Traição versus Deslealdade

Prólogo

Traição = Como uma forma de decepção ou repúdio da prévia suposição, é o rompimento ou violação da presunção do contrato social (verdade ou da confiança) que produz conflitos morais e psicológicos entre os relacionamentos individuais, entre organizações ou entre indivíduos e organizações. Geralmente a traição é o ato de suportar o grupo rival, ou, é uma ruptura completa da decisão anteriormente tomada ou das normas presumidas pelas outros.

Deslealdade = Falta de amor e consideração ao próximo. Falta de princípios morais e de caráter. Uma pessoa amoral é desleal, mentirosa dissimulada. Se você entende ser feia essa palavra (Deslealdade) poderá utilizar alguns sinônimos como os que se seguem: aleive, aleivosia, calúnia, dolo, falsidade, fingimento, fraude, mendacidade, perfídia, traição, desserviço, prejuízo, transtorno, engano, falseta, hipocrisia, mentira, inconstância, doblez, insídia, perversidade, rasteira, trampolinice, cilada, etc.

“O coração ferido por golpes agressivos que se ergue para perdoar e esquecer, é mensagem de esperança que se derrama pela terra, pois, se pensarmos bem, quem de nós não necessita do perdão do outro? Quem de nós não aguarda a madrugada sorridente, após a noite de sombras? Quem de nós não espera, ansioso, o retorno do sol após a chuva torrencial?" — (Boletim Informativo da Federação Espírita Roraimense de maio/2001 e no livro Desperte e seja feliz, ed. LEAL, cap. 19).

“Perdoa as tuas próprias fraquezas e inconsequências. Só assim terás hombridade e ânimo para perdoar os teus algozes." — (Wilson Muniz Pereira).

VIVER É UMA ARTE DIFÍCIL – Sobre esse tema escrevi e publiquei no Recanto das Letras um texto onde asseverei:

“Nem todas, mas algumas pessoas ou personagens virtuais quase sempre são (estão) desprovidas de aspirações, comportam-se como inumanos predadores movendo-se em busca de satisfação física, sem se importar com quem, sem atentar para as necessidades ou valores intrínsecos, sagacidades e fragilidades individuais.

Homens e mulheres sejam eles incautos, pedófilos ou não, quando falam ao telefone aflautam suas vozes para parecerem mais jovens. Enviam fotos para seus consortes de quando tinham a metade ou menos da idade atual ou, fazem muito pior ao mandarem ou postarem em seus perfis desenhos garatujados (Há ótimos aplicativos para isso) ou fotos de outras pessoas desconhecidas.

Essa esmagadora maioria, por brincadeira ou motivo escuso, quer viver no anonimato para enaltecer a sanha e o desvio de melhor conduta. Esses navegantes virtuais, anônimos, elaboram seus perfis tais quais seus currículos recheados de informações que não corresponde à verdade. Enganam e se enganam, mas dia virá que compreenderão que o indevido uso da internet só os conduzirá a uma sofrida frustração, a uma expectativa debalde, sem nenhuma coloração.”.

A FORÇA DO DIÁLOGO

Na página eletrônica da “arca universal”, escrito por Tany Souza, encontrei um artigo que entendi ser interessante para apor no Recanto das Letras. Trata-se do texto: “Como agir depois de uma traição?”.

A resposta a essa indagação é simples e sempre frisei isso em meus escritos: “O diálogo é um bom caminho, até mesmo para evitar o problema”.

A deslealdade é algo cada vez mais presente em nossa sociedade. Segundo a psicóloga Cecília Zylberstajn, é esse um dos motivos que levam as pessoas a serem infiéis com as outras. “A traição poderia ser evitada se houvesse mais conversa.”.

Ela também aponta outra causa para a falta de lealdade: a diferença de expectativas entre as partes de uma relação. “Às vezes, o que uma pessoa enxerga como traição, a outra não vê desta forma.”.

E a falta de diálogo e as expectativas diferentes não influenciam somente no relacionamento conjugal. “Porém, quando falamos de amizade, as ‘normas’ são mais tênues, algumas até universais e construídas na própria relação”, explica Cecília.

Se não houve diálogo antes de algum problema, ele é necessário para que tudo seja esclarecido. “Assim, é possível entender as motivações da suposta traição, as duas visões do problema na relação, e resolver”, esclarece a psicóloga.

Após uma infidelidade, geralmente as pessoas ficam mais receosas de confiar em outras, o que dificulta uma nova relação amorosa, uma amizade e um contato mais aberto com familiares. “E isso acontece porque tendemos a generalizar tudo. É mais fácil pensar: ‘Se alguém fez, o outro fará o mesmo comigo’”, exemplifica ela.

Para a especialista, há sim a possibilidade de um perdão real, mas ficam as consequências do ato – ou a falta dele. “O perdão significa dar uma nova chance. É uma questão de rever a relação, de avaliar as expectativas e alinhar. De repente, espera-se uma intimidade em que não há recíproca.”

Depois de viver uma desilusão, é necessário observar o que está acontecendo. “Se o tempo inteiro a pessoa se sente traída por todos, deve haver uma autoavaliação, pois, ou ela é muito exigente com os outros, ou muito ingênua”, aponta Cecília.

PERDÃO NO CASAMENTO

Para o conselheiro sentimental Renato Cardoso, é preciso um olhar diferenciado de ambas as partes para que aconteça um perdão real. “Não adianta perdoar o marido de uma traição, por exemplo, e sempre ficar apontando o erro dele, em qualquer briga. Por outro lado, ele também precisa mudar seu comportamento, para que a confiança da esposa seja restabelecida.”.

POR QUE TRAIMOS? – TEXTO DE DON OCTAVIO.

“Mas indo direto ao ponto, tanto homens quanto mulheres traem por um mesmo motivo, ESTÁ FALTANDO ALGO NO RELACIONAMENTO, e as vezes justamente o que falta no seu relacionamento, você acaba encontrando em outra pessoa.” (SIC) — Defende Octavio.

“Mas com o passar dos anos eu traia pelo dito no começo, algo que faltava no relacionamento, fosse o sexo que não estava satisfatório (até mesmo a total falta dele), ou os gênios não batiam mais, ou até mesmo o simples fato de não querer mais estar com a pessoa, mas não ter coragem de falar isso, então fazia de tudo para que terminasse, inclusive deixando “pistas” claras do que acontecia quando ela não estava presente.” (SIC) — Assevera Octavio.

“Sim eu era um idiota, eu sei. Só que, hoje parando para pensar, não era só isso que me fazia trair. Foi sempre o desfecho do “efeito bola de neve”. Um pequeno detalhe aqui, outro ali, mais um mais pra frente, e quando você vê você tem um monstro que não consegue lidar, e não tem mais jeito, a única maneira de lidar com isso é terminar o relacionamento e deixar o tempo curar o que as conversas não conseguiram resolver.” (SIC) — Conclui Octavio em seu texto.

MINHA SIMPLÓRIA CONCLUSÃO

Não existe traição no contexto ou campo afetivo! Não creio e aconselho a todos os meus diletos leitores a prestarem bastante atenção a esta minha simplória conclusão. Ficou chocado (a)? Não fique antes de ler até a última linha deste meu insulso texto.

Para mim traição é quem, perfidamente, entrega, ou denuncia, ou vende alguém ou alguma coisa ao inimigo. Quando convivemos por algum tempo com uma pessoa temos a errônea tendência de entender que essa pessoa irá se comportar de acordo com as nossas convicções, crenças familiares e culturas ambientais.

Pronto! Ai está a resposta da charada. É a ingenuidade real ou ficcional lastrada na boa-fé. Ora, ninguém é igual a ninguém. Por conta disso os comportamentos poderão até ser imitados e tolerados por um determinado período, mas as mudanças são cogentes com o passar do tempo.

Quando essas pessoas com quem convivemos agem de forma um pouco diferente daquela que acreditamos que elas deveriam agir, estranhamos... Por fim, quando essas ações, chegam a, eventualmente, nos prejudicar, perturbar, ignorar sentimentos melosos, causar sofrimento, e alterar nossas rotinas, decisões e formas de agir, aí a coisa fica feia.

Passamos a ficar cada vez mais desconfiados que algo NÃO ESTÁ BEM. Claro. Criamos uma expectativa, endeusamos essa “nossa sublime amizade e convivência”. O amargo se acentua. Palavras como traição e deslealdade surgem como um grito no silêncio da madrugada fria, chuvosa, lúgubre.

Não atentamos para uma inconteste verdade: Com tinta azul, ou como uma aurora boreal vimos e desenhamos sobre os outros, os valores que passamos a acreditar que eles têm ou deviam ter, e que pensávamos ser iguais aos das nossas crenças que juramos serem ou terem sido forjadas no cadinho da esperança.

Ora, ora, ora, meus queridos e amáveis seguidores do bom siso, da melhor razão, curiosos leitores cientes dos mais argutos brios... Não é factível falarmos de traição de amizade, de colegas, por exemplo, e sim que erramos, nós mesmos, em nossas crenças ou expectativas sobre essas pessoas.

Pois é, erramos feio. Enganamo-nos, mas NÃO FOMOS TRAÍDOS! Esse engano foi o de criar uma imagem à semelhança do que idealizamos, construímos em nossas mentes limitadas e quase sempre escancaradas a uma manifestação de maniqueísmo sem darmos chance a uma terceira opção.

RESUMO DA CONCLUSÃO

Lealdade é ter franqueza, sinceridade; enquanto fidelidade é a exatidão em cumprir suas obrigações, em executar suas promessas: jurar fidelidade. A traição é, sem dúvida nenhuma, deslealdade, infidelidade no amor. Opa! Aqui escrevo algo diferente do que acredito quando escrevi: “... traição é quem, perfidamente, entrega ou denuncia ou vende alguém ou alguma coisa ao inimigo...”. Ora, isso é fácil de explicar:

Está em vigor, desde o dia 29 de março de 2005, a Lei nº 11.106/05, que alterou diversos dispositivos do Código Penal Brasileiro. Dentre as alterações, é importante destacar aquela que não mais considera o "adultério" como fato criminoso. Entenda-se que não se trata de render uma homenagem ao adultério, mas de reconhecer que a família e o matrimônio são hoje perfeitamente protegidos pelo ordenamento jurídico de outra forma, em outra seara.

Todavia, em nosso ordenamento jurídico, mais precisamente no Código Civil podemos ler: A traição configura violação dos deveres do casamento (dever de fidelidade recíproca, dever de respeito e consideração mútuos etc – art. 1.566, CC) e, como tal, dá fundamento ao pedido de separação judicial por culpa, desde que a violação desses deveres torne a vida conjugal insuportável (art. 1.572, CC).

Por outro lado vemos que no dicionário Aurélio ADULTÉRIO é: Transgressão, nos aspectos moral e legal, da fidelidade conjugal (compromisso de exclusividade recíproca nas relações sexuais dos cônjuges) implícita ou explícita no contrato matrimonial. Aqui NÃO SE FALA EM TRAIÇÃO!

No mesmo dicionário INFIDELIDADE É: Ato de ter relações sexuais com outra pessoa que não o seu próprio cônjuge. Infelizmente, em respeito à linguagem coloquial e mais usada pelo povo, o dicionário Aurélio assevera que TRAIÇÃO é: Infidelidade amorosa!

Esperneio e grito se necessário for: NÃO CREIO EM TRAIÇÃO NO CONTEXTO AFETIVO. Entendo e defendo que o mais correto é que o suposto desleal busca pelo complemento de um ou mais anseios na ânsia de ser feliz. Ademais, você jamais será traído por seu inimigo! Essa afirmação parece um paradoxo? Isto é, contraditória a outra expressão ou ao senso comum?

Então por que Napoleão Bonaparte quando orava dizia, às vezes, entredentes para nem ele mesmo ouvir com clareza sua prece? "Deus me livre dos amigos porque dos inimigos cuido eu!". Ele orava desse modo por saber que o mal estava sempre por perto, à espreita, ao seu lado, em seus aposentos, em sua cama.

O amigo (a) risonho (a), puxa-saco, bajulador (a), que enaltece exageradamente os seus méritos é um (a) inimigo (a) velado (a), em potencial! Aquele em quem mais você confia é justamente o mais provável, pela perigosa proximidade, de lhe causar uma vergonha, um dissabor, apenas pelo fato de você ter criado e alimentado expectativas positivas sobre essa amizade. O inimigo declarado, por estar longe, é indiferente e NÃO lhe causará desgostos inesperados.

Contudo, parentes mais próximos, vizinhos, os que frequentam sua casa e se sentam à sua mesa, comem do seu pão e bebem do seu melhor vinho, mais cedo ou mais tarde lhe causarão aborrecimentos de ordem sentimental, moral, e/ou financeiro por excesso de confiança potencializado por acentuado desvio de caráter.

Enganamo-nos criando expectativas surreais com os supostos amigos e reais familiares. Fantasiamos ao acreditarmos em amizade ou amor eterno. Não fomos traídos. Fomos enganados! Tenho a absoluta certeza de que meus diletos e inúmeros leitores, em sua grandiosa maioria, NÃO CONCORDARÁ COMIGO. Não sofrerei e até fico feliz por essa discordância.

Todavia repito sem receio: Traição e deslealdade são diferentes e incompatíveis, sendo aquele o rompimento ou violação da presunção do contrato social e este a falta de amor, respeito, amizade sincera e consideração ao próximo.

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NOTAS REFERENCIADAS E BIBLIOGRÁFICAS

- Código Civil Brasileiro;

- Wikepédia - A enciclopédia livre;

- Dicionário Aurélio Eletrônico;

- Página eletrônica da “arca universal”, escrito por Tany Souza;

- Por que traímos? Don Octavio - Blog: Nem sempre é doce, mas é sempre amor...;

- Boletim Informativo da Federação Espírita Roraimense de maio/2001 e no livro Desperte e seja feliz, ed. LEAL, cap. 19;

- Notas de Aulas do Autor - Pós-Graduação.