Crítica à desigualdade

O abismo social referente à concentração de renda de poucos em relação ao baixo poder aquisitivo de outra população sem incentivos financeiros obrigando-os a tentar sobreviver em condições mínimas e qualidade de vida precária, tornam-se desumanos. Na ótica social a condição de miséria torna a população pobre marginalizada e cada vez mais sem possibilidade de, pelo menos, ser coadjuvante na evolução global, e perspectivas de ascensão social.

Muitos brasileiros estão nessa situação de desprezo, exclusão social, esquecidos pelo governo, à margem da sociedade. Procuram um meio de sobreviver nesse país, manter-se, sustentar-se, tentam encontrar uma fonte de renda para suprir suas necessidades vitais e, acima de tudo, adquirir respeito, reconhecimento e dignidade peculiares de todo cidadão. Quando não encontram meio, procuram refúgio nas drogas, em trabalhos informais e humilhantes, porém, outra parcela não perde a perseverança e a esperança de adquirir um espaço na sociedade, com um trabalho que valorize o caráter e a dignidade humana.

É drástica e lamentável a situação de exclusão moral! Este é o vocábulo que expressa a banalização da vida humana. Nessas horas, o governo se cala, sem querer enxergar a gravidade da problemática social, que querendo ou não, acompanha nossa formação histórica e constitui o legado cultural da nação. Tomando como base de discussão a perspectiva econômica, o contraste do poder aquisitivo observado nos países do globo é visível, e é o reflexo da realidade vivida por estes. As profundas desigualdades comprovadas nos dados de órgãos públicos de pesquisa, como o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), avaliam, em índices, a qualidade de vida social e refletem o quadro vivenciado, porém tomado como indiferente para o Estado ou repudiante por maioria da população, sem que nada seja feito por estes e aqueles para regredi-lo.

As consequências dessa exclusão desproporcional afetam toda sociedade e justificam o aumento considerável dos níveis de violência urbana, tráfico de drogas, necrose da saúde mental, iletramento. Por vezes me pergunto se a responsabilidade é dos cidadãos ou do Estado, e concluo que ambos têm de responder por tais vidas.

Extinguir ou, ao menos, amenizar a situação de pessoas subjugadas a marginalização não por opção, mas por condição de existência, significa investir em educação sem distinção para todas as classes, qualificação profissional, emprego, e eficiente distribuição de renda em longo prazo; além de incentivos do governo com programas assistencialistas, em curto prazo. O crime de arrebatar os direitos civis de um ser humano subordinando-o ao estado vital de exceção da sociedade é irreparável.

Karen de Araújo
Enviado por Karen de Araújo em 27/06/2012
Código do texto: T3748266
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