Festa de despedida ou o último "barraco" de Rita Lee?
Prólogo
Este texto é um misto de ficção e realidade. Lastra-se na despedida dos palcos da senhora sexagenária Rita Lee Jones Carvalho, mais conhecida como Rita Lee. Essa despedida, ocorrida na cidade de Aracaju, continha todos os elementos para ser uma grande festa. Não foi!
Quem acompanhar os noticiosos e/ou ler os escritos de outros blogueiros, vendo os vídeos do evento postados nos variados endereços, haverá de concluir soturno: Esse foi apenas mais um "barraco" da roqueira em crise nostálgica de extremada irreverência.
QUAIS DEVERIAM SER AS PALAVRAS DA RITA LEE NAQUELA OCASIÃO?
Faço um breve DISCURSO FICCIONAL entendendo que a eminente artista poderia ter orquestrado uma excelente despedida, usando o bom siso, exteriorizado pelas palavras que se seguem:
PALAVRAS FICICIONAIS DA SEXAGENÁRIA ROQUEIRA
"Até aqui viajamos e cantamos juntos. Passaram vilas e cidades, cachoeiras e rios, bosques e florestas, países e continentes... Muitas foram as dificuldades. Não faltaram os grandes obstáculos. Frequentes foram os aborrecimentos, ajudando a avaliar a nossa capacidade para superar as dificuldades e transpor abismos... Os altos e baixos foram realidade sempre presentes em minha vida.
Minha amorosa família e todos vocês sabem disso. Hoje quero externar o meu agradecimento àqueles que, mesmo não gostando do meu canto e irreverência, mas sempre presentes, quiseram-me bem e me apoiaram nos bons e nos maus momentos de minha trajetória artística.
Estamos vendo aqui, em nossa festa de despedida, uma representação das briosas Polícias Civil e Militar. São eles que nos dão a sensação de ordem e segurança. Eles estão aqui para garantir a nossa paz! Para esses bravos heróis solicito uma salva de palmas.
Dividam comigo os méritos desta conquista, porque ela também pertence a vocês. Que nossa despedida, meus diletos amigos e fãs, seja uma expectativa da realização dos nossos anseios.".
AO INVÉS DAS PALAVRAS ACIMA VIMOS E OUVIMOS O DESCALABRO DE UMA RITA LEE DECADENTE ORQUESTRANDO UM "BARRACO"
Não. Não estou me referindo a uma Habitação pobre e tosca, ou com instalações precárias. Aqui o termo "barraco" é uma gíria. Tem um significado mais próximo de confusão. Quero me reportar ao descalabro, destempero emocional da irreverente roqueira na madrugada desse dia 29 de janeiro do ano em curso. Suas palavras incoerentes eram sinais claros de uma decrepitude avançada.
Rita Lee Jones Carvalho, mais conhecida como Rita Lee (Nasceu em São Paulo, 31 de dezembro de 1947) é uma cantora, compositora, atriz e instrumentista brasileira. Ela já vendeu mais de 60 milhões de cópias de discos, sendo a cantora brasileira que mais vendeu na história da música do país.
Tem qualificação para ser ovacionada aonde quer que vá, mas também é uma "barraqueira" que não tem "papas na língua", isto é, FALA SEM PENSAR não medindo as consequências de seus destemperos.
Por vezes conhecida como "Rainha do Rock Brasileiro", Rita Lee construiu uma carreira que começou com o rock mas que ao longo dos anos flertou com diversos gêneros, como o tropicalismo, o pop rock e a música latina, criando um hibridismo entre gêneros internacionais e nacionais.
Trata-se de uma cantora de perfil eclético, mas pela irreverência acentuada é propensa aos infortúnios provocados pelo pouco pensar e muito falar. Por ser vegetariana e defensora dos direitos dos animais tem minha sincera admiração e respeito, mas NÃO CONSIGO me deixar atrair por um comportamento execrável a ponto de vilipendiar autoridades policiais em pleno exercício de suas funções.
DETALHES DO "BARRACO" DA CANTORA
A cantora Rita Lee, de 64 anos, foi detida em Aracaju, capital do Sergipe, após show no Festival Verão Sergipe na noite desse sábado (28/Jan)) e madrugada desse domingo (29/Jan). Durante a apresentação, a cantora chamou de "cachorros" e "filhos da puta" alguns policiais que revistavam o público.
Reclamando da presença dos policiais, sugeriu a eles “fumar um baseadinho”. A roqueira gritava na ocasião outras palavras de baixo calão. Convido os diletos leitores a verem o vídeo que como fogo em palha seca já se espalhou na internet.
"Esse show é meu", "É meu esse show". Repetia a todo instante a artista como uma mensagem subliminar ao público presente que já se agitava. Na última semana, a roqueira anunciou seu afastamento dos palcos e que este seria seu último show. Eis minha pergunta sem pretensão nefasta: Houve, por parte da artista, incitação?
É válido esclarecer o VERBO INCITAR: É a conduta pela qual determinada pessoa, provoca, induz, faz com que outras pessoas decidam agir, publicamente, à pratica de ato contrário a lei, e definido como crime.
Dispõe o artigo 286 do Código Penal:
Art. 286. Incitar, publicamente, a prática de crime:
Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.
Aqui, vale observar, que para a configuração do delito de incitação ao crime, é imprescindível que a conduta do agente seja a de levar, induzir outra pessoa, publicamente, a incorrer na pratica de crime definido em lei, excluindo-se, portanto, a incitação a contravenção penal.
Por fim, a ação penal subordinada ao delito de incitação ao crime é pública incondicionada, onde o Estado deve agir prestando sua tutela jurisdicional atuando e compelindo o agente às penas previstas no artigo.
POSIÇÃO DO GOVERNADOR DE SERGIPE MARCELO DÉDA
De acordo com a colunista Heloisa Tolipan, do Jornal do Brasil, o governador de Sergipe, Marcelo Déda, estava na plateia e censurou o comportamento da cantora, que, além de desacatar a polícia, teria feito apologia às drogas, ressaltando que a postura de Rita poderia ter gerado uma maior confusão.
Ora, claro que se a multidão estimada em mais de vinte mil pessoas, atendesse à incitação à balbúrdia da cantora o resultado do "show" seria imprevisível. Policiais armados e municiados, multidão excitada e instigada por uma pessoa que dizia, por outras palavras, ser o centro das atenções e do espetáculo... Eram ingredientes mais do que suficientes para um acontecimento catastrófico.
Ah! Quão terrível e medonha seria essa tragédia se os briosos policiais civis e militares, oniscientes dos seus deveres e responsabilidades, não se retirassem do local do evento ou decidissem aceitar as provocações da menina-velha, quiçá anormalmente decrépita, e acometida de extrema excitação psicomotora.
CONCLUSÃO
Enfim, quero concluir meu texto da forma que se segue, isto é, sendo solidário com o senhor Marcelo Déda, governador de Sergipe, em defesa dos dedicados policiais civis e militares.
O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), saiu em defesa dos policiais do Estado no episódio que ele classificou de “falta de profissionalismo” de Rita Lee. Para Marcelo Déda, em entrevista ao Correio Braziliense, o espetáculo foi deprimente:
"O comportamento da cantora colocou em risco a segurança do público, estimado em 20 mil pessoas. Eu não tive relato de ninguém. Assisti a todo o episódio no camarote oficial, próximo ao palco, e as minhas duas filhas (de 23 e 30 anos) estavam no meio do público.
Num primeiro momento, achei que as críticas faziam parte até do folclore de um artista de rock. Mas a polícia circula entre o público, isso é comum para evitar brigas de gangues e roubos. Num certo momento, ela começou a agredir a polícia, mesmo sem ter havido qualquer prisão.
Foi uma atitude perigosa do ponto de vista da multidão que estava lá. Do que eu testemunhei, não havia nenhuma cena que justificasse a atitude dela. Foi um ato completamente reprovável.
Ela estava incentivando o uso de maconha. O meu medo não era mais a artista falando, era que um jovem daquele empurrasse um policial, acendesse um baseado na frente da polícia. A orientação foi manter a ordem do evento e os policiais agiram de forma louvável, porque não houve nenhum quebra-pau.
Eu não poderia impedir a Polícia Civil e a Polícia Militar de registrarem uma ocorrência. A polícia teve uma conduta extremamente profissional.
ESPETÁCULO DEPRIMENTE
Gosto da música dela, curti a minha vida inteira. Sou fã da música dela. Mas o que vimos ontem (sábado) foi um espetáculo deprimente." - (Marcelo Déda - Governador de Sergipe).
Concordo com Sua Excelência o governador de Sergipe. A cantora Rita Lee marcou sua despedida num lamaçal de impropriedades (deselegâncias e incoerências) repudiado até mesmo pelas centenas de milhares de seus fãs.
O espetáculo foi deprimente e poderia ter consequências gravíssimas se não houvesse sido usado o bom senso e o alto grau de profissionalismo dos policiais civis e militares presentes ao local do evento.
Naquela ocasião seu destempero, exteriorizado pelas incoerentes palavras, eram os sinais claros de uma decrepitude célere. Resta uma última pergunta: Houve uma festa de despedida ou o último "barraco" de Rita Lee?