Os Excluídos
Em um ano eleitoral e na iminência de mais uma Copa do Mundo (e essa será aqui no nosso país!), o texto é uma análise das relações sociais entre o povo e o poder público, sendo que este último muitas vezes "maquia" uma realidade dando a impressão de que o povo é muito importante e deve ser respeitado, mas age de modo que nega essa importância e esse respeito ao cidadão.
OS EXCLUÍDOS
Muitas vezes nos chocamos diante das notícias que nos relatam situações de descasos, de discriminação de pessoas ou de grupos que, por algum motivo, sejam eles políticos, sociais ou até mesmo religiosos, sofrem pelo desprezo e pela negação de seus direitos que não são respeitados.
Essas notícias nos vêm através dos jornais, do rádio ou da televisão e nos faz pensar no porque de tais acontecimentos. Infelizmente notícias dessa natureza permeiam o dia-a-dia dos noticiários.
Se prestarmos atenção, pelo menos cerca de 70% (setenta por cento) das notícias veiculadas se referem ao negativismo e desse percentual uma significante parte se refere a descasos e a exclusões.
Mas... e nós? Nós que vemos e ouvimos essas notícias todos os dias? Qual é a nossa posição?
Na verdade, nós, que muitas vezes nos achamos bem informados e integrados na sociedade, somos também excluídos. Excluídos de saber a verdade,... excluídos de participar das grandes decisões do nosso país,... excluídos de saber e de participar da vida da sociedade. É o que acontece quando vemos políticos do âmbito nacional , nos quais o povo confiou seu voto e suas esperanças, decepcionarem toda uma nação com escândalos como o “mensalão”, entre tantos outros; é o que acontece quando vemos as grandes potências ocupando países menores e dominando seus povos em nome de uma falsa idéia de liberdade e de independência; é o que acontece quando vemos uma nação inteira voltada para a febre do futebol e de um “hexacampeonato”, no qual são realizados altos investimentos, enquanto as situações de descaso dos governantes e de injustiças sociais “pipocam” por todo país. Vemos casos de cidadãos que sofrem porque direitos que já lhes foram garantidos por leis lhes são negados e esses cidadãos, se quiserem ter alguma esperança em receber aquilo que se acreditavam terem conquistado, são obrigados a entrar com requerimento e aguardar que a “justiça” reconheça que eles realmente tenham aquele direito que anteriormente a lei já dissera que eles teriam e lhes devolva o que é merecido. Claro que é importante que tenhamos uma posição de destaque no futebol mundial, muito embora essa posição hoje seja questionável. O que não deve (ou não deveria acontecer) é o fato de usarem essa idéia para camuflar os problemas de uma nação!
A nação é uma grande família e deveria ser tratada como tal. Numa família jamais um pai vai deixar de zelar pela saúde dos seus e de prover o alimento no dia-a-dia, por exemplo, para comprar uma bola ou um “skate” para um dos filhos. Os gastos com lazer só podem vir depois que foram atendidas as necessidades básicas. Para que nós possamos mudar essa situação não é preciso que façamos grandes coisas. Basta que comecemos pela nossa própria casa, pelo nosso bairro, pela nossa cidade. É preciso que identifiquemos onde estão as situações de descaso e de exclusão e comecemos a realizar um trabalho de base no sentido de melhorar a situação social local e, se conseguirmos isso, poderemos então ter esperança de mudarmos a situação nacional e até mundial.
É um trabalho de “formiguinha”, onde cada qual fazendo a sua parte conseguiremos um mundo cada vez melhor.
Podemos até torcer pelo Brasil na Copa de 2014, mas sem nos deixar “massificar” por essa idéia e perder de vista os problemas que atormentam o nosso povo.
Sejamos concientes... Brasileiros, sim... e com muito orgulho!
Excluídos?... Jamais!!!
Autor: L. C. GABRIEL