O DRAMA "DA TERRA" DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Nos últimos dias o país assistiu à dramática reintregação de posse de terras invadidas, aquela ocorrida na cidade de São José dos Campos.

Visualizar a ocorrência e o seu "modus operandi" de resolução do drama social que deixou tantas pessoas ao léu, homens, mulheres crianças pequeninas e idosos, no mínimo nos coloca frente ao impasse da gravidade sociológica que vivemos nos dias de hoje, bem como nos incita por busca de soluções humanizadas para a solução das ocupações desordenadas e ilícitas dos solos.

O problema não se restringe apenas às terras daquela cidade, o fato ocorre em TODO O PAÍS, porém, o que grita aos olhos é o fato de que não se constrói, duma hora para outra, um "bairro" enorme DAQUELE , com dimensão populacional de cidade, sobre terras ilícitas.

Ninguém sabia? Nunca se soube, será?

Obviamente que vivemos num país livre, aonde o direito pela propriedade é constitucional e há de ser respeitado, todavia, também é dever do poder público viabilizar a ocupação lícita e segura das terras de modo a garantir o direito individual à propriedade bem como priorizar direito coletivo de BEM ESTAR SOCIAL, ou seja, evitar danos ao meio ambiente e as tragédias anunciadas.

Fato é que, diante do que vimos, nos surge uma outra simples pergunta: aonde estava todo o poder público que permitiu a ocupação e a posterior infraestruturação social ilícita daquela ordem de grandeza, para depois condescender com a desocupação imediata sob a tração dos tratores?

Não seria mais justo que se preparassem uma logística mais humanitária para paulatinamente permitir a saída e a acomodação digna das pessoas?

Será que como sociedade também não somos TODOS culpados pelas nossas vendas e negligências históricas?

Fato é que alguém vai pagar a conta dos tantos custos sociais e financeiros que sugem frente aos nossos dramáticos "ingerenciamentos". É custo e desperdício para todo lado!

Todos os erros governamentais e prejuízos sociais deles decorrentes e que ocorrem soltos por aí, como esses que rolam sob as rodas dos tratores e sob as àguas das chuvas sem que sequer tenhamos um modelo de gestão mais visionário ou mais profilático, minam o bolso dos cidadãos e os cofres do país.

Muito triste se enxergar um cenário cuja solução parece sequer estar na vontade política de quem cuida de pessoas em sociedade .

O Brasil sob as constantes chuvas e ocupações desordenadas da terra sobrenada nas águas das negligências crônicas.

Esse é apenas o cenário social.

E o triste cenário da saúde vem logo atrás dos caos plantados e irrigados por interesses vários que nunca são o da população, e assim seguimos subnutridos pelos nossos constantes e flagrantes descasos com o que é primordial.

Até quando...só Deus sabe.