ALEXANDRIA – PARTE III
ALEXANDRIA COSMOPOLITA – A rainha do MEDITERRANÉO (Arousset El Bahr), seria necessário esperar o ano 1805 para que MOHAMMED ALI, Oficial Turco, de origem ALBANESA, nascido em CAVALA em 1769 e morto na Alexandria em 1849, Vice-Rei do Egito, empreendeu a construção do porto de Alexandria. Ele melhora a irrigação e introduz a cultura do algodão vital para Alexandria Cosmopolita. Ele restituiu a água doce para a cidade mediante a escavação do canal MAHMOUDIA. Ele construiu as casernas e um formidável arsenal. Na sua morte, a cidade conta com mais de 100.000 habitantes. Aos poucos ela se torna um tipo de cidade Europeia provincial, dominada por cônsules e alguns grandes negociantes, instalados em parte e de outra do MEDITERRANÊO. É preciso esperar ainda meio século até o embargo direto de estrangeiros sobre o Egito, para que a cidade europeia atinja seu aspecto cosmopolita bem conhecido, onde vive lado a lado populações vindas de todo o MEDITERRANÊO. Ela se torna Metrópole com mais de 300.000 habitantes. Alexandria era conhecida como “A RAINHA DO MEDITERRANÊO “.
Quase todo o comércio do Egito era feito por Alexandria, ou seja 94% das importações e esportações. O grande negócio daquela época era o ALGODÃO. Em 1863, com a retirada dos Estados Unidos da guerra, o algodão egípcio, um dos melhores do mundo, atingiu um crescimento formidável, pois esta guerra obrigou as tecelagens europeias a importar do Egito. A importância do comércio em Alexandria deu a seu porto grande animação. Podemos imaginar facilmente as consideráveis fortunas que se realizaram naquela época.
Pouco mais tarde em 1869, o canal de Suez foi concluído. Alexandria então se torna um centro estratégico com plena animação para negócios comerciais, uma cidade aberta ao mundo, um refugio internacional, um centro econômico europeu e um polo cultural mediterrâneo. A partir daquele momento, são as diferentes comunidades e colônias que marcaram sua paisagem.
Em seguida à rebeliões organizadas pelo movimento nacionalista egípcio, e conduzidas por ORABI PACHA, a cidade é incendiada, e em seguida ocupada pelos INGLÊSES em 1882. Contudo, sua população e sua riqueza não pararam de crescer. Emigrantes de diversas origens desembarcaram em grande numero. Para se tornar cidadão, era suficiente mostrar uma passagem (TASKARA) ou seja um bilhete de passagem de navio. Para todos esses povos emigrantes, a cidade tornou-se a América deles.
Se Alexandria conserva um lugar essencial na memória de nosso tempo, porque ela foi um dos últimos lugares onde pudessem se realizar individualmente.
OUTRAS MANEIRAS DE VIVER – Quem procurou Alexandria através dos vestígios de uma civilização desaparecida, acabaram encontrando pouca coisa. Contudo, começou desde algum tempo a descobrir certezas. Como os restos do famoso farol de Alexandria. Na realidade Alexandria Cosmopolita era imaterial, não palpável, não era um corpo, era um mito. Nós a consideramos como se fossemos um dos seus habitantes, nas discussões cotidianas, nos cafés, nos circuitos privados, nos cemitérios, nos bondes, nas escolas, nas caras de nossos colegas de escola, sejam MUSULMANOS, CATÓLICOS ou PROTESTANTES, que a nacionalidade não era suficiente para a definir. A cidade era bastante rica para encobrir todos os futuros possíveis. Tentaremos revelar não somente como é apresentada nas agências de viagem, mas da forma como a conhecemos pessoalmente em seus lugares insólitos.