População de Rua e Drogas: Os invisíveis da Mídia.
A Constituição Federal do Brasil, de 1988, assegura sobre os direitos sociais, no capítulo II, Art. 6o que: “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança [...]”. (BRASIL, 2009, p. 16) No entanto, a realidade aponta para a ausência desta isonomia. Fator determinante é o sistema no qual vivemos. O capitalismo ditando outras leis.
A pessoa que não possui dinheiro, não gera renda e não consome, já está automaticamente fora das benesses sociais. Colocado à margem da sociedade. Estudos mostram que os principais motivos que levam as pessoas a viver e morar na rua estão relacionados a problemas de alcoolismo ou drogas de desemprego e de desavenças com parentes. E muitos já passaram por casa de recuperação para dependentes químicos; abrigo; casa de detenção; e/ou hospital psiquiátrico. O indivíduo que não respeita as regras ditadas pelo sistema conseqüentemente pagará um preço. Perderá a sua condição de cidadão. Não possuindo mais a capacidade de manter o seu próprio bem-estar, irá procurar como último recurso as ruas para morar. Tornará o espaço público sua própria casa.
O sistema capitalista rege o nosso modo de vida. Vivenciamos uma divisão social baseada na obtenção e geração de renda. As classes sociais são divisoras de status social. O fator econômico é determinante na garantia de melhor educação, moradia, saúde, segurança e até entretenimento. Aprecia-se o consumo como uma lei que dita o direito pela cidadania Como conseqüência, aquele indivíduo que estiver fora deste padrão criado pelo capitalismo, não é considerado um cidadão ou um cidadão por completo que caem no esquecimento da própria sociedade. Tornam-se invisíveis aos olhos dos cidadãos, ora provocando estranheza como se não fossem seres humanos ora piedade. Estereotipados em imagens de pessoas sujas, fedorentas, doentes, viciadas, criminosas e violentas. Popularmente, estes indivíduos são chamados de mendigos. Academicamente, o termo utilizado é morador de rua.
A crescente população em situação de Rua no Brasil é o retrato mais cruel da miséria social que se aprofunda em diversos ramos da esfera pública. A população de rua é considerada uma contaminação do espaço público. Vistos desta forma, eles são o resíduo do descarte humano, uma população que é excedente do ponto de vista produtivo. Nesse caso, o foco não é a pessoa, mas o mal estar que ela provoca pela simples presença dela debaixo de uma marquise ou nos bancos das praças, nas calçadas das secretarias ou teatro da cidade. Não se resolve o problema da pessoa em situação de rua retirando-a do lugar em que ela se encontra, isso resolve o problema estético da cidade.
É importante lembrar que o uso de psicoativos, drogas que causam alteração de consciência, está presente em toda a história. Em todas as culturas, há o consumo de psicoativos, principalmente, ligado ao uso ritual e religioso. Se você resolver levar o morador de rua para um Alcoólicos Anônimos, Narcóticos Anônimos, caps-AD ou alguma comunidade terapêutica ele até pode parar de beber ou usar drogas temporariamente. Mas vai continuar na rua, sem ter onde morar e como se sustentar. Portanto, essas abordagens estão de antemão fadadas ao fracasso.
O Poder Público pode proporcionar programas de trabalho, saúde educação e moradia, para população. Dentro de uma política pública séria e abrangente para o enfrentamento do problema. As mídias “montam” o mundo (constrói, desconstrói e reconstrói); Ela é manipuladora, e cria a “formação de impressões” sejam elas quais forem. O mundo que conhecemos através das notícias, das informações que chegam até nós é, portanto, um mundo “selecionado”. Cortado e recortado, montado de acordo com certos interesses. A mídia mexe com o nosso psicológico, interferindo sempre (diretamente ou indiretamente) em nossas opiniões e decisões pela forma que ela se impõe. Ela gera leis, moda, costumes entre outras. Contudo, Essa violação diária da ordem pública está prestes a extrapolar o limite do suportável pelo homem, se é que já não extrapolou. O caminhar da humanidade está numa encruzilhada: ou se faz alterações sérias nas políticas de segurança pública, ou se chegará ao estado da inviabilidade da vida na Terra. Numa ótica tradicionalista, a função maior do Estado é prestar segurança (do latim secure, significa "sem medo") aos seus cidadãos, garantindo-lhes a sua incolumidade física e moral, reflexo de uma convivência pacífica e harmoniosa entre os indivíduo