Tragédias no Rio de Janeiro
Difícil ver as imagens na televisão e acreditar nas cenas de destruição acontecidas no centro do Rio de Janeiro... ainda mais para quem já andou muito por aqueles lados.
Moro em Campo Grande. Um lugar bem afastado do Centro do Rio, porém trabalhei durante mais de onze anos no centro do Rio de Janeiro, na Rua Sete de Setembro esquina com a Gonçalves Dias. Seguindo pela Gonçalves Dias, vamos sair no Largo da Carioca e o atravessando a Rua República do Chile, saímos no início da Avenida 13 de Maio. Já almocei algumas vezes no Restaurante e Bar Nova Constituinte (nome de fantasia Bingo 13 de Maio) (que eu nem sei se existe mais) que ficava no nº 23, lugar bem próximo aos prédios que desabaram. Se não me engano, já entrei em um deles algumas vezes para entregar algumas cotas de garagem, pois o prédio aonde eu trabalhava era um edifício comercial-garagem e muitas pessoas do centro do Rio deixavam os seus carros lá.
Descrever as tragédias e os dramas das pessoas que lá trabalhavam e de seus familiares, é algo desolador... há pessoas que perderam tudo mesmo: familiares, amigos, pessoas queridas, o trabalho de uma vida inteira. Felizmente o incidente ocorreu em uma hora de menor movimento no prédio e na Rua... não gosto nem de imaginar se fosse no horário comercial, aonde o número de pessoas é enorme.
Até o momento, são 14 desaparecidos e 9 corpos já foram retirados dos escombros.
É preciso que este lamentável episódio sirva de alerta para que as instituições e o governo atentem para os prédios e edifícios do centro do Rio de Janeiro, que são na sua maioria antigos e nos quais não há nenhuma fiscalização quanto à obras e reformas. E há outra coisa muito importante: não há uma fiscalização também por parte do corpo de bombeiros (ou do órgão responsável) sobre as saídas de emergência no caso de incêndios ou de uma eventual evacuação. Tudo isto tem que ser visto e revisto à fim de que se evite que novas tragédias ocorram.
É preciso apurar as responsabilidades, pois nessa hora fica aquele jogo de empurra entre os poderes públicos e autoridades que só querem tirar o deles da reta.
Fica aqui registrada também a importância de se ter um Corpo de Bombeiros atuante e com equipamentos apropriados para que mais vidas possam ser salvas e um Defesa Civil atuante não apenas no momento do desastre, mas sim na prevenção dos mesmos.
Meus parabéns para estes seres humanos que dedicam a sua vida à salvar a vida das pessoas. Não há salário no fim do mês que pague cada vida salva, cada corpo resgatado para que os seus entes queridos possam ter ao menos o direito de se despedir de maneira apropriada dos seus. Eis os verdadeiros heróis – palavra esta usada erroneamente para definir pessoas que de heroísmo, nada tem (referindo-me à um certo apresentador de um certo programa que insiste em chamar um certo grupo de pessoas de “heróis”).
Denis Correia Ferreira, um carioca estarrecido, abalado e solidário com o drama das várias famílias vítimas desta tragédia.
27/01/2012-09:27
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Tragédias no Rio de Janeiro (também no Blog)
Reflexos no espelho
Ninguém = Ninguém
Correnteza...
Eu tento e tento e tento...
BBB 12: Apurando as responsabilidades
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