Falando de Sexualidade

“Sexo” sempre um tabu a ser discutido, apesar de estarmos vivendo uma “revolução sexual”.

Talvez se Freud vivesse nos dias de hoje diria que as pessoas hoje são um pouco mais felizes pelo fato de muitos fazerem exatamente tudo aquilo que se tem vontade, quando esta vontade se refere ao prazer sexual. Hoje os jovens, desculpa, jovens não, adolescentes (será que eu estaria blefando se dissesse crianças?), estão cada vez mais expostos ao sexo livre, sem pudores, sem culpas, sem remorsos, sem medo algum, até porque é um “sexo seguro”, já que hoje em dia existem campanhas e campanhas sobre os perigos das doenças sexualmente transmissíveis.

Hoje existem casas de swings para casais que vivem um relacionamento aberto, onde ambos transam com outros casais, e isso é o que mantém o relacionamento estável. Existem também aqueles que sentem prazer quando fazem sexo em lugares públicos, ou mesmo aqueles que sentem prazer quando fazem o chamado sexo “a três”, ou o sexo grupal, existem aqueles que sentem prazer quando são chicoteados, ou coisas semelhantes, existem aqueles que são os profissionais do sexo (apesar de ser uma profissão antiga, hoje ela é reconhecida em alguns países e respeitada), até concordo com a ideia de reconhecimento e respeito, até porque cada um segue o caminho que acha ser o mais viável para si.

Muitos criticaram e criticam a religião por ter sido sempre uma barreira contra os impulsos sexuais, ou melhor dizendo, o sexo livre. Segundo os críticos, a religião fora a responsável de causar muitos traumas naqueles que eram movidos pelas paixões avassaladoras da carne, ou seja, o trauma causou no “pecador” uma frustração e também um bloqueio psíquico que trouxe a este um sentimento de culpa, e com isso, prejudicando a sua prática sexual, e causando neste certo receio em se falar no assunto. Não vou dizer que isto é mentira, por ser um assunto complicado para a religião, principalmente a cristã, os líderes religiosos simplificava ou tentava abafar o assunto, simplesmente dizendo que era pecado, e que as práticas sexuais antes do casamento e com diversas pessoas entristecia o Deus altíssimo. Acho que se eles dissessem que o mau uso do sexo entristece muito mais aquele que o pratica do que ao próprio Deus, eles estariam sendo mais inteligente e mais sincero.

Enfim, não quero aqui ser um “moralista”, mas se Freud estivesse certo em tudo o que disse sobre a frustração de refutar os nossos mais absurdos instintos sexuais, eu diria que hoje não deveria existir tantas pessoas “vazias” e frustradas, já que hoje em dia há certa liberdade sexual. Mas ao contrário, a tal liberdade sexual simplesmente deixou as pessoas mais vulgares, e menos românticas. E com isso, satisfeitas temporariamente, e insatisfeitas na maior parte do tempo, por isso existem pessoas viciadas em sexo, pois a maioria se sentem felizes apenas no momento do ato sexual, após o orgasmo volta-se a frustração e o vazio.

Segundo a religião cristã só devemos praticar o sexo depois do casamento, para muitos uma ideia ridícula, porém sexo é intimidade, e não se divide intimidade com qualquer pessoa, pelo menos isso é o que eu penso, e sair por aí fazendo sexo com qualquer pessoa é simplesmente uma exposição vazia de si mesmo. Acredito que quando um casal de namorado se guarda para o casamento não estão simplesmente cumprindo uma ordem divina ou doutrinária, mas estão fortalecendo o seu relacionamento no amor e no diálogo e não no sexo. Quando o foco de um casal é o sexo, a ideia de que tudo se resolve na cama é válida, e quando um resolve “pular a cerca” por estar enjoado de transar com a mesma pessoa este não está traindo o seu companheiro (a), mais está simplesmente tentando “salvar” o seu casamento.

Se a tal liberdade sexual fosse a salvação da nossa juventude deveríamos ser uma geração saudável psiquicamente, porém o que vemos nas ruas são pessoas amargas, individualistas, narcisistas e hedonistas, mas como dizia Freud amar o próximo não parece ser algo razoável. Inclusive concordo; amar o próximo não é algo razoável, no entanto, existem diversas coisas que não é razoável, no entanto, a maioria adere. Será que viver em prol do sexo é razoável? Será que fazer tudo aquilo que se tem vontade é razoável? Será que o consumo excessivo de álcool é razoável? Será que consumir dogras é razoável? Será que expor os adolescentes ao sexo livre é razoável? Se a maioria faz tantas coisas mesmo não sendo algo razoável porque não tentar ser menos narcisista e tentar amar o próximo como a si mesmo? Acredito que existe outro problema em amar o próximo como a si mesmo, o fato, de que muitos não são capazes nem de amar a si mesmo. E nesse caso, são narcisistas sem sentimento, apenas olham para si mesmo, mas não sentem absolutamente nada. E com isso são indiferentes e por isso são vazios. Por isso a dificuldade em si amar nos dias de hoje, acredito que a primeira campanha que as religiões deveriam fazer era para que as pessoas voltassem a se amar (amar a si mesmo não é individualismo, nem narcisismo, mas autoestima), para depois ensinar-lhes o amor ao próximo. E por as pessoas não se amarem se expõem ao ridículo transando com qualquer lunático que lhe pareça atraente. Enfim, dizem que estamos evoluindo, se a evolução que se referem estiver focando a tecnologia e a ciência, concordo plenamente, evoluímos e muito, no entanto se essa evolução engloba também a moral, eu diria que a palavra não seria evolução, mas sim, revolução, e uma revolução sem causa, a tal liberdade tão sonhada por nossos antepassados têm deixado as pessoas “escravas de si mesmo”, não sabemos lidar com a liberdade, principalmente as massas, os especialistas em recursos humanos adoram falar em liderança, e o motivo é óbvio, as pessoas precisam sempre de alguém para direcioná-las, já imaginou um país sem um presidente? Já imaginou uma empresa sem um líder? Já imaginou uma igreja sem um pastor? Já imaginou se não houvesse hierarquias? Muitos questionam o domínio dos mais fortes, mas me desculpem os críticos da hierarquia, as massas precisam de regras. O convívio em sociedade necessita de regras, se você quer ser totalmente livre, vá para outro planeta, ou destrua todos a sua volta e seja livre. Falar em liberdade é sempre um problema, as pessoas associam a liberdade ao absoluto, isso é um problema, as pessoas tem o direito sim de pensar diferente, de opinar a respeito de questões importantes, veja bem, não estou dizendo que os mais fortes precisam tomar as decisões sozinhos, só estou dizendo que existem opiniões tolas e que não agregam em nada, esse negócio de que todas as questões são válidas é uma hipocrisia disfarçada de democracia, mas democracia para um povo não esclarecido não é democracia, é uma ditadura disfarçada, por isso acho que estamos regredindo moralmente, nas escola não se ensinam mais os princípios básicos para se viver em sociedade, ensinam-se apenas técnicas e métodos, pouco se fala de moral, as disciplinas humanistas tem perdido a sua importância nas escolas de ensino médio, apesar de estarem voltando algumas disciplinas importantes, como filosofia e sociologia, mas ainda é pouco, é preciso educar as crianças moralmente, e não só eticamente, expor adolescentes ao sexo livre sem antes educá-los, é o mesmo que dizer a uma criança que comer doces em excesso faz mal, e logo após esse pequeno discurso deixá-la sozinha num ambiente infestado dos mais diversos tipos de doces, e achar que pelos simples fato de dizer a ela que o consumo excessivo de doces causa danos a saúde irá impedi-las de se empanturrarem de doces. Educar moralmente deveria ser prioridade, as técnicas deveriam estar em segundo plano, mas o governo diz que os pais são os responsáveis pela educação dos filhos, tudo bem, mas o que os pais não esclarecidos poderão ensinar aos filhos? Talvez qual a melhor novela, ou talvez qual o melhor time de futebol, ou talvez qual a melhor cerveja, enfim, se o governo não buscar diretrizes sólidas para a educação, teremos no futuro uma geração de intolerantes que irão matar o outro pelo simples fato do outro ter pisado no seu pé (será que esse futuro já não é presente?).

Fazer sexo é ótimo, aliás, é maravilhoso. Mas transar simplesmente por transar é fútil e vulgar, dizem que “fazer sexo” é muito melhor que “fazer amor”, depende daquilo que se almeja em uma relação, se for o orgasmo, realmente “fazer sexo” basta, mas se o objetivo for a realização, a concretização de um sentimento, “fazer amor” é muito melhor, pois engloba a reciprocidade, a comunhão e a “intimidade mais intima”, ou seja a intimidade da alma, e o prazer só é satisfatório quando ambos se realizam.

Fazer sexo com a mesma pessoa todos os dias é gratificante, e isso só é capaz por apaixonados por sexo, até porque ser capaz de satisfazer a mesma pessoa por anos e anos, tem que ser muito bom, coisa que os viciados em sexo não são capazes, por isso precisa da diversidade, pois não tem a capacidade de dar prazer, pois só almejam senti-lo independente do outro sentir ou não. Isso é o que nos diferencia dos animais. Quem faz sexo por instinto só é capaz de “sossegar o facho” quando forem castrados.

Nada contra os “pervertidos”, este texto fora escrito aos que almejam ter um relacionamento saudável, duradouro e sólido, firmado no amor e no diálogo, coisa rara nos dias de hoje. Aquele que discorda não tem problema, continue a transar com o máximo de pessoas possíveis. E com isso, continue a fingir que está satisfeito consigo mesmo e que é livre só porque faz tudo o que tem vontade.

Luciano Cavalcante Torres

24.06.2012

Luciano Cavalcante
Enviado por Luciano Cavalcante em 24/06/2012
Código do texto: T3742002
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