Os otários e o jeitinho brasileiro
O câncer do Brasil não é o brasileiro, mas o jeitinho brasileiro travestido de cultura. A famosa Lei de Gérson*.
Jeitinho brasileiro é a dita malandragem de passar a perna nos outros, de ficar no carnaval “deixando a vida me levar” e só começar a trabalhar pra valer no mês de Março; a cultura de que “malandro é malandro e mané é mané”; a prática de fazer gatos e roubar coisas sendo vista como inteligência e esperteza ao invés de crime; o ato de driblar o trabalho duro com o ganho desonesto e disfarçar a imoralidade disso tudo como sendo nossa “cultura”. Não, malandragem não é cultura, é coisa de vagabundo.
Cansei de ser mal atendido em repartições públicas, tendo que pagar a famosa “taxinha de urgência” ou um “agrado por fora” se quisesse ser tratado como cidadão e contribuinte. Cansei de ter que fazer amizades com políticos para finalmente ter algo feito na minha rua e ser ouvido. Cansei de ser chamado de mané só porque trabalho duro enquanto paspalhos enriquecem através de fraudes, extorsões e ladroagens. Também cansei de ver fanfarrões e adeptos do jeitinho brasileiro recebendo espaço na mídia enquanto homens honrados como Olavo de Carvalho e Alborghetti são ignorados.
Pelos políticos e servidores públicos somos chamados de “contribuintes”, como se a palavra imposto significasse contribuição voluntária, e mesmo assim levamos mijadas na cara diárias de muitos e muitos funcionários públicos desonestos que sonham com seu “ganho extra”, e também do próprio governo que faz vistas grossas à toda essa putaria que acontece.
Parem de ser hipócritas e falsos-moralistas. Não sou otário!
Graças ao jeitinho brasileiro (leia-se roubo e desrespeito a regras), vários sites e servidores BANIRAM os usuários daqui. Parabéns brazucas!
Na mente de vários brasileiros, a solução mais simples é a solução mais viável, mesmo que seja antiética. Não se trata de ser politicamente correto, mas de ser um cidadão honrado e respeitar as leis.
Se fulano não tem dinheiro para pagar a conta de luz, a solução para ele não é trabalhar mais, exigir menos impostos na época de eleição ao invés de votar no Tiririca ou talvez viver no escuro até poder pagar suas contas, mas sim roubar energia elétrica do vizinho.
Se fulano não tem dinheiro para pagar mensalidade de Internet, a solução não é ir na lan-house e pagar para usar o serviço, mas sim roubar sinal de Internet com direito a softwares que quebram senhas da rede encriptada.
E o tal vizinho, o homem que trabalha e paga suas contas, acaba pagando a conta pelos idiotas que justificam seus crimes como “criatividade brasileira”, o que é aplaudido por todos como sendo a cultura do nosso país. Não, isso não é cultura!
Outra coisa irritante na maioria dos brasileiros é a mania de desmerecer o trabalho alheio, criticando outros países sem olhar para o próprio umbigo e sem reconhecer seus próprios problemas. Um exemplo disso aconteceu na divulgação do último prêmio Nobel, quando vários imbecis ficaram questionando a premiação no Twitter, dizendo coisas idiotas como “ele ganhou o Nobel apenas por isso”?
Pois é, para esses cretinos a Mulher Melancia ganhando milhares de reais apenas mostrando uma bunda gorda é algo normal, mas um cientista ter seus estudos premiados como um Nobel não vale, afinal ele não é brasileiro e “para mim não significará nada o estudo sobre quasicristais, isso não é importante”. Mas um ganhador do BBB ou galã de novela que quebra o pé é muito importante.
Um exemplo de como imbecis são premiados é aquela série Conselho de Classe do Fantástico, onde montaram uma espécie de reality show em uma sala de aula no Rio de Janeiro. Ok, quem eles destacam nesse mini-reality show? Os nerds, estudiosos e alunos que tiram boas notas? As turmas disciplinadas, com bons alunos?
Não!
O foco desse reality de merda são justamente os funkeirinhos mirins, rebeldes do fundão e alunos indisciplinados que burlam a lei e autoridades escolares para aparecer, e que certamente ficarão muito felizes de exibirem seus “jeitinhos”de aparecer em rede nacional, enquanto alunos bons dessas escolas – cujos pais batalham muito para discipliná-los – ficam ocultos e são totalmente ignorados.
Jeitinho brasileiro = manés que pagam pelos malandros
Antes de dizer que esse artigo é pura reclamação de minha parte, pense nos efeitos que tudo isso tem sobre você, suas finanças e sua vida.
O jeitinho brasileiro tem vários efeitos negativos sobre os brasileiros realmente honestos.
Vários sites e servidores bloquearam acessos aos brasileiros pois segundo eles “são indisciplinados, incapazes de seguir regras de convívio e sempre buscando levar vantagem em tudo”. E o brasileiro honesto, o mané que segue as regras mesmo tendo lucro menor visando ser alguém honrado e honesto, acaba pagando o preço do jeitinho junto com os ditos malandros que deveriam ser presos, mas são aclamados como possuidores de mentes criativas.
O mesmo acontece com vários vendedores do eBay e sites estrangeiros, que cada vez mais se recusam a vender para o Brasil porque os malandros vivem protestando os pagamentos e reclamando por serem taxados na alfândega, como se os vendedores tivessem culpa do paspalho não querer pagar seus impostos. Isso sem contar nas empresas que pagam impostos exorbitantes para compensar o buraco deixado pelos sonegadores, ou nos impostos que você paga ao INSS para sustentar beneficiários fantasmas e mentirosos que se dizem doentes só para não trabalhar.
Acordem, paspalhos! Jeitinho brasileiro não é cultura, não é criatividade, é crime.
Você está pagando pelos malandros que sonegam impostos e que burlam a lei e fazem pequenos roubos como se fossem gênios do improviso. Pare de aplaudir os malandros e desonrados, que travestem a criminalidade de cultura, pois para eles o otário é você!
A LEI DE GÉRSON:
Na Lei de Gérson a pessoa "gosta de levar vantagem em tudo", no sentido negativo de se aproveitar de todas as situações em benefício próprio, sem se importar com a moral, honestidade ou ética. A expressão originou-se em uma propaganda, de 1976, para os cigarros Vila Rica, na qual o meia armador Gérson da Seleção Brasileira de Futebol era o protagonista.
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