Homo Sapiens e o mundo da ignorância

"O rapaz que deseja fazer a Obra de Deus não deve se casar com uma moça que tenha idade superior à dele. Muitas pessoas não gostam quando fazemos estas colocações; entretanto, temos visto que quando a mulher tem idade superior à do seu marido, ela, que por natureza já tem o instinto de ser mandona”, acaba por se colocar no lugar da mãe do marido. (...) Não haveria nenhum problema para o homem de Deus se casar com uma mulher de raça diferente da dele, não fossem os problemas da discriminação que seus filhos poderão enfrentar nas sociedades racistas deste mundo louco." - Estas palavras foram ditas pelo bispo Edir Macedo para a seção de comportamento do site da Igreja Universal, em um artigo cujo tema era "Relacionamentos e as diferenças".

O mundo em que vivemos. Um lugar lindo onde o caráter é definido pela cor, e a inteligência é definida pela posição religiosa dos seres que aqui residem. Aqui, os ricos têm mais direitos, professores não possuem importância alguma e jogadores de futebol merecem ganhar tanto quanto os médicos, que salvam vidas o tempo inteiro. Aqui, um homem romântico é gay, um pintor é um fracassado e aquele que não se conformar com os métodos do estado é apenas mais um encrenqueiro. Aqui, não existe amizade entre homem e mulher sem algo mais escondido, não existe amor pela natureza e/ou animais, e não existe opinião própria e, sobretudo, não existe sinceridade sem um jogo de interesses.

Podemos nos mudar para a China, Inglaterra, Alemanha, ou qualquer outro lugar que lhe vier na cabeça, mas não conseguirá ficar longe do grande absurdo que chamamos de sociedade moderna. É ela quem decide o que você é, o que você vê, e o que tem o direito de sentir. Não a conhece? Procure nos comentários do facebook por aqueles ateus-modinhas discutindo com os falsos-religiosos. Ambos se encontram como grandes representantes deste gigantesco grupo que domina o mundo atual.

E assim se passam os dias. Pagãos cultuam o demônio, roqueiros vão para o inferno e Justin Bieber é a nova sensação do momento. Não gosta de Justin Bieber? Segundo o enorme livro de regras da sociedade, isto quer dizer que você sente extrema inveja do mesmo e que, certamente, nunca atrairá um número tão grande de fãs e por isso o odeia. (Isso por que eu ainda não falei sobre o Neymar, mas deixemos o mesmo de lado).

Há alguns meses comecei a escrever este post, mas por alguns motivos eu nunca o terminava. Havia me esquecido de sua existência, até que eu leio em uma página do Facebook chamada "Direitos dos Animais", as falas de um certo padre que, sem hesitar, mostrou sua ideia surpreendentemente inteligente para o resto do mundo dizendo o seguinte:

"Qualquer cão, por mais engraçadinho que seja, será sempre inferior à pessoa humana, simplesmente porque o ser humano é feito a imagem e semelhança de Deus. Jesus veio ao mundo não por causa de um cachorro, por melhor que esse cachorro seja, mas sim por causa do ser humano, por pior que este ser humano seja" - Disse Padre Gil Heleno, completando seu texto com a seguinte frase. - "Então, vamos combinar: bicho é bicho e gente é gente!"

Não posso expressar em palavras o tamanho do luto que eu sinto pela morte da consciência alheia. Peguem suas armas, pois os animais não são tão importantes quanto nós, logo, matá-los não fará diferença alguma. Ou será que a não existência deles desencadearia um desequilíbrio catastrófico na natureza?

Sem querer entrar no quesito da religião, mas já entrando, o que se passa na cabeça de uma pessoa que acha que Deus dá preferência aos seres humanos? O que se passa na cabeça de alguém que segue às riscas as regras deturpadas de um livro que, muito provavelmente, foi alterado ao longo dos séculos? ( E com isso eu não quero dizer que Deus não exista, mas sim que talvez o que chegue às nossas mãos não seja realmente aquilo que ele quis nos ensinar).

Talvez o erro tenha ocorrido em algum momento na evolução. Talvez algum dia, enquanto os anfíbios dominavam o ambiente terrestre, um gigantesco ovni tenha rodeado o planeta liberando um "gás idiótico" por onde passava. É claro que nem todos foram atingidos - e são esses poucos sobreviventes mentais que me fazem acreditar no futuro da humanidade -, mas foi o suficiente para colocar a inteligência do planeta em sério perigo.

Agora, sou eu a fazer a pergunta: Teremos, com tanta hipocrisia rodeando nossas ruas, um futuro digno? Aliás, o que seria um futuro digno para os homens, consideramos o que já vemos nos dias de hoje? Este planeta tem alguma esperança?

JCast
Enviado por JCast em 21/10/2012
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