“Violência Em perspectiva socióloga”
São Paulo 18 de Abril de 2011
Luana Thoreserc
Introdução
Olhar Sociólogo
Sociologia é o estudo do comportamento coletivo nas interações e organizações humanas. Em suma. Estuda todos os mecanismos de cultura que o ser humano cria para interagir e se organizar em uma sociedade.
A sociologia explora todas as estruturas sociais que avança através de uma ordem estabelecida socialmente, lançando um olhar cientifico busca entender as varias transformações que o processo do “avançar” provoca nas sociedades, em suas culturas e estruturas.
Percebe-se que os homens da era moderna vivem uma faze de “renascimento Filosófico”. Hoje como em um passado distante, o homem pensa com mais frequência e com mais seriedade, sobre varias questões. Questões ligadas ao meio ambiente, a interação em grupo, valores familiares, sociais e políticos. Lançamos novamente nossos olhos para o universo e o mundo, em busca de soluções para problemas a níveis globais não só individuais.
O ato de pensar e refletir surge no homem quando este passa por situações cujo seus pensamentos já estabelecidos não mais servem. Porem, as sociedades em sua grande maioria, ainda se serve do senso comum, do senso coletivo que nasce na pratica cotidiana que fundamenta o pensar em formas diretas e rápidas, tornando assim tudo mais simples. Quando se usa do senso comum não existe a preocupação de se aprofundar o conhecimento na realidade.
A visão de um sociólogo deve ser livre das características do senso comum, o sociólogo deve aprofundar seu olhar, sair da superfície e buscar o entender racional para o seu objeto de estudo (As Sociedades). Suas generalizações precisam ser fundamentadas em estudos e pesquisas, livres do subjetivismo e de emocionalismos ilusórios.
Discutindo a Violência
Se todos se servem do senso comum, ou senso coletivo, por que a sociedade “A” entra em conflito com a sociedade “B”?
O senso comum parte da cultura e do cotidiano de cada grupo que forma uma sociedade. Cada qual possui as suas ideias e valores fundamentados em seu modo de vida; sua política; sua religião e educação familiar. Sem contar que muitos irão processar as informações que recebem de maneira prática e acrítica, onde poderá também, com certeza, sofrer influencia da personalidade individual; neste caso a sociedade “A” não irá entrar em conflito com a sociedade “B” como também com indivíduos de sua própria sociedade.
A violência pode ser vista de uma forma socióloga e explicada a fim de criar seres humanos pacíficos?
Aprendemos ao longo do tempo que não se responde uma pergunta com outra pergunta, mas esta é uma ideia que parte do senso comum.
O que é ser pacifico?
Muitos entendem como passividade, deixando-se ser violentado sem o revide na mesma moeda. Entretanto um ato de violência, nunca é o primeiro ato, é uma queda de dominós e todo violentado já foi violentado.
Na maioria das vezes o individuo que comete a violência, não possui consciência de seus atos, Isto parte de uma estrutura deficiente de valores morais e que mais tarde reflete no individuo ético.
A questão ainda está aberta...
O que é ser pacifico?
Ser pacifico não implica em ser passivo, aceitando a violência que outros venham a cometer. Porem o “Não aceitar” não quer dizer que tenha de revidar. Tem de se entender esta queda de dominós que vem dos primórdios da humanidade. Entendendo o efeito borboleta da violência podemos melhorar a questão, não sana-la, pois a violência é característica do ser Humano. No animal irracional não podemos chamar de violência o ato instintivo de defender a si e seu território. Entretanto, o animal racional usa para defender a si e seu território o instinto racionalizado em seus interesses, em sua personalidade, valores, prazeres etc.
Portanto. A violência é um instinto potencializado no ser humano pela capacidade de racionalizar.
Vemos sempre a questão da proibição de armas de fogo sendo levantada. Muitas pessoas ditas “Pacificas” são contra a proibição. Como explicar?
As respostas anteriores respondem em partes esta questão.
Uma arma de fogo é criada com um único objetivo... Matar. Quem for usa-la determinará o significado de sua funcionalidade.
A arma deixa de ser um artefato violento quando empregado para a defesa de um cidadão. Nas mãos de um marginal ela representa violência, perigo, na mão de um policial ela representa segurança. Porem o uso da arma é um só, nas mãos de um policial ou de um marginal o seu uso não terá o mesmo resultado? (mortes).
O homicídio em si não é um ato cometido de violência até no emprego da defesa?
Já faz parte das sociedades o uso do próprio veneno como antídoto. Isso explica o porquê de um individuo pacifico ser a favor das armas de fogo. Em um pensamento mais filosófico, podemos dizer que para estes a paz seja a tranquilidade de seu território, a paz não está em seus valores como um bem vital e coletivo, e sim em algo que importa somente à ele mesmo e para defende-la, com certeza, usará de meios violentos.
A proibição de venda de armas de fogo pode diminuir a violência e vir a estruturar uma sociedade pacifica?
Vale Frisar que o sistema deficiente não impedirá a disseminação de armas de fogo, pois existe o comercio ilegal. Então, quem quiser uma arma, e saber onde busca-la, terá.
Mas a proibição das armas pode ser uma informação a mais para a formação de futuras sociedades, que talvez, entenderão melhor que nós, o que é violência, e se de fato usar violência contra violência, irá resolvê-la ou atenua-la.
A violência é um objeto de estudo, não podemos direciona-la apenas para o uso de armas de fogo. Precisamos desmembra-la, desconstruí-la e encontrar em quais situações a praticamos sem o saber.
Olhar Cientifico:
A palavra violência vem do latim “Violentia” que tem por significado “a força que se usa contra os direitos da lei”
Violento vem do latim “violentus” que tem por significado “Todo aquele que age com força impetuosa excessiva e exagerada”
na língua latina ela também aparece como “Poder” “Dominação” e geralmente o seu uso é concedido àquele que exerce autoridade que impossibilita resistência, violando a integridade de outro (Fonte: Dicionário- A origem das palavras/autor: Barbosa, Elazier/Editora:RG Editores)
Veja como se pode melhor entender uma situação somente com uma simples pesquisa de origem da palavra que se usa para descrevê-la.
Com este simples conhecimento, podemos melhor pensar sobre em que momento de nossas interações sociais estamos fazendo o uso da violência, sem que percebamos.
Não se pode entender a violência generalizando-a a um único grupo de pessoas com características marginais. Temos de estudar todas as suas manifestações. Uma de suas manifestações mais grotescas é a violência intelectual, cometida as claras em nosso país e em outros, onde vemos uma grande massa de pessoas sendo manipuladas por falsas ideias e informações oportunistas.
Toda porta se abre para violência quando o dono da casa é subjetivista e apegado a verdades absolutas.
São Paulo 18 de Abril de 2011
Luana Thoreserc
Introdução
Olhar Sociólogo
Sociologia é o estudo do comportamento coletivo nas interações e organizações humanas. Em suma. Estuda todos os mecanismos de cultura que o ser humano cria para interagir e se organizar em uma sociedade.
A sociologia explora todas as estruturas sociais que avança através de uma ordem estabelecida socialmente, lançando um olhar cientifico busca entender as varias transformações que o processo do “avançar” provoca nas sociedades, em suas culturas e estruturas.
Percebe-se que os homens da era moderna vivem uma faze de “renascimento Filosófico”. Hoje como em um passado distante, o homem pensa com mais frequência e com mais seriedade, sobre varias questões. Questões ligadas ao meio ambiente, a interação em grupo, valores familiares, sociais e políticos. Lançamos novamente nossos olhos para o universo e o mundo, em busca de soluções para problemas a níveis globais não só individuais.
O ato de pensar e refletir surge no homem quando este passa por situações cujo seus pensamentos já estabelecidos não mais servem. Porem, as sociedades em sua grande maioria, ainda se serve do senso comum, do senso coletivo que nasce na pratica cotidiana que fundamenta o pensar em formas diretas e rápidas, tornando assim tudo mais simples. Quando se usa do senso comum não existe a preocupação de se aprofundar o conhecimento na realidade.
A visão de um sociólogo deve ser livre das características do senso comum, o sociólogo deve aprofundar seu olhar, sair da superfície e buscar o entender racional para o seu objeto de estudo (As Sociedades). Suas generalizações precisam ser fundamentadas em estudos e pesquisas, livres do subjetivismo e de emocionalismos ilusórios.
Discutindo a Violência
Se todos se servem do senso comum, ou senso coletivo, por que a sociedade “A” entra em conflito com a sociedade “B”?
O senso comum parte da cultura e do cotidiano de cada grupo que forma uma sociedade. Cada qual possui as suas ideias e valores fundamentados em seu modo de vida; sua política; sua religião e educação familiar. Sem contar que muitos irão processar as informações que recebem de maneira prática e acrítica, onde poderá também, com certeza, sofrer influencia da personalidade individual; neste caso a sociedade “A” não irá entrar em conflito com a sociedade “B” como também com indivíduos de sua própria sociedade.
A violência pode ser vista de uma forma socióloga e explicada a fim de criar seres humanos pacíficos?
Aprendemos ao longo do tempo que não se responde uma pergunta com outra pergunta, mas esta é uma ideia que parte do senso comum.
O que é ser pacifico?
Muitos entendem como passividade, deixando-se ser violentado sem o revide na mesma moeda. Entretanto um ato de violência, nunca é o primeiro ato, é uma queda de dominós e todo violentado já foi violentado.
Na maioria das vezes o individuo que comete a violência, não possui consciência de seus atos, Isto parte de uma estrutura deficiente de valores morais e que mais tarde reflete no individuo ético.
A questão ainda está aberta...
O que é ser pacifico?
Ser pacifico não implica em ser passivo, aceitando a violência que outros venham a cometer. Porem o “Não aceitar” não quer dizer que tenha de revidar. Tem de se entender esta queda de dominós que vem dos primórdios da humanidade. Entendendo o efeito borboleta da violência podemos melhorar a questão, não sana-la, pois a violência é característica do ser Humano. No animal irracional não podemos chamar de violência o ato instintivo de defender a si e seu território. Entretanto, o animal racional usa para defender a si e seu território o instinto racionalizado em seus interesses, em sua personalidade, valores, prazeres etc.
Portanto. A violência é um instinto potencializado no ser humano pela capacidade de racionalizar.
Vemos sempre a questão da proibição de armas de fogo sendo levantada. Muitas pessoas ditas “Pacificas” são contra a proibição. Como explicar?
As respostas anteriores respondem em partes esta questão.
Uma arma de fogo é criada com um único objetivo... Matar. Quem for usa-la determinará o significado de sua funcionalidade.
A arma deixa de ser um artefato violento quando empregado para a defesa de um cidadão. Nas mãos de um marginal ela representa violência, perigo, na mão de um policial ela representa segurança. Porem o uso da arma é um só, nas mãos de um policial ou de um marginal o seu uso não terá o mesmo resultado? (mortes).
O homicídio em si não é um ato cometido de violência até no emprego da defesa?
Já faz parte das sociedades o uso do próprio veneno como antídoto. Isso explica o porquê de um individuo pacifico ser a favor das armas de fogo. Em um pensamento mais filosófico, podemos dizer que para estes a paz seja a tranquilidade de seu território, a paz não está em seus valores como um bem vital e coletivo, e sim em algo que importa somente à ele mesmo e para defende-la, com certeza, usará de meios violentos.
A proibição de venda de armas de fogo pode diminuir a violência e vir a estruturar uma sociedade pacifica?
Vale Frisar que o sistema deficiente não impedirá a disseminação de armas de fogo, pois existe o comercio ilegal. Então, quem quiser uma arma, e saber onde busca-la, terá.
Mas a proibição das armas pode ser uma informação a mais para a formação de futuras sociedades, que talvez, entenderão melhor que nós, o que é violência, e se de fato usar violência contra violência, irá resolvê-la ou atenua-la.
A violência é um objeto de estudo, não podemos direciona-la apenas para o uso de armas de fogo. Precisamos desmembra-la, desconstruí-la e encontrar em quais situações a praticamos sem o saber.
Olhar Cientifico:
A palavra violência vem do latim “Violentia” que tem por significado “a força que se usa contra os direitos da lei”
Violento vem do latim “violentus” que tem por significado “Todo aquele que age com força impetuosa excessiva e exagerada”
na língua latina ela também aparece como “Poder” “Dominação” e geralmente o seu uso é concedido àquele que exerce autoridade que impossibilita resistência, violando a integridade de outro (Fonte: Dicionário- A origem das palavras/autor: Barbosa, Elazier/Editora:RG Editores)
Veja como se pode melhor entender uma situação somente com uma simples pesquisa de origem da palavra que se usa para descrevê-la.
Com este simples conhecimento, podemos melhor pensar sobre em que momento de nossas interações sociais estamos fazendo o uso da violência, sem que percebamos.
Não se pode entender a violência generalizando-a a um único grupo de pessoas com características marginais. Temos de estudar todas as suas manifestações. Uma de suas manifestações mais grotescas é a violência intelectual, cometida as claras em nosso país e em outros, onde vemos uma grande massa de pessoas sendo manipuladas por falsas ideias e informações oportunistas.
Toda porta se abre para violência quando o dono da casa é subjetivista e apegado a verdades absolutas.