A Industria do crime: sociedade covarde
Haveria real interesse pelo combate ao crime no país? É a pergunta que não quer calar e que a sociedade precisa constantemente fazer.
Admita-se ou não, o crime se tornou uma indústria. Muita gente ganha com ela. É um grande e lucrativo negócio. Quanto mais intensa a onda de crimes maiores são os lucros. São milhões de reais oriundos do crime circulando livremente no mercado. Dinheiro sujo.
Ganha os jornais sensacionalistas- violência ajuda a vender jornais; as casas de armas, as empresas de vigilância, a indústria automobilística ao produzir veículos blindados, e até os vigias de quarteirões que arriscam a vida protegendo os bens de quem pode pagar.
O crime não gera somente lucros financeiros. Também Produz dividendos pessoais, políticos e eleitorais.
O repórter policial ganha fama; o delegado de Polícia, dependendo do caso, se projeta com o reconhecimento público, e pode até ser promovido; juizes de direito e promotores, sob vários aspectos, também podem se dá bem quando agem com rigor, principalmente nos crimes de grande clamor público. Quem não se lembra de Denise Frossard a corajosa magistrada que se insurgiu contra o crime organizado, no Rio de Janeiro e de tão popular acabou entrando para a política partidária chegando a ser deputada federal ? E, muitos outros.
Os gestores políticos também faturam ao aparecer nos meios de comunicação anunciando “medidas enérgicas conta o crime.
Percebe-se claramente que não são somente os bandidos que se beneficiam com o crime.
O crime compensa? Para alguns, mesmo que temporariamente sim, senão já teria deixado de existir.
O grande perdedor nesta história é o cidadão comum inserido em milhares de família afetado direto e indiretamente pela ação dos criminosos. Ora chorando a perda de um ente querido, ora lamentando a subtração de um bem.
O problema ( o crime) existe. Não se trata de algo abstrato, é real, é palpável. A sociedade pede socorro. Qualquer um, independente da classe social a que pertença pode ser a próxima vítima.
O que fazer diante de tanta barbárie? Atacar as causas ou as conseqüências? Está provado que combater somente as causas não resolve já que os crime se assemelha aquela figura da mitologia grega de várias cabeças chamada Hidra. Reza o mito que se cortava uma cabeça e surgia imediatamente outras no mesmo lugar.
É importante se combater as conseqüências do crime, e a sociedade precisa sistematicamente de ações nesse sentido, mas é imperioso conhecer as causas e implementar mecanismos eficazes para dar tranqüilidade á população.
É fato: a violência (segurança pública) não é somente um dever do Estado. Torna-se necessário, mais do que nunca, o engajamento de toda a sociedade.
O mal tem que ser atacado pela raiz. Idéias, programas de resgate social e de medidas preventivas contra o crime existem muitas, mas falta vontade política para implementa-las. A vontade política está adormecia justamente por causa da covardia de parte da sociedade, que letárgica, ainda não descobriu que pode virar esse jogo.
Advogo que um dos vários caminhos para se arrefecer a produção de criminosos ainda é o processo educativo que não seria somente uma responsabilidade da escola, mas da família, da igreja, dos clubes de serviços, e de outras instituições ligada á formação social do homem.