Duas utopias

A campanha do TSE para alertar o eleitor no sentido de efetuar uma boa escolha no momento de votar é válida ... para um país onde a sociedade tenha mais de 90% da população alfabetizada e preocupada com o futuro de seus herdeiros.

Em nossa pátria, onde mais de 90% dos elementos mal sabem assinar o próprio nome e passam 9 horas trabalhando e 5 horas dentro do trânsito caótico, efetuar uma pesquisa sobre o passado do candidato é um ato utópico. Ainda mais quando acima de 80% dos candidatos envolvidos em escândalos no passado tiveram os processos arquivados e assim, exibem uma “ficha limpa” perante os “pesquisadores”. Além do que, tais eleitores que por ventura possuam um micro em casa, usam a internet para trocar recados sobre as roupas das artistas de TV ou a falta de roupas dos “heróis” do Big Besta Brasil.

Tal utopia divulgada como solução para termos uma escolha correta nas urnas, nos leva a outra produzida pela assessoria de imprensa da PM do Rio, ou seja: se um motorista for parado numa blitz montada por PMs apenas para tomar dinheiro pelo retrovisor do carro que esteja levemente frouxo, deve alertar ao guarda que vai anotar seu número e denunciá-lo à Corregedoria para as sanções disciplinares cabíveis em função de sua atitude mal intencionada.

Tal motorista terá sorte se não for preso por “desacato” à autoridade. Ou receber em casa multa por excesso de velocidade na via onde foi parado para ser acharcado.

Haroldo P. Barboza – Vila Isabel / RJ

Autor dos livros: Brinque e cresça feliz / Sinuca de bico na cuca