SOB AS BARBAS DO "PODER (?) PÚBLICO"

"O que as nossas mãos não realizam, nossos pés idealizam".

(mavi)

O noticiário televisivo regional, aquele que fala de Sampa e da grande São Paulo, hoje mais uma vez nos mostrou imagens já comuns entre nós, porém não menos estarrecedoras que as de costume: num espaço de apenas QUATRO MESES uma nova cracolândia se formou nas ruas da zona sul, sob as barbas do "poder público", que ao que tudo indica pouco pode, (ou pouco quer poder?).

Mas, afinal, que poder seria esse?

Uma multidão de gente abatida ao chão pelo craque, dentre as drogas, o mais potente dizimador social, pessoas de todas as idades num abandono dramático, a céu aberto, como se fôssemos todos, sociedade e pobre poder público, uma instituição falida de seres irracionais.

Ali, chocantemente, um menor de doze anos, habitante das ruas, confessou fazer uso de vinte pedras de craque ao dia.

Em época de eleições municipais, alguém aí que me lê, acredita em alguma solução?

Todos os candidatos parecem saber de todas as nossas piores mazelas, que bom, e pela eloquente oratória, deduzo que qualquer um deles estaria apto para assumir a cadeira da prefeitura da maior capital do país.

Vou votar em todos eles! Sonho com a tal "gestão com solução"!

Bem, entre conhecimento discurso e solução...quanta distância já histórica, não é verdade?

Se alguém não concordar é só olhar a atual situação de São Paulo...e do Brasil.

Figurativamente é drogadição de todo tipo para todo lado!

Nossa infância pelas ruas do craque, sem escola, sem futuro, mas se questionada nos seus mais íntimos sonhos, podem perguntar a qualquer uma das crianças das reportagens, elas ainda sonham em algum dia serem craques do FUTEBOL.

Decerto que temos que ser craques em alguma coisa, ainda que seja nos sonhos, senão que sociedade aguentaria tanta negligência dos poderes tão poderosos?

Todavia, e por qualquer via, mesmo que seja só para "chinês ver", (e eu nem sabia que chinês jogava futebol, jogam mesmo?" hoje somos goleada na rede deles!

Que topete de felicidade compulsória!

Oito gols na rede da China já nos torna o povo mais feliz do mundo, quando na verdade, socialmente, são eles que goleiam o mesmo mundo, e faz tempo!

Na verdade, e não imperceptivelmente, faz tempo que fomos socialmente a nocaute... exatamente como nos mostrou a reportagem: num triste rescaldo de ingerência política disseminada, dum poder público que já nada pode e pouco faz, fomos drasticamente ao chão, e na minha mera e curta opinião, haja milagre para que acordemos do torpor social que nos abate.

Mas o mundo nos aplaude porque dizem que somos a "bola da vez".

Só se for na propaganda política que sempre é a alma de todos os "negócios"!

Mas vamos comemorar as oito bolas na rede do adversário chinês...é a pequena parte o que nos cabe neste nosso assustador "fim de mundo".