Paz na terra aos homens e as mulheres de boa vontade
Paz na Terra aos homens e mulheres de boa vontade
Uma década do século 21 já se foi. Não está se rindo, visto que as tragédias nos embotam os olhos. Dez anos, de muitas lutas, muitas conquistas, todavia muitas derrotas também. A avançada tecnologia não conseguiu diminuir as guerras, os desastres naturais, a violência humana. Não conseguiu educar o povo satisfatoriamente, não conseguiu apascentar os corações de torcedores, de gangues, de mães, pais e filhos assassinos. Em que erramos? Será que nossas máquinas falharam? Mas se fizemos tudo em prol da humanidade, o que está dando errado?
Não existe uma seleção natural, mas sim uma seleção racional e muito pessoal, nós escolhemos aquilo que melhor a nós mesmos convém. Essa escolha, infelizmente, muitas das vezes exclui o nosso próximo, seja ele quem for, marido, esposa, filho, pais, amigos, vizinhos, colegas de trabalho, etc., não nos importa a quem irá atingir a seta da nossa decisão. Alcançamos os nossos objetivos por bem, e frequentemente por mal. Quase não medimos as consequências dos nossos atos. O nosso prazer, a nossa satisfação, isso deve ser saciado, completado. Os nossos desejos, anseios e necessidades são mais urgentes do que os dos outros. Muitas vezes não olhamos para quem está ao nosso lado, muito menos para quem vem atrás, e pior, não queremos ver ninguém a nossa frente. Falamos muito em preservar o meio ambiente, em educação ambiental, em globalização da consciência “verde”. Falamos muito sobre sacolas plásticas, garrafas “pet”, pneus, latinhas de cervejas e refrigerantes, materiais que a máquina, a tecnologia transforma, reforma e forma novamente nas sacolas plásticas, garrafas “pet”, pneus, latinhas de cervejas e refrigerantes.
Na verdade, a tecnologia não é culpada pela nossa falha com o próximo, pois somos nós que a produzimos, mas quantas vezes erramos tentando fazer o bem! Construímos carros mais velozes, mais potentes, que batem e se estraçalham com mais facilidade ceifando vidas; construímos celulares mais versáteis, que fazem tudo o que uma máquina fotográfica, um rádio, um telégrafo, uma filmadora e também um telefone fazem, tornando adolescentes e jovens e muitos adultos totalmente dependentes de um aparelho tão minúsculo que também ceifa o tempo, os relacionamentos físicos e até mesmo vidas ao volante. Computadores, notebook, netbook, os quais nos conectam com o mundo... virtual. Estes equipamentos são tão bons para a humanidade, que quase nos tornam independentes de tudo, podemos trabalhar a partir de casa, podemos comprar a partir de casa, ou de qualquer lugar em que estejamos, basta termos em mãos um desses computadores portáteis. Viajamos sem sair do lugar, conhecemos pessoas, sem sair do lugar, sem um olhar, sem um toque físico, sem um abraço, sem sentir o calor da vida no outro. E se nós não sabemos o outro, não sentimos o outro, como saber compreendê-lo? Ajudá-lo? Amá-lo?
Ainda há tempo para tirarmos os nossos olhos de nós mesmos e buscar uma interação sadia com aqueles que nos rodeiam, pois vivemos em um mundo que todos necessitam de todos, não há como negar essa dependência, pensemos em qualquer profissional, se já não precisamos dele algum dia, com certeza precisaremos no futuro, necessitamos sim da tecnologia, todavia é mister que os princípios de humanidade, e o mais elevado e sobre todos os outros é o AMOR, sejam praticados diariamente para que tenhamos um pouco mais de paz, a começar nas nossas casas, e daí para a rua, o bairro, a cidade, este maravilhoso país e, idealizando, este lindo planeta que Deus nos deu.
Jarbas J. Silva