PREVALECEU O BOM SENSO

Com votação apertada (6 votos contra 5), o Supremo Tribunal Federal deu um basta na polêmica dos poderes do Conselho Nacional de Justiça. Já era tempo do Poder Judiciário sair do seu reduto “hermético e intocável”, para tornar-se transparente para a sociedade, pois, tratava-se de uma exceção descabida e só servia para encobrir desmandos. Por que tanto temor para aceitar investigações amplas e isentas? Não se entende como coerente nem tampouco justa tamanha resistência. Afinal, quem não deve não teme...É sabido que há forte corporativismo na classe e as corregedorias locais certamente, seriam influenciadas.

Independentemente de ser um poder legitimo, não é admissível essa imunidade que no final se confunde com impunidade. Por que teríamos de aceitar essas regalias? Os que integram o Poder Judiciário possuem a prerrogativa para julgar, mas como conceber que não possam ser julgados? Seriam eles infalíveis? Claro que não! Tanto é verdade, que nos vários casos de corrupção que foram noticiados e pelo visto, há outros ainda a serem apuradas, as punições ocorreram mesmo ainda sob o amparo do corporativismo existente.

Para usufruir de tantas benesses os magistrados deveriam antes de tudo dar o bom exemplo de moralidade e equilíbrio, e não procurarem abrigo em leis ou normas facilitadoras para atos desonestos. Não queremos generalizar a existências de tais ocorrências, contudo, elas infelizmente maculam a imagem desse poder que seria o último refúgio do cidadão.

Ao findar esse privilégio espúrio o ganho é de toda a sociedade que muitas vezes, é injustiçada por um poder que deveria ter como norte a justiça. Agora, sim, vai haver o devido e necessário respeito ao povo. Enfim, o corporativismo intransponível, a falta de transparência caiu. Vivemos outros tempos, onde a sociedade esgotou sua paciência pacífica e não mais tolera essas incongruências.

Não há mais espaço para coisas da espécie e se a moralidade vem de cima para baixo, torna-se exemplo para que possamos viver confiantes cumprindo com os nossos deveres e valendo-nos dos nossos direitos que são pilares para o exercício de cidadania. Esse fato histórico constitui-se num grande avanço para abolirmos de vez com a impunidade no Brasil.

Que outros setores da sociedade onde o corporativismo ainda prevalece, a exemplo do Poder Legislativo, procurem espelhar-se nesta vitoria do povo brasileiro.

LUIZ GUIMARAES
Enviado por LUIZ GUIMARAES em 22/02/2012
Reeditado em 01/03/2012
Código do texto: T3513387