BATE DEDO E BATE PAPO

Por Carlos Sena


 
Esqueço sempre de desligar o bate papo quando visito o facebook. De repente entra uma zoadinha característica. É alguém me “cutucando” para “bater dedo” – sim, bater dedo, porque bater papo é outro papo é outra história. Oi! Respondo TIM! Claro, reponde a outra pessoa. Retruco: Velox! Vivo, responde de novo. Quando acabou a leva toda de operadoras, entram as outras menos convencionais como Nextel, Embratel e outras merdas iguais. Mas levo tudo na esportiva, pois é esse o mundo que vivo embora não concorde com muita coisa dele. Mas acho que é a gente que tem que se acostumar, que se adaptar. Muita coisa eu já convivo bem, acima de tudo com a chamada geração “Y”... Pela minha vocação de buscar sempre o equilíbrio da vida, das coisas e das pessoas, na condição de geração “X” não faço oposição aos menos jovens do que eu. Prefiro acreditar na mistura. Misturar bate papo com bate dedo não me agrada muito, mas tem lá seu valor. Aniversários, por exemplo. A gente fica sempre sabendo quem faz aniversário, quem intera era, quem está dobrando o “cabo da boa esperança”. A gente sabe notícias e diminui uma antiga interrogação que a gente se faz quando não vê um amigo por muito tempo: será que já bateu a caçoleta? Isto como as redes sociais a gente diminuiu bastante, pois vida privada não temos mais nem mesmo quando sentamos nela pra dar uma cagadinha (o sistema do world me diz que a palavra está grifada errada, mas não tá. É que até o nosso idioma é preconceituoso e pudico: quer nos impedir de escrever “cagar”, como se já não fosse domínio público.). Retornando a nossa prosa, o mundo moderno é o mundo que temos pra viver. Então não adianta choramingar porque não resolveremos nossas mazelas, tampouco o tempo volta. Pelo menos eu não queria que ele voltasse. Torço apenas para que as gerações se entendam e ninguém queira sobrepor idéias umas às outras. Só não me acostumo com o tal do BATER O DEDO. Bom mesmo é bater papo. Também não me acostumo é com sex-ofone (melhor saxofone), gosofone, sexo-CAM, etc. Papo e sexo só ao vivo em cores. Sexo até em preto e branco a gente faz, porque ainda bem que não se vende pronto. Mas papo não. Papo tem que ser ao vivo, pois evita o vazio que o “bate dedo” deixa. Observem como são vazios os “bate dedos”! Até porque ninguém fica quieto com outro que chama, mais outro que pede, um outro que te cutuca e mais outro que te bisbilhota. Há quem goste, mas eu não gosto. Como eu, vários. Mas confesso que é preciso ter lastro cultural e intelectual pra ficar no “bate dedo” apenas o necessário pra marcar um encontro ou mesmo para uma prosa líquida ou gasosa. Prosa sólida, só num barzinho ou num canto qualquer que seja bom para os olhos, pro tato, pro prato, pro retrato, pro fato... Portanto, amigos, desculpem-me se alfinetei demais, mas no fundo vocês me entendem e concordam, nem que seja no “fundo”...
PS.: Bater “punheta” é da geração “X”, mas que não caiu de moda e a geração “Y” é bastante adepta, nem que seja nos outros. kkkkk