Facebook Tapejara (Que Mistério Tem Alice)

Se há algo que encaro com olhos críticos é a minha depressão. Não que eu seja depressivo. Ao caminhar contigo, cara facebookejara, minha motivação está em conhecer você, individualizar seu sorriso globalizado. Se possível for sorrir contigo.

Se possível fazer sua boca com trair e depois sorrir. Como quem sabe o que está fazendo: sorrindo. Contrariamente às motivações mecânicas dos auditórios facilmente comprados. Facilmente manipulados. Lambo seus dentes com bitucas carentes de rosnados.

Como vou fazer de conta que não escrevo “para Ti”? Não a cidade das praias mornas: você. Como posso fazer de conta que não existes? Enquanto expectativa de existir. Tu te vestes de cosméticos e perfumes como quem estivesse a um palmo de virar uma estrela de “PsychMotel”.

Tuas desideias tateiam a persona da personagem de novela. Os neurônios espelhos de tua mente refletem os enredos das primas veras, das priscas eras. Idade do bronze da mentalidade tropicana.

Cedo demais e já tens a expectativa da estrela azul. Aquela que os astrônomos sabem imensa. Com descomunal magnetismo espectral. Por vezes te chamam “O”, outras vezes te conhecem por “Bê”. B de Beatrix. De Bebel, Babel ou Baby.

Bê de Brasil, barraco, bundalêlê de anil. Bê de goleiro Bruno, do Besteirol cultural que fatura mais um dia de esperança no programa que te lança aviãozinhos de cinquenta e cem reais. Bê de a(b)issal profundidade com que mergulhas nos lençóis enredados de mistérios bufos. A obscuridade decifrável de tuas ansiedades espertas por vestir a casa da moda. E da moeda. E sorrir qual Gisele B. Bündechen.

Irradia a fome da grande massa em aglomerados abertos. Habitante holding da povoação política pueril. Da Pop Urna política que vota no pai dos tolos analfabetos do rebanho apascentado pelos coroneis da Casa Grande Senado.

Também entre os sem-teto, de perto, apesar do tamanho reproduzido nas páginas de revistas, és rara. Gisela ou Rigela, enquanto supernova tens temperatura alta. Tua radiação ultravioleta não é invisível a meus olhos. Principalmente se morena talvez tenhas de pequena a rápida transição em supernova.

Afinal tua educação mirou-se no espelho da normose coletiva flor que se abre mil vezes aflita nos enredos das avenidas B de Brasil. É normal essa neurose de novela. Essa normose de quem desafia beber mais uma dose para ganhar impulso de garota de Iracema, desde mui pequena vestimenta, cruza as praias brasilenhas coloridas pelo sol. Solar banheira, de segunda, a feira domingueira. Na beira da piscina piriguete e maria chuteira.

Tua educação refinada para o pântano e todos os tipos de anzol. Sereia do MacDonald´s que mal chegou a Baalzaqueana cedo virou baleia e personagem da fivela dos coronéis das cidades urbanas à baiana.

Quantas gabrielas disseminou o bardo Jorge Amado. Quantas mais esqueceu no caminho literário dessas cidades litorâneas onde se plantando tudo deu em bananas. Para a desgraça e a glória de tantos pais zebedeus. Que morreram antes do advento de Deus.

Essa educação para o pântano que todos aceitam como se fosse a coisa mais natural do mundo. Do mundo dos que se chamam raimundos. Globalizado por tua carência absoluta da noção de pecado. Ainda bem que nasceste para a canonização. Santa de todas as igrejas vazias cultuada pelas orgias apolíneas e bachianas.

Bel, Bebel, Betelgeuse, arcturiana alaranjada ou vermelha como rubi. Falsificada em dedinhos por pequenos pinceis tão mal pintada. Os filhos antropofágicos da burguesia adamada não conseguem te devorar, exceto na porcentagem que recebes por fazê-los transgredir momentaneamente de seus enredos de burocratas. Burocratas dos salões alcatifados e acapelados pelos mensalões do Planalto Central de dona Chapeuzinho Vermelho.

Como se fosses brinquedos da sala de jantar pareces té sobrenatural criatura nos sonhos sem rival dos nobres investidores da Bolsa sempre envolta e voltada para fazer valer a propaganda institucional dos refrigerantes e automóveis nos circuitos de fórmulas Umas nas Urnas das masmorras medievais nos castelos ancestrais da península Ibérica.

És facebookiana presença nos iates dos paxás do oriente médio à Miami Beach. Todos querem parecer sorvete de coco, que logo-logo ficam ocos ao desamparo do derretimento como se o sol tropical houvesse circulado pelos salões da bacia mediterrânea onde prestas teus serviços. E aperfeiçoas teu indefectível viço.

Personagem do século XXI, despertas tesão até naqueles há muito aposentados por Lady Libido. Teu álbum de família expõe as fotografias tão queridas dos que estão a taggear as intrigas no MySpace, com direito à mudança de layout na web Firefox. Garotas gabrielas, no menu dos lençóis uma no cravo outra na canela.

Filhas e usuárias do Orkut. Do Greasemonkey. Um bilhão de inúteens viajores vidiam. Vidiam tua face, sua mastigação orgânica a Lady Gabi, Gabriela facebook. Cravo e canela. De noite quando lá és dia. De dia quando aqui és noite. Teu jeitinho bem brasileirinho de ser Fera. Da Nova Era?

Não há nada de novo sob as nuvens desses ecos. Exceto nem mesmo os UFOs. 7 bilhões de hominídeos extraterrenos. Dopados aa chinesa. Todos habitantes de uma casa portuguesa com certeza. Não é facim ser brasilheno. Globalizado. Canibalizado. Inconscientecoletivizado. Não é fácil ser Eu.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 09/10/2012
Reeditado em 11/10/2012
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