Grandes histórias, pequenos personagens, Pequenas histórias, grandes personagens
A historiografia, a qual estuda o estilo da história, ao longo dos tempos veio transformando o modo de enxergar o que é história. A ideia de que a história é tudo aquilo que se pode provar somente através de documentos escritos perdeu o valor, está ultrapassada. Considerando que na história, jamais teremos verdades absolutas, mas sim versões e suposições do que realmente aconteceu, então, um documento também pode ser questionado por sua autenticidade e veracidade. Um exemplo disso é Tiradentes, que por muito tempo pensou-se ser o grande líder de um dos maiores movimentos intelectuais do Brasil, porém na verdade era somente o bode expiatório. O fato foi modificado para implodir o seu efeito e beneficiar determinado grupo da sociedade.
Embora a história seja sempre renovável, afinal, o que estudamos hoje daqui a vinte anos podemos descobrir não ser a verdade, é algo muito pessoal. Cada indivíduo dentro de uma sociedade tem seu conceito de história determinado de acordo com sua idade, classe social, acesso à cultura e tecnologia, e, também pelo contato que teve ou não com outras épocas. Um exemplo muito simples disso são nossos avôs, que sempre nos questionam sobre o modo como a sociedade atual leva uma vida agitada e estressante. Para eles a vida pacata de uma pequena cidade, mesmo que urbana, ainda é o ideal, já que vivenciaram ambas as experiências. De acordo com suas noções sobre o mundo, têm visões completamente diferentes daquelas consideradas atualmente como a geração dos quinze minutos, a nossa.
Quando se trata de história, falamos de aspectos que determinam diretamente quem somos hoje. Os movimentos revolucionários que aconteceram no passado transformaram o modo como nossos pais veem o mundo. Assim nossa criação também mudou junto com os conhecimentos que hoje são passados de pai pra filho. Quando seu pai foi estudar, poderia ser médico ou advogado, ou então faria algum curso técnico. Atualmente, há um vasto catalogo de opções. E não só de profissões, mas de tudo dentro da sociedade. Agora, entendesse o porquê de tantas multinacionais espalhadas pelo mundo. A abertura por mais escolhas foi um dos fatores que favoreceu a globalização.
Há alguns anos quando passava pela cidade, via os problemas, o sofrimento das pessoas e tentava não enxergá-los. Para se modificar o futuro e melhorar a sociedade é necessário mais do que entender o passado. Porém também escancarar o olhar para o que está à nossa volta. Conforme o tempo passou pude entender que a história é isso: o meio onde vivemos, a realidade que nos cerca e as desigualdades que vemos pelo caminho. Então entendi que a história não estuda apenas artefatos e civilizações. Ela estuda pessoas. Povos, sonhadores, sofredores e guerreiros. Pequeninos feitos que mudaram o rumo de um século. Maravilhosos seres-humanos que deram suas vidas por amor ao que um dia talvez será mesmo uma sociedade!