(In)Disciplina no Trânsito
Manhã de segunda-feira, depois de um provável descanso de final de semana, bem que o motorista poderia estar mais tranquilo, obedecendo às normas de trânsito.
Não foi isso o que vi, ao tentar atravessar uma avenida, na faixa de pedestres, onde o sinal do semáforo estava piscando. Carros passavam a toda velocidade. Para não correr riscos, desisti de atravessar ali e segui em caminhada na direção de outro semáforo onde o sinal estivesse funcionando. Antes de chegar lá, chego a outra faixa, onde o sinal também estava piscando. Vejo um casal de idosos acenando com mãos e braços, quase implorando para que os motoristas parassem. Fiquei preocupado com aquela situação e, do lado de cá, acenei com um gesto de quem está pedindo calma, pois, naquela travessia, duas turistas italianas haviam sido atropeladas e mortas instantaneamente, por um motorista irresponsável, que nem sequer reduziu a velocidade, ao aproximar-se da faixa.
Finalmente, o casal atravessou correndo, num esforço que seria dispensável a pessoas idosas. Eram também turistas que atravessavam para um hotel ao lado. E a senhora, aparentando certo cansaço, disse-me: “na minha cidade, basta a gente pôr o pé na faixa, que eles param”.
Sem maiores delongas, nem ali atravessei, preferindo ir até onde o sinal estava funcionando, esticando ou pouco mais a minha caminhada, já que era esse o meu exercício matinal.
Mas, para o transeunte comum, que está em sua atividade habitual, é justo ter de acrescentar 300 metros até que chegue a outro semáforo?
Quem está motorizado é quem deve parar, em sinal de respeito não só às normas de trânsito, mas, sobretudo, ao seu semelhante. Não custa lembrar que antes de motorista, ele também é pedestre.