Sobre a greve que parte da PM baiana realiza, peço licença para refletir sobre os acontecimentos da última quinta, 2 de fevereiro de 2012.
Primeiro é necessário resumir o que aconteceu.
Com parte da PM em greve, cerca de um terço dos policiais do estado, os arrastões tomaram conta das cidades, os ônibus assustados pararam de circular, o comércio fechou mais cedo, enfim, a onda de pânico foi geral.
1- A origem dessas ações criminosas pode ser dividida em:
* Um grupo de grevistas interessado em que a cidade estivesse em total pânico a fim de reforçar a paralisação em vigor. Alguns decidiram, por exemplo, impedir o fluxo normal dos ônibus que circulavam. Outra forma de gerar um clima de terror foi divulgar que vários pontos da cidade estavam sendo atacados através de boatos falsos que terminam se espalhando rapidamente, gerando, então, a mistura do que ocorria com o que inventavam ou aumentavam.
* Os saqueadores, aqueles que aproveitam a insegurança generalizada para, por exemplo, roubar grandes lojas. Isso aconteceu, entre outros locais, no famoso bairro da Liberdade em Salvador.
* Os criminosos, aqueles que vivem à margem da sociedade e que encontram, numa situação dessa, a oportunidade ideal para aterrorizar. Houve muitos "arrastões" promovidos por tais bandidos.
2- Quanto aos últimos autores citados, certamente não surpreende a atuação deles em tal ocasião.
3- Sobre os primeiros autores, eles são bastante levianos e dignos de uma severa punição por incentivar o crime já que eles possuem exatamente a obrigação de preservar a ordem e combater a criminalidade.
É oportuno registrar que muitos policiais que não assumiram estar em greve também não colaboraram e devem ser responsabilizados, pois, com o avanço da noite, praticamente nenhum policial foi mais visto nas ruas. São aqueles que cruzam os braços se aproveitando do caos já instalado. Esses também revelam grande leviandade e má compreensão do seu real dever.
4- Ressaltando agora os saqueadores citados, esses são verdadeiros criminosos travestidos de cidadãos.
Como uma pessoa honesta vai pegar o que não é seu?
O fato de um grupo estar furtando uma loja é uma motivação para quem não é um ladrão ir participar também de tal ação?
Esse último grupo de pessoas é bem lastimável, pois haver policiais trabalhando para conter os marginais é uma coisa, porém ter o labor desses profissionais para evitar que o povo cometa crimes é assustador.
Qual é o valor moral da sociedade atual que compomos?
Se não aparece uma pessoa para controlar, por exemplo, uma fila enorme, faz sentido que de repente aconteça uma invasão e todos tentem entrar ao mesmo tempo?
Tem lógica a população agir como se fosse um animal numa jaula que, quando as jaulas são abertas, parte com tudo contra os outros?
5- O que aconteceu deve, então, fazer quem de fato é um cidadão de bem (não porque há um policial por perto, mas porque segue a consciência e o respeito) perceber a importância das virtudes no que falamos e praticamos diariamente, pois a anarquia jamais pode ser uma alternativa. Nunca poderemos aceitar a possibilidade do crime se não há uma repressão ostensiva.
Penso que, a partir de pequenos atos, já revelamos nossa real índole e a condição ética da coletividade por nós formada.
Que filho nós estamos a educar?
Que juventude nós estamos a preparar?
Qual é o ideal que nos orienta nessa jornada?
Estamos efetivamente preocupados com os bons exemplos que oferecemos?
São perguntas oportunas, pois é vital que exista ordem, que haja policiais que possam garantir a harmonia da coletividade, que esses gozem de uma boa condição salarial e de uma aparelhagem satisfatória, no entanto melhor seria se cada um soubesse se comportar na ausência desses profissionais. Não seria pedir muito que, numa situação grave como uma greve da PM, apenas fôssemos ameaçados por vagabundos e bandidos.
Enfim, a nossa posição de homem de bem, de cidadão honesto e de trabalhador não pode jamais desaparecer em determinadas circunstâncias de caráter crítico.
6- Podemos afirmar que as pessoas que foram as vítimas do caos que prevaleceu na última quinta ou que conseguiram de forma brilhante escapar do perigo formam a maior parte da população baiana. Tais pessoas não estão sendo questionadas neste artigo.
Esses, que representam o querido povo baiano, são realmente pessoas de bem, são honestos e apenas desejam manter a rotina do dia a dia conservando o direito sagrado de ir e vir.
Eles verdadeiramente merecem a garantia desse direito e também o meu sincero carinho, hoje e sempre.
Obrigado!
Primeiro é necessário resumir o que aconteceu.
Com parte da PM em greve, cerca de um terço dos policiais do estado, os arrastões tomaram conta das cidades, os ônibus assustados pararam de circular, o comércio fechou mais cedo, enfim, a onda de pânico foi geral.
1- A origem dessas ações criminosas pode ser dividida em:
* Um grupo de grevistas interessado em que a cidade estivesse em total pânico a fim de reforçar a paralisação em vigor. Alguns decidiram, por exemplo, impedir o fluxo normal dos ônibus que circulavam. Outra forma de gerar um clima de terror foi divulgar que vários pontos da cidade estavam sendo atacados através de boatos falsos que terminam se espalhando rapidamente, gerando, então, a mistura do que ocorria com o que inventavam ou aumentavam.
* Os saqueadores, aqueles que aproveitam a insegurança generalizada para, por exemplo, roubar grandes lojas. Isso aconteceu, entre outros locais, no famoso bairro da Liberdade em Salvador.
* Os criminosos, aqueles que vivem à margem da sociedade e que encontram, numa situação dessa, a oportunidade ideal para aterrorizar. Houve muitos "arrastões" promovidos por tais bandidos.
2- Quanto aos últimos autores citados, certamente não surpreende a atuação deles em tal ocasião.
3- Sobre os primeiros autores, eles são bastante levianos e dignos de uma severa punição por incentivar o crime já que eles possuem exatamente a obrigação de preservar a ordem e combater a criminalidade.
É oportuno registrar que muitos policiais que não assumiram estar em greve também não colaboraram e devem ser responsabilizados, pois, com o avanço da noite, praticamente nenhum policial foi mais visto nas ruas. São aqueles que cruzam os braços se aproveitando do caos já instalado. Esses também revelam grande leviandade e má compreensão do seu real dever.
4- Ressaltando agora os saqueadores citados, esses são verdadeiros criminosos travestidos de cidadãos.
Como uma pessoa honesta vai pegar o que não é seu?
O fato de um grupo estar furtando uma loja é uma motivação para quem não é um ladrão ir participar também de tal ação?
Esse último grupo de pessoas é bem lastimável, pois haver policiais trabalhando para conter os marginais é uma coisa, porém ter o labor desses profissionais para evitar que o povo cometa crimes é assustador.
Qual é o valor moral da sociedade atual que compomos?
Se não aparece uma pessoa para controlar, por exemplo, uma fila enorme, faz sentido que de repente aconteça uma invasão e todos tentem entrar ao mesmo tempo?
Tem lógica a população agir como se fosse um animal numa jaula que, quando as jaulas são abertas, parte com tudo contra os outros?
5- O que aconteceu deve, então, fazer quem de fato é um cidadão de bem (não porque há um policial por perto, mas porque segue a consciência e o respeito) perceber a importância das virtudes no que falamos e praticamos diariamente, pois a anarquia jamais pode ser uma alternativa. Nunca poderemos aceitar a possibilidade do crime se não há uma repressão ostensiva.
Penso que, a partir de pequenos atos, já revelamos nossa real índole e a condição ética da coletividade por nós formada.
Que filho nós estamos a educar?
Que juventude nós estamos a preparar?
Qual é o ideal que nos orienta nessa jornada?
Estamos efetivamente preocupados com os bons exemplos que oferecemos?
São perguntas oportunas, pois é vital que exista ordem, que haja policiais que possam garantir a harmonia da coletividade, que esses gozem de uma boa condição salarial e de uma aparelhagem satisfatória, no entanto melhor seria se cada um soubesse se comportar na ausência desses profissionais. Não seria pedir muito que, numa situação grave como uma greve da PM, apenas fôssemos ameaçados por vagabundos e bandidos.
Enfim, a nossa posição de homem de bem, de cidadão honesto e de trabalhador não pode jamais desaparecer em determinadas circunstâncias de caráter crítico.
6- Podemos afirmar que as pessoas que foram as vítimas do caos que prevaleceu na última quinta ou que conseguiram de forma brilhante escapar do perigo formam a maior parte da população baiana. Tais pessoas não estão sendo questionadas neste artigo.
Esses, que representam o querido povo baiano, são realmente pessoas de bem, são honestos e apenas desejam manter a rotina do dia a dia conservando o direito sagrado de ir e vir.
Eles verdadeiramente merecem a garantia desse direito e também o meu sincero carinho, hoje e sempre.
Obrigado!