Cabo de guerra - Um equilibrio macabro

Tem uma brincadeira muito saudável no esporte que se chama cabo de guerra em que uma corda bem forte é adotada como base para os atletas dos dois grupos, em quantidade igual, puxarem e aquele grupo que tiver mais força é o vencedor. É uma brincadeira sadia e os perdedores na verdade se confraternizam com os vencedores e tudo vira festa.

Na administração publica temos um cabo de guerra diferente. Dois grupos distintos puxam a corda mas nenhum deles tem o visivel interesse em suplantar o outro grupo.
Eles mantem a corda sempre esticada e existe um equilibrio de força, mesmo porque um não existe sem o outro e como se diz, a conta tem que fechar.

São eles: Os corruptos (os que desviam recursos publicos ou faclilitando a sonegação) e os Corruptores (aqueles que sonegam com a colaboração e consentimento dos corruptos).

Tem uma terceira força que transmite o espetaculo de fora, mas alimentada por gordas verbas de publicidade pelo grupo dos corruptores e sonegadores e que com esse dinheiro todo, joga uma nuvem de fumaça nos olhos de todos nós que financiamos toda essa farsa pagando religiosamente nossos tributos.

Existe ainda uma quarta e quinta força que são respectivamente o poder politico e o poder judiciário que fazem a briga do faz de conta no desencontro de Leis mal feitas e mal regulamentadas ou aplicadas de forma a favorecer o jogo das conveniencias.

Portanto, pensando bem, não são os politicos apenas. Tudo funciona e se encaixa como uma engrenagem muito bem lubrificada, podre do ponto de vista moral, ético, mas muito bem elaborada para que o ESTADO de fato, aquele que funciona bem ou mal, com o que sobra prestar seus serviços à população.

Se pensarmos assim (e economista eu não sou, mas bobo também não) a gente pode ver que a carga tributária no Brasil é muito alta sim, mas...

Todo imposto que entra é em sua grande maioria, usado para altos salários de funcionários publicos (o alto escalão), incluindo Exercito, Marinha, Aeronáutica e Judiciário e todo poder legislativo e executivo, incluindo Prefeituras (vereadores e prefeitos) Os Estados (Deputados e Governadores). E sem falar ainda nos famosos *marajás que existem ainda sim, eu volto a frizar, e dessa forma, se mantém criminosamente o mesmo critério da iniciativa privada quando você tem uma empresa de 3.000 funcionários e 50 deles (administração) recebe mais que a folha de pagamento dos chamados peões (os outros 2.950).
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*Como é sabido o termo marajá, foi usado pelo Senador Alvaro Dias virtual candidato do Pmdb a presidencia da Republica e a Globo não se sabe porquje surrupiou o slogan para o Collor e o elegeu. Portanto Collor depois de eleito renomeou o termo marajá para "cargo de confiança" e mudou de amarelo ouro para um cinza quase branco, todas as placas de veiculos particulares do Brasil, para que fossem confundidos (como de fato, o é até hoje) com os carros oficiais de placas brancas. Dessa forma, nunca mais houve condições de protestos de rua contra os carros publicos carregando familia para shoppings e afazeres particulares.
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Ou seja, no nosso pais, ou no mundo inteiro, no sistema capitalista, quem trabalha direto na produção (excluido do primeiro e segundo escalão) ganha um ou dois ou tres minimos no maximo, o resto recebe uma remuneração, que em muitos casos não se justifica. Enfim, em muitos deles acho que essas diferenças enormes deveriam ser encurtadas.

Pois bem, depois desses saques todos, o que sobrou vai ter ainda que alimentar os lucros dos terceirizados (geralmente de parentes ou amigos ou laranjas). Depois vem a teta onde mamam as ONGs.

Depois vem o dinheiro dos corruptos, com seus desvios de merenda escolar, comissão disso, comissão daquilo na concorrencia publica e fora o fato de que em determinados momentos compram uma quantidade muito maior do que realmente necessitam para o consumo e depois a gente vê grandes lotes de remedios, livros vencidos, tudo jogado no lixo.

Essa bandalheira toda, não é somente um jogo politico minha gente. É cultural. Tem muita gente comendo por fora e colocando a culpa apenas nos politicos.

Bom até agora falamos dos IMPOSTOS OFICIALMENTE RECEBIDOS.
Concluimos assim que a carga tributária é realmente muito grande e exagerada, porque são fosse assim, como ainda sobraria (como de fato sobra) dinheiro para todas essas benfeitorias que vemos, asfalto urbano e estrada, sinais de transito, justiça gratuita, postos de saude salvando pessoas e principalmente motoqueiros semi-mortos que por lá chegam, etc, etc. (que bem ou mal, ainda funcionam), enfim todos os beneficios que ainda chegam em nossas mãos como a escola pra crianças no primário e tão combatida bolsa familia, bolsa desemprego.


Sabem qual a maior bandalheira nisso tudo? É o que foi sonegado, ou o que tem sido sonegado por empresários desonestos, cujo valor é muito maior (podem acreditar) do que todo dinheiro desviado em corrupção. Existe uma medida pra isso? Existe algum orgão ou algum economista que tenha tido a coragem de medir, confrontar esses dois buracos? Qual deles seria maior? Eu penso na minha embriaguez nacionalista e puritana que o estrago dos sonegadores é muito maior.

Mesmo porque, pensem bem. Se acabarmos com os sonegadores, você pode reduzir a carga tributária para um terço ou mais, talvez um quarto. E se partirmos do pressuposto que possa haver um Estado com força moral e politica para acabar com os sonegadores, a corrupção é fichinha. Cadeia para os dois grupos e o cabo de guerra sem vencedores vai pro espaço, ficaria extinto.

Mas ai ficaria tudo resolvido. Calma lá: Ainda não. Teriamos que fazer uma reforma nas nossas instituições em nossas Leis, porque ainda ficou faltando a gente saber porque que existe um grupo que nos insulta e nos humilha a todo instante e que são listados pela nossa imprensa como os mais ricos do País e do mundo, por essa tal Forbes e sei lá, outras revistas que deveriam na verdade ter vergonha de publicar esse tipo de coisas.

Como é possivel, um cara sozinho, em pouco mais de dez anos acumular uma fortuna de 30 bilhões de dolares? Como é que a Petrobrás uma empresa Estatal, permite uma participação tão grande de ganhos a uma só pessoa. Seja lá o que for, tudo legal, bolsa de valores, investimentos, riscos, nada justifica uma disparada dessas. A gente tem por exemplo, um segundo lugar que é um empresário da cerveja que construiu seu império durante anos, vendendo uma bebida que a gente sabe que dá lucro mesmo e assim, a gente entende. Você tem o outro (3ºlugar) o Safra, antigo no mercado financeiro, foi dono do Banco Lar Brasileiro, falido (nem vou entrar nesse mérito), mas sabe-se que o Banco vive como as igrejas evangélicas (ganham em cima da desgraça alheia e participam dos lucros também dos bem sucedidos) e vem depois o Ermirio de Moraes que também justifica de certa forma sua fortuna porque herdou do pai um conglomerado de industrias bem sucedidas, etc e todos eles de certa forma, sonegaram, foram corruptos e corruptores protegidos pela Lei. Mas esse primeiro da lista, sei não, eu gostaria de saber que legislação Brasileira é essa que permite um cara subir para o topo da lista dos 20 mais, passando verdadeiros empresários pra tras.

Isso eu gostaria de saber mesmo.