Eu, o Doutor e meu irmão, moribundo.
O ano era 2000 e o mês de novembro, provavelmente um domingo, passei no Hospital para uma visita ao irmão. Ele que era o 8º de uma prole de 13 filhos, o qual padecia de câncer, já em estado terminal. Viera também trabalhar na minha empresa como auxiliar de vendas, sem nada saber do ramo, peças e acessórios para veículos, tornou-se rapidamente um expert no assunto e em vendas e bom relacionamento com clientes. Fora sempre muito econômico tudo que ganhava guardava em poupança. Pouco tempo passou a emprestar alguns valores a pessoas amiga, em troca de pequenas remunerações. Poucos anos depois me avisou que iria sair e trabalhar com outro irmão em sociedade.
Começou com pequena retífica de cabeçotes e foi comprando maquinas e dois anos adiante já tinha uma das maiores retificas de motores da região, e poucos anos mais já possuía casa própria, prédio comercial próprio, casas de aluguel, caminhões de transporte e uma fazenda.
Foi um astro em sabedoria em ganhar dinheiro, graças a sua segurança, habilidade comercial e sorte nas negociações. Poucas semanas de uma operação já estava ele num feriado, em cima de um trator gradeando terras na propriedade rural. Na retifica meses depois, era levado pelos funcionários até o local de trabalho e fazia o expediente do dia todo, sem condições físicas, mas impulsionado por a sua astúcia e vontade de prosperar mais e estar atendendo os clientes, a sua paixão.
Chegaram até pensar construir um elevador para descê-lo até o seu local de trabalho, pois sua residência nesta época era no andar superior da retífica.
Voltando ao caso que onde iniciei esta narrativa, me marcou muito a maneira que o seu medico, fez referencia ao seu estado de saúde, como sempre tive o dom positivista de estar sempre animando as pessoas disse: “Mano vamos para fazenda?”, pois como o faço domingueiramnte vou à propriedade rural, para estar respirando ar mais puro e em contato com a natureza. A resposta dele foi “não posso”, e o médico que estava por ali no momento da minha visita, exclamou em voz alta: “Impossível ele está em estado terminal”, e foi saindo para outros atendimentos e eu fui atras estarrecido. Mas, espere doutor, espere doutor, você não pode dizer assim! Ele está oivindo e quem sabe do nosso final é somente Deus, você esta fazendo uma loucura, ele está entendendo a sua fala, e ele foi prosseguindo sem resposta, direcionando a outros atendimentos e voltei, tentando alguma comunicação com o irmão, que senti respirava com dificuldade e que veio a falecer dia seguinte.
Fiquei indignado com tamanho erro do médico, que demonstrou não ter nenhum conhecimento da medicina mais moderna, que da ênfase a parte psicossomática, onde a palavra cura, ou pode fazer também o contrario.
José Pedroso
Frutal/MG, aos 13/02/2012.