DESPREPARO OSTENSIVO E TRUCULÊNCIA INCENTIVADA

Prólogo

O Jornal Nacional de ontem (10/01/2012) noticiou, entre outras informações, um despreparo ostensivo de alguns policiais que se excederam na truculência incentivada.

Ora, todos sabemos que os ânimos diante de um conflito social gera: confusão, excessos, desgastes, prejuízos de ordem moral, financeiro e funcional. Alguém perde o emprego, outro se machuca fisicamente e/ou emocionalmente e nesse diapasão a mídia e nós blogueiros fazemos a festa para alegrar os leitores ávidos por novidades. Mas, infelizmente, NÃO HOUVE NOVIDADES!

Um suposto estudante foi agredido aos empurrões, depois de se negar a mostrar sua identificação, por um policial que cumpria ordem para efetivar a desocupação de uma área do campus da universidade de São Paulo. No local havia outras pessoas (testemunhas) e a cena foi gravada por um cinegrafista amador.

Os dois parágrafos acima são fatos. Ocorreram e diante das gravações com áudio. Não se poderá refutar os acontecimentos deploráveis de uma demonstração ostensiva dos ânimos enaltecidos e, salvo outro juízo, incentivados pelo suposto estudante que se negou identificar. Custava ter feito isso? Por que não o fez?

Depois de empurrado e sofrer alguns safanões, o suposto estudante, provavelmente antevendo a possibilidade de "entornar o caldo", isto é, complicar as coisas, estragar uma situação com um ato desastrado ou intempestivo, aos gritos, acusou o policial despreparado, não apenas pelo aspecto físico, mas sobretudo pelo desequilibrio emocional, de racista.

DIÁLOGO ENTRE O SUPOSTO ESTUDANTE E O SARGENTO EMOCIONADO

- Você é estudante daqui?

- Eu sou.

- Cadê a carteirinha? Cadê a carteirinha? Deixa eu ver.

O fato de o sargento, que se encontrava conversando com um grupo, para depois se dirigir a uma outra pessoa de tez negra, NÃO CARACTERIZA discriminação ou racismo. Essa concentração de atenção, creio, foi mais pelo penteado sui-generis do jovem afrodescendente.

Tudo não passou de uma coincidência que tomou proporções maiores por culpa do suposto estudante diante da negação de se identificar. Ora, hoje em dia o termo afrodescendente é usual e substitui as palavras: negro (a), negrão, preto (a), pretinho (a) e está tão em voga que ao se pretender que estes termos possam ter sentido pejorativo ou discriminatório, atribuindo com isso à palavra designativa da cor assume um sentido de preconceito.

Esta solução suscita críticas de caráter ideológico. Não foi isso que ocorreu. Em nenhum momento o policial, embora truculento, chamou o cidadão de pele escura de negro ou assemelhado. Quando o estudante se nega a mostrar a identificação estudantil, o policial passa a agredi-lo. O PM chega a sacar a arma. Mas guarda em seguida. A agressão não para. O rapaz, que é negro, é retirado do local aos empurrões.

Após ser retirado do local Nicolas Menezes Barreto mostra que está matriculado no curso de ciências da natureza, que fica em outro campus, na Zona Leste de São Paulo.

“O documento que comprova que eu sou estudante, está aqui. Estudante do Coseas. E ainda aluno matriculado”, afirma o estudante. Outros manifestantes perguntam o nome do policial, mas o sargento André Luiz Ferreira cruza os braços para esconder a identificação.

Estudantes: Deixa a gente ver seu nome!

Sargento: Por que quer ver meu nome?

O PM se afasta e é acusado de racismo.

CONCLUSÃO

Errou o PM e o suposto estudante! O jovem agredido entende que o afastamento do policial das ruas não basta. "Achei que foi uma medida imediata. Mas concordo que não foi uma medida efetiva. Eu quero a exoneração dos policiais militares e quero também a exoneração do guarda universitário que ajudou a ação da polícia” (SIC), afirma o estudante Nicolas Menezes Barreto. Deveria também dizer: "Da próxima vez, antes de ser agredido, mostrarei minha identificação estudantil".

A agressão aconteceu durante a desocupação de um espaço que era usado pelo diretório central dos estudantes na USP. Os vídeos gravados por manifestantes circularam na internet e o sargento André Luiz e outro policial militar - que também participou da discussão - foram afastados do serviço de rua.

A Comissão de Direitos Humanos da OAB exigiu uma investigação imediata do caso. Também entendo que deva haver uma investigação dos fatos, mas tudo está tão claro que não vejo nada a ser apurado. Houve um DESPREPARO OSTENSIVO E TRUCULÊNCIA INCENTIVADA.

“Nós já estamos em contato com a secretaria da justiça e exigindo que esse dois responsáveis sejam processados e ao final seja apurada a responsabilidade”, disse Martin de Almeida, da Comissão de Direitos Humanos. Discordo veementemente do senhor Almeida!

O policial emocionado e despreparado é um preposto do Estado que é o responsável por colocar nas ruas um militar sem equilíbrio emocional a ponto de puxar uma arma para uma pessoa desarmada e diante de dezenas de testemunhas.

Uma ONG educacional de negros também classificou o ato de racismo. Ora, onde está a prova do racismo? Então se estou em quaisquer outras Regiões do Brasil e alguém me chama de "Paraíba" eu vou acusá-lo de racista? Analfabeto, talvez, pois sou paraibano e não "Paraíba".

Aliás, em todos os Estados da federação nós nordestinos somos alcunhados de "Paraíba". Há quem entenda ser uma palavra depreciativa, mas Eu dou risadas com essa bobagem inominada alimentada pelos néscios nos pensamentos, palavras e atos.

“É um grupo grande de estudante, só tem um negro. Por que justamente o policial foi em cima do negro? Porque para a cabeça do policial, o negro não estava no espaço dele”, declarou Raimundo dos Santos, coordenador do projeto EDUCAFRO. Discordo, também, do senhor Raimundo!

Não vejo dessa forma senhor coordenador do projeto Educação para Carentes e Afrodescendentes - EDUCAFRO. Houve uma atenção focal do policial pela proximidade da pessoa a que ele se dirigiu. Claro que houve! O penteado chamativo, podemos dizer "carnavalesco", do suposto estudante, aguçou a atenção do policial. O espalhafatoso chama a atenção até dos indiferentes às situação em que há alvoroço.

Aliás, o Brasil necessita muito, mas muito mesmo de boa educação e qualificação PARA TODOS os brasileiros e NÃO APENAS para carentes e afrodescendentes como sugere a sigla EDUCAFRO. Talvez, por outros entendimentos, isso também possa ser considerado uma discriminalização gritante, isto é, a efetivação de uma Organização não-governamental voltada especificamente para a educação de determinadas classes.

Do mesmo modo teria acontecido se um outro estudante estivesse no local em trajes do palhaço Tiririca, ou com o penteado e barba do falecido Raul Seixas, ou do cantor cearense e arquiteto Marcondes Falcão Maia (Falcão) sempre usando sua tradicional vestimenta florida e alegre com seu toque pessoal — o girassol preso em seu paletó.

"Houve um erro, vai ser punido. A polícia tem uma corregedoria muito firme e punição. Nós não toleramos nenhum tipo de abuso"(SIC), afirma Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho. Posso asseverar, sem pejo do ridículo, senhor governador: Claro que houve um erro!

O eminente jurista Rui Barbosa já dizia e escrevia em seus inúmeros trabalhos: "A responsabilidade é a sombra da autoridade.".

O policial incompetente é responsabilidade do Estado que, evidentemente, depois desse e de tantos outros abusos cometidos, haverá de melhor avaliar e qualificar seus empregados antes de colocá-los em missões de contato com o público externo.

Policiais desse nível devem ser colocados em tarefas de limpeza nas áreas internas dos quartéis, presídios, casas de detenções, etc., ou, se tiver um pouco de intimidade com o idioma pátrio, burocráticas! As missões de rua, por suas especificidades, são próprias para os militares competentes, inteligentes e equilibrados.

O lugar estava ocupado por um grupo de manifestantes desde dezembro. Na sexta-feira (6/Jan), começou uma desocupação negociada com o acompanhamento da Polícia Militar e da guarda universitária. Mas nessa segunda-feira (9/Jan) houve a confusão orquestrada por anarquistas incentivadores de balbúrdia mais do que estudantes.

Para enfeixar todos os parágrafos escritos e concluir meu arrazoado texto afirmo sem receio de estar cometendo, também, algum excesso: No quiproquó em que se transformou a manifestação estudantil houve DESPREPARO OSTENSIVO E TRUCULÊNCIA INCENTIVADA.