Contágio...
Horário de ‘pico’...
Ônibus superlotado...
Muita gente em pé, encostadas umas nas outras...
Adentrei ao coletivo já preparado para as agruras de tal situação.
Para minha surpresa e satisfação, visualizei lugar vago em um banco de uso duplo, ocupado em seu lado ‘interno’ por uma ‘veneranda’ senhora.
Como me é peculiar, acerquei-me do lugar vago, pedi licença e já me preparava para ocupá-lo quando fui surpreendido por um lépido levantar da senhora que por lá já se encontrava, quase me empurrando para abandonar sua cômoda posição, postando-se em pé ao lado do assento.
Já devidamente acomodado, agora com o lugar ao meu lado vago, haja vista o ‘levantar impetuoso’ da senhora, pensei ‘com meus botões’:
..... Creio que a senhora vai descer na próxima parada, daí já ter
tomado a ação de se levantar...
Porém, a próxima parada chegou e desceram alguns passageiros, prosseguindo a senhora em pé ao lado do assento vago.
E outras paradas sucederam e a senhora, ‘firme e forte’, empurrando e sendo empurrada, em pé ao lado do assento vago.
Em determinada parada, ‘embarcou’ nova senhora que sentindo certa dificuldade em ultrapassar aquela senhora em pé e postada junto ao assento vazio sugeriu:
--- Por que a senhora não se senta?
Olhando de lado, de soslaio para mim, ela respondeu:
--- Não sou louca! Vai que a pessoa que sentar ao meu lado está com
alguma doença contagiosa...
Ao invés de polemizar, ‘contí um incontido sorriso’ e prossegui admirando as belezas que se me apresentavam no trajeto percorrido...