POR QUE TRAÍMOS?
A traição é um ato vergonhoso. Não obstante, todos os dias milhares de pessoas em todo o mundo praticam a deslealdade e a infidelidade.
A própria História está repleta de casos de traição. Judas Iscariotes entregou Jesus no Monte das oliveiras (Getsêmani) aos sacerdotes que esperavam por uma ocasião para prendê-lo sem tumulto. No Brasil colonial, Joaquim Silvério dos Reis delatou os planos dos inconfidentes ao Visconde de Barbacena, então governador de Minas Gerais, para se livrar de uma dívida com Portugal. Esses dois exemplos são suficientes para termos uma ideia da vasta dimensão dessas ocorrências.
Mas afinal, por que traímos?
INFIDELIDADE CONJUGAL _ A infidelidade conjugal é tão antiga quanto a deslealdade para com os companheiros. Os homens ainda continuam traindo mais do que as mulheres, porém, essa situação está mudando. No passado a mulher tinha muito medo de ter uma eventual relação sexual extraconjugal e sofrer como consequência dessa infidelidade uma gravidez. Com o desenvolvimento dos métodos contraceptivos o risco diminuiu. É o fenômeno conhecido como Liberação Sexual Feminina, pois a mulher descobriu que podia _ como o homem _ fazer sexo não apenas para procriar, mas também por prazer.
A infidelidade masculina é resultante dos apelos da libido (desejo sexual) Ou seja, os homens pulam a cerca em busca de variação na atividade sexual. Em certos casos o que motiva a infidelidade é uma paixão avassaladora, mas nessas circunstâncias o homem quase sempre deseja romper com o casamento ou relacionamento.
As mulheres como já foi aqui explicado, hoje se permitem trair quando se sentem sexualmente atraídas por alguém, mas a traição pode ser igualmente motivada por carência afetiva quando não encontrem no lar o carinho e o apoio do cônjuge (ver o conto Joga Pedra Na Janine) paixão, ou vingança. A mulher traída pode querer dar o troco na mesma moeda.
DESLEALDADE _ As pessoas que agem de forma desleal traindo amigos e mesmo seus próprios ideais tornam-se pérfidas quando invigilantes cultivam sentimentos como inveja, ciúme, medo e ambição. E qual ser humano está totalmente isento de experimentar esses sentimentos? Quem já não pensou pelo menos uma vez em puxar o tapete de alguém? Muitos, aliás, só não o fazem porque não encontraram ainda ocasião propícia.
No entanto, nossa exposição não deve conduzir à falsa conclusão de que estamos fadados à traição.
Quando homens e mulheres compreenderem que liberdade não é licença para a libertinagem e os valores morais tiverem sobrepujado as paixões próprias do egoísmo, então a humanidade renovada ver-se-á liberta do ciclo vicioso da traição.
Eis a regra áurea: não faça ao outro aquilo que você não deseja que o outro te faça.
Traição é escolha e a não traição também é uma acertada escolha, porque quem trai em verdade não está traindo a outrem, mas sobretudo, os compromissos íntimos assumidos perante o campo das lutas, reajustes e realizações terrenas.