Artigo apresentado a disciplina Psicologia Geral da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR- pólo -Conceição do Araguaia no Curso de Serviço Social- 1º Período ano 2010 

 Ministrada pela Prof . Lisneia Aparecida Rampazzo

 Este artigo destina-se a explanar sobre as crianças que moram nas ruas no município de Conceição do Araguaia enfocando-se um olhar psicológico sobre esta questão e de que maneira a Psicologia pode vim a contribuir para a compreensão deste problema social.

O homem como ser pensante sempre questionou a respeito de si mesmo e de tudo ao seu redor. .Desde a antiguidade clássica ,dedica-se ao estudo para compreensão da sua subjetividade.Sendo dotado de inteligência está sempre transformando o meio em que vive e/ou sendo por este transformado.A sua maneira de pensar reflete os seus anseios e necessidades, assim sendo, verificamos que de acordo com cada época histórica há .um reflexo de suas ideologias.Na Grécia antiga por exemplo os filósofos gregos já se interessavam em explicar o Psyché=Alma de onde eles acreditavam ser a chave para o entendimento do comportamento do homem, tanto que eles tentaram a primeira sistematização de uma futura ciência que explicaria de fato esse objeto.( A Psicologia).Foram criadores de duas teorias que buscavam sobre enfoques diferentes este questionamento sobre alma.A primeira foi sob a visão Platônica em que a alma era tida como imortal separada do corpo e a Aristotélica em que a alma era mortal e pertencente ao corpo.Neste período temos a primeira tentativa da sistematização da Psicologia.

Durante o Império Romano e na idade média ,seu aspecto era de cunho religioso devido ao poder político exercido pela igreja, que irá ter seus dogmas questionados, perdendo a sua supremacia na idade Moderna, onde as grandes transformações no campo sócio-político e econômico - época das revoluções,dos descobrimentos marítimos ,da invenção da imprensa , do Renascimento das artes e do nascimento do modo de produção capitalista, proporcionam que o homem venha ter uma nova visão de mundo .Assim sendo, a Psicologia ganha impulso para firmar-se enquanto ciência, uma vez que,fazia-se necessário uma nova maneira de investigação do comportamento humano;.Diante disso torna-se ciência de fato a partir do critério de sistematização do conhecimento científico do momento,estabelecendo regras e técnicas específicas.

                    A Psicologia define seu papel científico embasada no Positivismo e no Capitalismo emergente.

                                                                                              “Com o fortalecimento  da Psicologia Científica e com seus princípios e   
                                   Métodos  foi se construindo a idéia de um homem autônomo    capaz de se responsabilizar  pelos seus próprio desenvolvimento e pela sua vida"
                                   
                                                     
                                                                                                     (  RAMPAZZO,2009 p..6)
 
     Acompanhando as mudanças, vão surgindo novas teorias que darão origem a escolas como o Funcionalismo,o Estruturalismo e o Associacionismo que serão em seguida substituídas por outras como o Behaviorismo,a Gestalt e a Psicanálise.
     Constata-se que a Psicologia trilhou por várias concepções até concretizar-se científica embora o seu principal objetivo tenha sido pautado na subjetividade humana e qual a melhor formar de intervir diante aos distúrbios da mesma.
      No presente trabalho iremos fazer a relação da psicologia com a problemática do menino morador de rua enfocando a cidade de Conceiçao do Araguaia.
     Na atualidade esta ciência se propõem a compreender de que maneira essas crianças são atingidas psicologicamente quando exposta a situações de risco nas ruas ,além de buscar soluções para essas questões.
     Estudos apontam que o menino e a menina que moram nas ruas possuem dificuldades no desenvolvimento cognitivo,pois os estímulos a quem são expostos dificultam a concentração e a finalização de tarefas,bem como não freqüentam escolas por necessidade de garantir sua sobrevivência.Há também a ausência de estrutura familiar.pois, se por um lado encontramos crianças que trocam suas casas
pelas ruas por se dizerem vítimas do controle e da exploração da família ,estas alegam dizem ser impossível o diálogo com os menores.
      Evidencia-se entre outras causas dessa migração: a violência doméstica (em especial o abuso sexual )os vícios ( com alcolismo ) a falta de estrutura financeira básica para suprir  necessidades básicas como alimentação,moradia ,educação.e o desajuste emocional daqueles que deveriam proteger ( pais ou responsáveis).Segundo a Doutora Maria Isabel da Silva Leme citada na p.45 do livro-texto de psicologia Geral utilizado no nosso I módulo em Serviço social, ela enfoca exatamente o fator emocional como uma das causas de violência.vejamos:
 
                                                                    "Uma das causas atuais de violência é a dificuldade de lidar com suas emoções"


      Partindo do princípio essas crianças tornam-se alvos fáceis de uma descarga emocional negativa e devido a sua imaturidade não é capaz de discernir o certo do errado, a causa e a conseqüência.
      Para a maioria a rua representa o aconchego dos amigos a liberdade do ir e vir que nem sempre ou nunca é possível encontrar em casa.eles acreditam que a agressão se sofrida por um estranho é bem menor comparada aquela desferida por um ente “querido”.A rua significa a fuga!!
       Fugir parece ser o verbo presente na mente e nas ações mesmo que inconscientemente daqueles que se refugiam nas drogas que independentemente de sua tipologia representam a ausência mesmo que fugaz dos problemas.
    A questão dos meninos e meninas que moram nas ruas datam desde os tempos coloniais bem como a sua amplitude independe de ser uma cidade grande como Belém ,Rio ou São Paulo em cidades pitorescas como aqui em Conceição do Araguaia vamos encontrar os mesmos elementos citados durante este trabalho o que muda é o índice estatístico por ser um pólo  menor.Diante desse fato torna-se necessário observamos tanto a criança que mora na rua quanto questionarmos a sua origem e/ou estrutura familiar .
    Segundo Winnicott ( 1989 ) a saúde da família e da  sociedade é resultante da saúde emocional do indivíduo ( RAMPAZZO,2009.p.44).Ao analisarmos os relatos de vítimas de maus tratos percebemos que muitos familiares apresentam distúrbios emocionais e direcionam a sua agressividade ao menor.
     Vygostky ( 1988) afirmava que o homem é produto do meio sócio-histórico-cultural,logo, a interação com este permite a transformação desse meio e de si mesmo,dessa maneira a criança acaba sendo obrigado a tornar-se nestas situação de moradora de rua  por questão de sobrevivência um adulto precoce absorvendo em seu cotidiano aspectos negativos do lado obscuro da sociedade.Na convivência com pessoas inescrupulosas ele vai moldando o papel que ele acredita ser capaz de executar havendo um distanciamento cada vez maior do seu direito á cidadania e a aproximação e sua efetivação no grupo da exclusão social.
                                             

 
 
                                                   “É na troca com outros indivíduos e consigo próprio
                                                    Que vão se internalizando conhecimentos  ,papéis
                                                    e funções”
                                                                      ( RAMPAZZO,2009.p.20)
   

     No dia-dia esses personagens sombrios, ignorados vão compondo um mosaico da displicência, pelo descaso dos governantes que fecham os olhos pela necessidade básica para  contornar este quadro caótico : Educação !! Esta é a chave para a inclusão de todos aqueles que vivem a margem da sociedade.
 
 
 

 
                             
Rampazzo,Lisnéia Aparecida
    Psicologia geral;serviço social /Lisnéia Aparecida Rampazzo  São Paulo :Pearson
Education do Brasil, 2009.
 
 
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Ana Lúcia Mendes dos Santos Sampaio ( Clara Fênix)
15/10/2010
 
                              
 
 
                               
                                                   
Clara Fênix
Enviado por Clara Fênix em 07/11/2012
Reeditado em 30/01/2013
Código do texto: T3973828
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