Casamento e falência de afetividades
Prólogo
“As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam”. – (Cantares de Salomão 8:7).
“Milhões de vezes, em diversas ocasiões, nem sempre tempestivas, pensei em ficar só. Debalde. Minha natureza dicotômica pede diálogo e afeto mesmo que seja do outro Eu lírico.” – (Wilson Muniz Pereira).
ATRATIVOS ENTRE OS HUMANOS
O que nós homens (A maioria) buscamos nas mulheres é fácil perceber. Basta ver um desfile de Carnaval ou de moda em algum lugar entre os extremos dos padrões de beleza. Certamente sou uma exceção por me interessar e aspirar, também, a outros valores ou virtudes como: Inteligência, atitude (iniciativa), discrição, higiene, feminilidade, senso de humor aguçado, sociabilidade, desenvoltura e, genuíno interesse pelos prazeres sexuais inusitados.
Pergunte a uma mulher quais os atrativos de um homem. Certamente Ela dirá: Capacidade econômica, status social, idade (no máximo dez anos mais velho – claro que há exceções), ambição, confiabilidade, fidelidade (As mulheres são mais exclusivistas do que os homens), generosidade, inteligência, temperamento amoroso, disposição para assumir compromissos, saúde física e mental, força (Pegada), altura (Algumas preferem falar 'tamanho' quando nos devaneios pensam "naquilo").
Sobre a higiene creio que todo ser gosta do cheiro de carne humana, estimulante, tépida, suave, fresca, irresistível. Não me consigo imaginar ao lado de alguém, para uma relação íntima, com forte hircismo, algo parecido com sovaqueira braba provocada por desodorante vencido ou germens, talvez bactérias, em decomposição. Aqui não ouso falar sobre outros odores em áreas sacrossantas onde o beijo íntimo se faz útil e necessário no prelúdio cúmplice com direito à recíproca justa e ansiada.
PESSOAS QUE MAIS SE CASARAM
Glynn Wolffe – 28 casamentos
“O homem que mais vezes se casou e se divorciou no mundo foi Glynn Wolffe, nascido em 25 de julho de 1908 e falecido em 10 de junho de 1997, pastor da Igreja Batista nos Estados Unidos. Wolffe foi à pretoria, pela primeira vez, em 1927. Depois disso, casou-se 28 vezes, claro que depois de 27 divórcios. Perdeu a conta dos filhos que gerou. Calcula, modestamente, que somam 41.” – (Site de Curiosidades).
Gretchen – 14 casamentos
Maria Odete Brito de Miranda, mais conhecida como Gretchen é uma cantora, atriz e dançarina brasileira que é conhecida como a "Rainha do Bumbum" em razão do jeito como dançava, virando-se de costas para as câmeras de televisão e para a plateia. A rainha do rebolado já se casou 14 vezes. De seus casamentos apenas cinco foram legais, mas Gretchen considera os outros 9 relacionamentos, como casamento também. A dona do hit “Conga Conga” diz que ainda vai se casar mais uma vez. O 15º casamento será com o “personal trainer” Alexandre Mangueira.
Zsa Zsa Gabor – 9 casamentos
Zsa Zsa Gabor, pseudônimo de Gábor Sári, (Budapeste, 6 de Fevereiro de 1917) é uma famosa atriz e socialite austro-húngara radicada nos Estados Unidos. A atriz de Moulin Rouge está com 95 anos e comemorou há poucos dias os 25 anos de união com Prince Frederic Prinz von Anhalt . Antes do atual marido a atriz passou por mais 8, entre eles o milionário Conrad Hilton com quem tem uma filha e George Sanders. Zsa Zsa ainda quer ter mais um filho, se tudo der certo, a atriz será mãe aos 95 anos através de uma barriga de aluguel.
Elizabeth Taylor – 8 casamentos
Elizabeth Rosemond Taylor, conhecida mundialmente por Liz Taylor (Londres, 27 de fevereiro de 1932 — Los Angeles, 23 de março de 2011) foi uma premiada atriz norte-americana nascida na Inglaterra. A atriz se casou oito vezes, duas delas com o mesmo homem, o ator Richard Burton, com quem contracenou em “Cleópatra”. Seu primeiro casamento aconteceu em 1950, com Conrad Nicholson Hilton Jr. Em 52, ela se casou com Michael Wilding e um mês após sua separação, já se enlaçou com Mike Todd. No ano seguinte, Liz ficou viúva e se casou com o ator Edie Fisher. Em 1964 e 1975 foi a vez do galã Richard Burton, seguido de John Warner e pelo trabalhador civil Larry Fortensky, de quem se divorciou em 1996.
Chico Anysio – 6 casamentos
Francisco "Chico" Anysio de Oliveira Paula Filho (Maranguape, 12 de abril de 1931 — Rio de Janeiro, 23 de março de 2012), foi um humorista e ator brasileiro, notório por seus inúmeros quadros e programas humorísticos na Rede Globo, emissora onde trabalhou por mais de 40 anos. O comediante brasileiro se casou seis vezes, na primeira com Nancy Wanderley, seguida de Rose Rondelli, Regina Chaves, Alcione Mazzeo que gerou o comediante Bruno Mazzeo. Sua quinta esposa foi Zélia Cardoso de Mello, ex-Ministra da Economia do governo Collor, e com a empresária Malga Di Paula até que a morte os separou.
Fábio Jr. – 6 casamentos
Fábio Correa Ayrosa Galvão, conhecido como Fábio Júnior. (São Paulo, 21 de novembro de 1953) é um cantor, ator e apresentador brasileiro. Teve vários papéis de protagonista na Rede Globo. Atualmente, está sem fazer novelas desde 1998, seu último trabalho foi na novela Corpo Dourado. O cantor se casou pela primeira vez em 1976, com Tereza de Paiva Coutinho. Após a separação Fábio se relacionou com a atriz Gloria Pires, com quem teve sua primeira filha, Cléo Pires. Seu terceiro casamento foi com Cristina Karthalian, que gerou Tainá e Filipi, o Fiuk. Em 1993, ele se casou com Guilhermina Guinle. Após 3 anos da separação de Guilhermina, Fábio se casou com Patrícia de Sabrit e então com Marilei Regina Alexandre (Mari Alexandre), de quem já se separou (Junho/2010), seu sexto e último casamento.
QUESTÕES QUE, SE RESPONDIDAS, EXPLICAM O CONTEXTO
Por que as pessoas se casam? O que se busca em uma vida a dois? É possível viver feliz sendo solteiro (a)? Como ter ou preservar sua privacidade convivendo com outra pessoa?
A Sociedade passa por um processo de insolvência ou involução como um útero após o parto. Não. Não riam os diletos leitores com essa comparação um tanto quanto grotesca, escabrosa. Assim é o casamento, está se desenvolvendo, mudando comportamentos, mudando formas de pensar, de agir e de viver, atrasa-se na afetividade, mas há quem jure ter melhorado os relacionamentos interpessoais depois que os cônjuges se transformaram em conviventes, amantes sazonais e/ou virtuais.
Não faz muito tempo, os homens trabalhavam em ofícios diversos, eram homens de negócios, padeiros (Comerciantes), fazendeiros, criadores, agricultores, etc. e as mulheres apenas donas-de-casa. Quando muito eram professoras e/ou costureiras, ensinando ou costurando em casa.
Eram, portanto, submissas. Usavam vestidos, blusas e saias. Seus cabelos eram enfeitados com flores naturais (silvestres), tinham cheiro de natureza e sabonete. Suas peles exalavam um aroma singular de fêmea sempre pronta para o acasalamento. Calças compridas? Ora, isso é (era) indumentária eminentemente masculina. Não saiam de suas casas, mesmo que fossem à missa, desacompanhadas. Hoje a coisa é e está ficando cada vez mais diferente.
As mulheres vestem bermudas, calções ou calças compridas, camisas e camisetas; calçam tênis e chuteiras; cortam seus cabelos à moda masculina e praticam esportes violentos como UFC, Boxe, luta-livre, futebol, etc. Outrora nossas mulheres (Nossas?) não teriam como sobreviver fora do casamento. Caso não estivessem satisfeitas com o marido, sempre ausente ou demasiado ocupado, e submissão que lhes eram impingidas, procuravam a clausura na casa dos pais ou em um convento.
ATRASO POR CONVENIÊNCIA FAMILIAR E SOCIAL
Mulher “separada” (abandonada pelo marido ou desquitada), esse era o termo utilizado pela sociedade antes do ano de 1977 (ainda não havia divórcio no Brasil) era uma coisa condenável, tida como mulher da vida, vulgar. Era apenas mais um repasto do que gente como a gente, com suas virtudes e defeitos tal qual todo ser humano.
As moças ditas "de família" eram proibidas de se relacionarem (fazer ou manter amizade) com as mulheres "separadas", perdidas (enganadas por homens perversos) ou desquitadas. O abandono e o desprezo eram punições mínimas para as desventuradas que cairam em desgraça.
Hoje os tempos são outros, as mulheres trabalham, são autônomas, donas de seus próprios salários, independentes, podendo gerar e criar filhos sem a presença do pai, devidamente casada ou não, sem discriminação social. Aliás, ao falar tal palavrão (discriminação) pode-se estar cometendo crime grave. Elas fazem questão de dividir as despesas nos barezinhos, nos motéis, nas baladas e divertimentos a dois ou grupal. Essa situação igualitária eleva a autoestima. Sou e estou sempre a favor dessa independência econômica e social.
OBSERVAÇÃO PERTINENTE - Embora esteja fora do contexto cabe uma explicação para quem entender errado o diminutivo da palavra "bares". Há quem escreva e pronuncie "barzinhos". Isso é uma heresia (Disparate, absurdo, despropósito) ou erro crasso! BAREZINHOS É O CORRETO! Como botão ---->; botõezinhos; balão ---->; balõezinhos; papel ---->; papeizinhos; anzol ---->; anzoizinhos; colar ---->; colarezinhos; flor ---->; florezinhas; pastel ---->; pasteizinhos; coronel ---->; coroneizinhos; mulher ---->; mulherezinhas.
Tem sido moda esse incentivo à permissividade quando já se admite essa monstruosidade que rompe o equilíbrio normal do ser humano, como se a teratologia caprichasse em criar e alimentar no seio social sua obra-prima. Refiro-me ao casamento entre os iguais (Sou exceção nessa empreitada e vilipêndio a todos nós heterossexuais).
Entendo que o “casamento” entre iguais é uma aberração, mas isso é outra história que ousei escrever e publicar no Recanto das Letras sob o tema: “União estável entre os homoafetivos”. Naquela ocasião escrevi:
“Ora, vou transcrever o artigo 226, § 3º, da CF/88 e o artigo 1.723, do Código Civil, ora em vigor, para os meus leitores amigos e fiéis extraírem a essência desses enunciados. Faço isso pelo fato de ter entendido, há muito tempo, que apenas HOMEM E MULHER formam uma entidade familiar. Vejo isso com muita clareza nos supracitados institutos.”.
CONCLUSÃO
Se o ser humano necessita ter privacidade... Então por que haveria o homem e a mulher, esposa e marido, de compartilhar o mesmo teto, tendo que conviver com picuinhas, coisinhas que aborrecem e que, com o tempo, vão crescendo e ficando intoleráveis? É hora de repetir ou reescrever as perguntas: Por que as pessoas se casam? O que se busca em uma vida a dois? É possível viver feliz sendo solteiro (a)? Como ter ou preservar sua privacidade convivendo com outra pessoa?
Por experiência assistida dos meus avós, pais e própria posso dizer que para o casamento dar certo é preciso que cada um abra mão de certas coisas, aprenda a conviver com os defeitos do parceiro. Durante o namoro e início de casamento, o relacionamento é uma paixão tórrida! Andam de mãos dadas, estão sempre juntos e se acariciam em público como uma autoafirmação necessária. O relacionamento sexual é excelente, embora seja mais procriativo do que recreativo.
Aos poucos tudo isso vai diminuindo, acabando e o que restará (se restar), depois de longos anos de renúncias e incontidas malquerenças é um companheirismo frio, quiçá morno. Hipócrita é o casal que está junto há mais de quarenta e cinco anos e diz: “Beijamo-nos na boca com a mesma paixão de outrora”. Essa hipocrisia deslavada sempre sai das bocas dos que têm tendência compulsiva e doentia para mentir.
Para preservar a privacidade (Intimidade), muito mais interessante seria cada um morar em sua própria casa ou apartamento, sem ter que abrir mão de seus hábitos. Dessa forma, encontrando-se duas ou três vezes por semana ou todo final de semana, a experiência haveria de ser melhor, mais agradável, haveria o desejo de estarem de novo juntos, a cada encontro haveria novidades para conversarem, assuntos a serem discutidos. Quem já não leu ou ouviu algo que diz: "Onde sobeja o amor, falta ventura.”?
Estou ciente de que poderei levar algumas “pedradas” (Duras críticas) pelo que ora ouso escrever, mas muitas pessoas se casam para cumprir um rito social e não porque desejam conscientemente dividir a vida e no decorrer dela, tudo o que vier de bom ou ruim, com a pessoa que escolheu. Essa pessoa, mais cedo ou mais tarde, haverá de sobrestar o relacionamento por descobrir que a falência da afetividade é inexorável pela corrosão da esperança provocada pela rotina.
NÃO FAÇO apologia ao celibato, mas é, talvez, impossível (Não é o meu caso porque nunca estou só!) ser feliz sozinho, mas é perfeitamente possível ser feliz solteiro! Uma pessoa (Homem ou mulher) pode ter vida social plena e estar muito bem acompanhado da família (Pai, mãe, irmãos, etc.) e dos amigos e amigas.
RESUMO DA CONCLUSÃO
A falência das afetividades, entre amantes, ocorre ao longo do tempo de uma convivência demasiada duradoura mesmo que os conviventes se adequem às irascibilidades recíprocas! Assim como a miséria e a injustiça corroem as instituições sociais, a pieguice, 'o grude', o ciúme, a perda da privacidade, as desconfianças e outras mazelas do dia a dia (Cotidiano) destroem as leis da atração.
A paixão, o desejo e o ciúme foram moldados no passado ancestral da humanidade e seus padrões sempre se repetem sem, necessariamente, serem sazonais.
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NOTAS REFERENCIADAS
– Wikipédia, a enciclopédia livre;
– Papéis avulsos, rabiscos, fragmentos e outros textos do Autor.