores, condomínios e outras dezenas de entidades, são grupos de pessoas com objetivos básicos comuns. Quando começam, ainda pequenos e modestos, existe uma comunhão de ideais e de ações de desprendimento no sentido de fortificar e gabaritar o grupo, para que o mínimo não falte a cada um. Com o passar do tempo, se o projeto passa a ter sucesso e cresce além do esperado, começam a surgir idéias no sentido de passos mais largos, de crescimento, penetração em novas áreas, dominação, status. Com a abertura do leque, começa a se criar um distanciamento dentro do grupo que incha, pois alguns pretendem avançar com mais velocidade, deixando os mais prudentes para trás e acabam caindo na cilada que rompe o elo que unia os integrantes sonhadores, que pretendiam viver às margens dos caminhos profissionais selvagens que consomem a pureza de nossas almas.
A história está repleta de exemplos onde grupos harmoniosos foram desfeitos (nem sempre de forma harmoniosa) pela precipitação e/ou ganância de uma das partes, que ao perceber atitudes mais conservadoras de outros segmentos, acaba rotulando antigos companheiros de “retrógrados, quadrados (ainda que gordinhos), imbecis” e outras dezenas de atributos negativos para tentar tira-los do caminho em busca de lucros a qualquer preço.
É preciso que seus integrantes não se deixem envolver por algum sucesso (que pode ser passageiro) e estejam atentos no sentido de preservar a harmonia que os fez se juntarem numa aventura sem a ganância de altos lucros.
Nota: o agrupamento neste formato quase informal é tão aconchegante, que até os pilantras fazem uso de tal aglomerado. Observem as ONGs que poluem a abastada Amazônia (na região árida do NE não enxergamos nenhuma), os grupos criminosos dentro das penitenciárias e os bandos que infestam as casas legislativas.
Haroldo P. Barboza
Autor do livro: Brinque e cresça feliz!