As penas mais adequadas
Os crimes bárbaros que foram recentemente cometidos na cidade de Queimadas, no Estado da Paraíba, têm feito muitos defenderem a pena de morte e a castração como as penas mais adequadas para os acusados, que invadiram uma festa, sequestraram, estupraram mulheres e mataram de forma brutal e covarde duas moças. Soube-se que uma teve os seios arrancados e que os criminosos atiraram em seus órgãos genitais, o que nos choca, principalmente porque sabemos que o nosso Código Penal está inadequado à nossa realidade e não está nos protegendo como deveria. É triste ter que admitir, mas as nossas leis, infelizmente, estão fazendo os criminosos se sentir à vontade para cometer crimes. Não parece justo que eles sejam beneficiados com progressão de regime nem que os menores de idade passem apenas alguns anos numa instituição, de onde sairão quando atingirem a maioridade. Tais crimes foram meticulosamente planejados e um dos assassinos era ex-cunhado de uma das vítimas, que implorou para não ser morta. Como resposta, ele apenas riu e disse que a mataria para não ter problema. Isso nos faz ver que precisamos de penas mais rigorosas. Mas será que daria certo implantar pena de morte no Brasil? Vejamos bem: se nós adotássemos a pena de morte, quais os que mais teriam chance de ser executados? Os ricos ou os pobres, que não têm condições de pagar um bom advogado? Nos Estados Unidos, quem mais são executados são os negros. Além disso, admitamos que, muitas vezes, alguém tem o azar de estar no lugar errado na hora errada e não cometeu o crime. Se se executar um inocente, haverá como reparar esse erro? Também não é adequado punir com castração como se faz em muitos países muçulmanos. Claro que a gente deve entender quando ouve um pai dizer, no calor do momento, que gente assim deveria ser castrada. O estupro é uma covardia, uma brutalidade que causa danos irreparáveis a quem é vítima dele. Mas devemos pensar com frieza e aplicar penas que protejam o cidadão e garantam que o criminoso não se sinta livre para ferir o direito de ninguém, não penas extremas ou crueis.