OS DOIS PELUDOS

Naquela linda manhã de sábado Ariel e sua filha tomam o ônibus para irem à reunião da escola.

Acomodam-se no assento tendo no banco da frente dois homens que viajam despretensiosamente, alheios aos demais passageiros.

Ritinha, filha de Ariel, observa a paisagem através da janela e assim a viagem segue.Até que

Ritinha se concentra nos dois homens que agora trocam carícias sem se importarem com

os demais passageiros.

- Papai porquê você se casou com a mamãe ?

- Você poderia ter se casado com um peludo igual a esse e

aponta para um dos homens do banco da frente.

Pois é meus amigos assim é nossa sociedade hoje em dia. Tudo vale,

tudo é permitido.

Qual é a resposta que Ariel deve dar à sua filha Ritinha ?

Tudo é preconceito...

Se tudo hoje em dia vale é de se perguntar se podemos considerar

normal o sujeito que estupra uma criança no berço. É ?

O quê seria aceitável em comportamentos para a convivência numa sociedade ?

Não tenho essa resposta até porque os comportamentos variam de sociedade

para sociedade e também variam no tempo.

Mas certamente as sociedades elaboram um código de conduta que é aceito por

todos dentro de uma comunidade.

Hoje tudo gera preconceitos e somos induzidos a aceitar aberrações de todos os

tipos como sendo normais.

Penso eu que não devemos ter preconceitos contra os fatos naturais da vida e da

existência humana.

Qual a culpa que tem uma pessoa por ter nascida negra ? Ou gorda, ou magra, ou caolha e assim por diante. Nenhuma.

E quanto aos preconceitos sociais ? Como devemos agir ?

Devemos aceitar a pixação de nossos muros, estátuas e prédios ?

Devemos aceitar o fanatismo ? Quer seja de ordem política, religiosa,

esportiva e outros.

Devemos aceitar como normais os mais aberrantes comportamentos

exercidos em público ? Penso que não.

O preconceito é necessário sim . O preconceito cria valores e forma

caráteres .

Seria muito bom que as mídias pensassem um pouco sobre isso, principalmente

as televisões e agências de publicidade.

Responda pra ela Ariel ....

Luiz Augusto de Andrade
Enviado por Luiz Augusto de Andrade em 13/02/2012
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