Tipo de dominação carismática em Weber
O sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) demonstra ao longo de suas obras, três formas de dominação: a tradicional, a dominação legal e a carismática.
Essa última tem sua origem em tempos obscuros, sendo provavelmente de cunho cristão e que tem como significado vinculado ao dom da graça. Atualmente, esse termo popularizou-se de uma forma que passou a ser amplamente utilizado por jornalistas e leigos.
Weber adotou essa palavra a partir do teólogo, Rudolph Sohm que a utilizava para interpretar o desenvolvimento da antiga igreja cristã (BENDIX 1966, P.325). Em sua análise carisma tem tanto uma importância religiosa quanto secular ao longo da história. O carisma é capaz de assumir toda uma variedade de aspectos, correspondendo a uma influência militar, política, ética, religiosa, artística, contudo em todos os casos, sua consequência é afetar de forma impressionante as vidas dos que ficam sob o seu efeito.
Para Weber significa uma qualidade excepcional, sobre-humano, “sobrenatural”, seja real ou imaginaria, possuído por um individuo isolado que é capaz de exercer influência e liderança sobre um grupo de admiradores. Aquele que possui “é um enviado de um Deus”, um herói ou um chefe. Dessa forma o carisma está ligado à crença, ou seja, ao fazer-se acreditar através de milagres, êxitos ou promessas de prosperidades aos seus súditos.
O carisma está presente no sempre novo, naquilo que foge a rotina, em um fator emotivo para uma fonte de devoção. Obede-se exclusivamente à pessoa do líder e não uma posição estatuíta (dominação legal) ou de sua dignidade tradicional (dominação tradicional). Por outro lado um indivíduo tido como popular ou simpático não necessariamente alguém que partilhamos determinada crença ou opinião e isso não torna o torna um líder carismático.
Ademais, para manter um carisma, o mesmo deve ser dinâmico e frequentemente exercido e provado. Quando o carisma se transforma em diferença, ele é rapidamente dissipado. Devido o seu caráter pessoal, o tipo de dominação carismática, pode encontrar problemas para sua transmissão quando um líder ou profeta morre.
Para Weber, o carisma é uma explosão que desafia a tradição e despreza a frieza da legalidade impessoal, assumindo o seu caráter revolucionário. Contudo outros autores como Shil, escrevem sobre uma propensão carismática que objetiva a manutenção do status quo. Além disso, a exposição de Weber tende a deixa-lo em uma condição mais mística, sendo que em estudos mais recentes relacionados à oratória e política demonstra que ele pode ser adquirido através de técnicas orquestradas e aprendidas principalmente por políticos.