O TEMPLO DO MAL

Para a liturgia do mal o rebanho segue fielmente rituais que lhes atendem obsessões macabras. O culto à maldade gera medo, banaliza a vida movida a pânico. Perde-se na insegurança a vida desumanizada. Atento ao mal, o homem já não percebe o bem. Descrente da bondade, é a maldade que o fascina e contra ela ou para ela se arma, paramenta-se.

A seita não chama ao templo o seguidor; vai à casa dele. Ocupa a sala onde todos se reúnem para vê-la e ouvi-la. Para se fazer ouvir a seita exige silêncio e concentração. É o solene “horário nobre”. Mais da metade do povo brasileiro está de olho na Avenida Brasil, título que até agora não justificou o nome da novela. Como numa classificatória de Copa, a ansiedade vai se intensificando a cada drible, o trunfo da vilã é uma perspicácia em cada gesto, olhar ou palavra, e isso tem o efeito de um gol para o telespectador. Ele prazerosamente quer ver até onde a trama se desenvolve. Os requintes de crueldade, traição, infâmia e toda baixaria de que são capazes os protagonista são reflexos da mente doentia de autores psicopatas e bichas diretoras. São estes os doutrinadores do templo, capazes de formar (ou deformar) opiniões, mudar comportamentos, desrespeitar costumes e tradições, impor modismos. São os "papas" da sacanagem e da violência que a cada seis meses divulgam uma nova encíclica aludindo à libertinagem, cultuando a pederastia.

E vem a dona Adriana Esteves explodindo veias e poros, esgoelando-se num esforço além da própria resistência, a pique de um infarto, tudo isso para superar a si mesma e a outras que se notabilizaram pela vileza. Um otário Tufão ameaçando a carreira de Murilo Benício, um Zé de Abreu asqueroso, um Marcelo Novaes submetendo-se a um ridículo personagem que talvez lhe dê melhor espaço na Globo, e mais quase todo o elenco tendo que amargar cada palavra de um péssimo texto e depois aturar os arrotos elogiosos do imbecil Faustão, a patética entrevista da Ana Maria BrEga, com participação do irritante Louro José. E essa tal Nina mal construída, que certamente vai seguir a mesma linha, transformando-se de mocinha a vilã. O público já cansou. O templo tumultuou-se, os santos estão a tremer, o diabo e seus filhotes fazem festa. O ritual do crime assusta os seguidores da seita global. Nem mesmo o espiritismo existente na mentirosa “Amor Eterno Amor” é capaz de mudar a linha de pensamento dos novelistas da Rede Globo. No templo do mal, todos são chamados às sessões, movidos pela obsessão macabra.

Kaiomonteverde
Enviado por Kaiomonteverde em 08/07/2012
Reeditado em 08/07/2012
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