Vendo a sociedade
Em tempo de outono, sente aquele vento no ouvido caminhando pela calçada observando cada detalhe da cidade, as arvores em meios a grandes edifícios a poluição sonoro de buzinas e britadeiras.
Pessoas zangadas no transito, estressadas do trabalho, fumando, bebendo, traindo, sumindo....
Ao anoitecer, tudo se acalma.
Luzes de bares, pessoas rindo, casais felizes.
Chefes e empregados cada um de um lado.
Continua a caminhada até o calar da noite, onde surge na calçada um garoto, de pele morena e cabelo frisado, que me pede dez centavos.
Vendo isso paralisei e me franzi diante daquela cena, o mundo parou e a indignação surgiu.
Pensei por alguns segundo sobre todos os que tem fome, todos os que não tem moradia, toda a pobreza destas ruas, pessoas drogadas e mau amadas, sozinhas e mal vestidas.
Tive um surto de existência, sociedade , riqueza, pobreza ,diferença...
Imaginei a mãe daquele garoto, como chegou a este ponto, se foi família, drogas, depressão, ou sei lá mais o que, como deixar isso acontecer.
Isso é problema político? isso é problema cultural?, de quem é a culpa disso? O que me pergunto quando percebo estar parada há vários minutos olhando para o rosto sofrido e secana daquele menino que diz:
-O Tia, nunca viu não? eu heim...