PSICOTÉCNICO PARA GENRO
Quando uma empresa quer contratar um funcionário, além de exigir aptidões necessárias para o cargo, também quer conhecer sua personalidade. Para isso, são muito comuns entrevistas com profissionais habilitados, principalmente com os psicólogos. Tudo para que o contratado cumpra suas tarefas de modo a não onerar nem decepcionar os demais. O trabalho é coletivo e deve ser feito em harmonia.
Na esfera produtiva, é usual procurar saber com quem conviveremos, não raras vezes, em tempo superior ao passado com a família. Entretanto, esse cuidado não é observado quando alguém se integra ao clã familiar. Em geral, a filha, em estágio de namoro, traz o pretendente para ser apresentado, mas, mesmo para ela, ele é um desconhecido. Ora, se a fase é de namoro, é natural que seja assim, tanto como é certo que o candidato (esse é o termo) ainda não disse a que veio nem é possível conhecê-lo bem. Não é incomum que a real face do recém-chegado só se revele em circunstâncias trágicas, quando o cordeiro veste a pele de lobo. É aí que a diferença do que não se inferiu sobre o novel integrante e o que realmente nos é apresentado por ele pode implicar romper o tênue fio entre a vida e a morte. Nada menos do que ter quem amamos ou perdê-lo. A crônica policial é repleta de casos de assassinatos em que desequilibrados ciumentos roubam para sempre o bem maior de famílias indefesas.
O raciocínio a ser traçado agora é simples: se uma empresa pode exigir um exame de um provável empregado, por que um pai de família, ou um membro dela, não pode exigir o mesmo de alguém que se mostre disposto a ingressar nessa organização peculiar? Talvez muitas dores e muitas lágrimas viessem a ser evitadas com procedimento assim.
Antes de mais nada, esclareço que todo o escrito acima vale para as candidatas a nora. Entretanto, as estatísticas indicam que realizar psicotécnico para genro não é despautério, mas apenas uma questão de inibição com alguém que pode nos parecer, num primeiro momento, muito agradável, embora sem deixar de ser imprevisível e enigmático.
Correio do Povo
Porto Alegre - RS - Brasil
Ano 116 Nº 255 - Porto Alegre, Domingo, 12 de Junho de 2011.
Quando uma empresa quer contratar um funcionário, além de exigir aptidões necessárias para o cargo, também quer conhecer sua personalidade. Para isso, são muito comuns entrevistas com profissionais habilitados, principalmente com os psicólogos. Tudo para que o contratado cumpra suas tarefas de modo a não onerar nem decepcionar os demais. O trabalho é coletivo e deve ser feito em harmonia.
Na esfera produtiva, é usual procurar saber com quem conviveremos, não raras vezes, em tempo superior ao passado com a família. Entretanto, esse cuidado não é observado quando alguém se integra ao clã familiar. Em geral, a filha, em estágio de namoro, traz o pretendente para ser apresentado, mas, mesmo para ela, ele é um desconhecido. Ora, se a fase é de namoro, é natural que seja assim, tanto como é certo que o candidato (esse é o termo) ainda não disse a que veio nem é possível conhecê-lo bem. Não é incomum que a real face do recém-chegado só se revele em circunstâncias trágicas, quando o cordeiro veste a pele de lobo. É aí que a diferença do que não se inferiu sobre o novel integrante e o que realmente nos é apresentado por ele pode implicar romper o tênue fio entre a vida e a morte. Nada menos do que ter quem amamos ou perdê-lo. A crônica policial é repleta de casos de assassinatos em que desequilibrados ciumentos roubam para sempre o bem maior de famílias indefesas.
O raciocínio a ser traçado agora é simples: se uma empresa pode exigir um exame de um provável empregado, por que um pai de família, ou um membro dela, não pode exigir o mesmo de alguém que se mostre disposto a ingressar nessa organização peculiar? Talvez muitas dores e muitas lágrimas viessem a ser evitadas com procedimento assim.
Antes de mais nada, esclareço que todo o escrito acima vale para as candidatas a nora. Entretanto, as estatísticas indicam que realizar psicotécnico para genro não é despautério, mas apenas uma questão de inibição com alguém que pode nos parecer, num primeiro momento, muito agradável, embora sem deixar de ser imprevisível e enigmático.
Correio do Povo
Porto Alegre - RS - Brasil
Ano 116 Nº 255 - Porto Alegre, Domingo, 12 de Junho de 2011.