AVENIDA BRASIL E SUAS REFLEXÕES
 


                Vimos na última sexta-feira o desfecho da novela Avenida Brasil. Os capítulos finais nos remeteram a uma reflexão, quando vimos alguém maltrapilho, andarilho de estrada, alcoólatra, temos certa repulsa, um certo afastamento, são os chamados invisíveis, vivem à margem da sociedade. Morrem são enterrados como indigentes, atropelados nas estradas, queimados nas praças, mortos por milícias.
               Mas temos que pensar quais situações e circunstâncias jogou aquelas pessoas neste ambiente tão desfavorável. Vi um filme com esta temática: “Falando com Deus”, um homem de classe média, se vê obrigado a morar nas ruas, mendigar, catar o que comer no lixo, ele escreve tudo o que passa, depois de muitos dissabores ele encontra a saída, com ajuda de uma amiga lança um livro que se torna um Best Seller .
              Escrevo tudo isso, porque qualquer um de nós pode um dia enfrentar situações parecidas, como superá-las, diante das dificuldades quantas vezes pensamos em abandonar tudo, fugir para onde não somos conhecidos, desaparecer do mapa. Algumas pessoas não conseguem suportar a pressão e encontram no suicídio uma saída para tanta angústia e decepção.
             Na novela, Carminha, Nilo, Lucinda, Nina, Jorginho, Max, todos dentro de uma realidade teatral retrataram como podemos ser vítimas, onde nossos atos maldosos ou de revolta não são de graça, têm um fundo psicológico muito forte.
               Criamos um universo paralelo onde valores de moral e ética não tem a mesma conotação que cotidianamente vivemos, mas o que realmente passamos a seguir a lei da sobrevivência. Julgar, criticar, pré-conceituar, são atitudes mais comuns que fizemos diante destes fatos, no livro “ O Vendedor de Sonhos”, o grito dos excluídos do Augusto Curi, também aborda este tema.
              Uma sociedade hipócrita que esconde seus problemas embaixo do tapete, como poeira, onde seres humanos são tratados como lixo, que deve ser expurgado desta sociedade capitalista e de moral duvidosa. Estamos a meu ver perto de um sacode, um momento de ruptura e de perdas, para quem sabe num momento futuro aconteça o surgimento de uma sociedade mais igualitária e mais rica de valores que o dinheiro não compra.

Dego Bitencourt
Enviado por Dego Bitencourt em 23/10/2012
Reeditado em 23/10/2012
Código do texto: T3947970
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