Da Rifa
A rifa quando não serve às causas nobres é produto de exploração. Con-centram-se os compradores no valor isolado de cada número que arris-cam, contando a vantagem que obterão com o resultado positivo. Não importando, que no conjunto, a soma total dos valores representam en-ganação. Passam os compradores, no instante da assinatura, a explorados e à parte da exploração. Justificam-se os jogadores, que suas atitudes fo-ram para ajudar um amigo. Ignoram a amizade em seus aspectos mais profundos. Neste caso, ou em outros, diferentes na forma, semelhantes no conteúdo, percebe-se nos inimigos mais honra do que nos amigos. Aqueles nos enfrentam em campo aberto; estes nos espreitam a beira do caminho.
O “rifeiro”, ou a “rifeira” visando lucros imediatos e absolutos, despossuí-dos da habilidade e do talento do vendedor, apresentam-se como verda-deiros beneficiosos, proporcionadores de oportunidades. Tanto quanto aquele, que lança papel no chão para dar emprego ao faxineiro. Incapazes de doarem o objeto velho, que não mais lhe serve e de aceitarem a escolha errada: a compra do bem novo, que já não desejam; rifam, enganam, exploram, em nome da velha amizade.
Quem precisa de um amigo?