A NUMEROLOGIA DO QUASE REVEILLON...

Ano novo chegando...e nossas atenções se voltam às retrospectivas, às reflexões, às festas e ao futuro.

Bem sabido que dois mil e onze já nos contou para que veio: um ano repleto de fatos históricos decisivos e marcantes em todos os seguimentos da vida em sociedade, não apenas no Brasil como no mundo todo.

Por aqui tivemos algumas glórias e muitos percalços e aos políticos cabem todos os louros mesmo enquanto a sociedade conta seus prejuízos nem sempre mostrados às claras das visões mais distraídas.

Todas as corrupções humanas sempre carcomem o fundamental ainda que este nos seja invisível. Só muito mais tarde nos damos conta das perdas.

Todavia temos com o que sonhar: aguardamos pelas copas desportivas que estão logo aí e há que se "respeitar o direito do torcedor", ainda que torcer pelo país não signifique apenas chorar pelo topete caído do Neymar desiludido pela copa mundial interclubes.

Cada povo tem o ídolo que melhor combina com seu jeito de desejar e há os que desejam quase nada.

Mais que certo, aliás, havemos de não alimentar grandes ambições pela vida ainda que esta seja um pouco mais de respeito pela cidadania.

Mas, devaneios afora, já escrevi várias vezes que dizem ser o número onze holisticamente marcador de momentos de grandes agitações e decerto que neste ano que já se vai o numeral cumpriu na íntegra o seu destino místico, embora não seja eu numeróloga. Eu só entendo dos números do meu dia-a-dia.

Como aqueles dos impostos, por exemplo. Atingimos a marca de um trilhão e meio de impostos pagos e este é um número a se comemorar. Não pelos contribuintes, obviamente.

Todavia, esoterismo a parte, penso que a sociedade precisa muito mais de decisões do que de confabulações.

Dizem também que as cartas não mentem porém o mais importante do todo é que coloquemos claramente as cartas na mesa.

Por exemplo: o número seis é o número da hora: terminamos o dois mil e onze a comemorarmos o sexto lugar entre as economias mais fortes do mundo. Palmas! Será que os impostos pagos são marcadores deste índice de ascensão econômica? E o PIB é para todos, neste país de todos?

Decerto que a teoria da relatividade é a mais importante de todas as ciências que modulam o planeta.

O mundo todo está pobre e nós estamos ricos. Muito bem. Eis a nossa maior glória de dois mil e onze.Se a nossa riqueza for verdadeira mais um verso famoso de William Shakespeare poderia ser imediatamente aqui relembrado "aprendi que dinheiro não compra classe."

MAS compra muitas mentiras, isso também já aprendi e deixo aqui registrado.

E nenhum dinheiro compra dignidade social, muito menos cidadania satisfatória quando os cofres estão arrombados.

Esqueçam também os dois ditos populares que poderiam aqui ser relembrados: "nem tudo que reluz... é ouro" e "por fora bela viola mas por dentro..."

Voltemos nossos olhos para dentro, para o nosso interior.

Esse é o meu maior desejo para dois mil e doze: Que a exemplo do tantos movimentos reivindicatórios que se espalharam pelo mundo , que olhemos nossos umbigos antes de comemorarmos vitória tendo como parâmetro a crise alheia, as dificuldades europeias e norte-americanas, que mesmo crises, superam em muito a nossa crescente condição social, tão perenemente estagnada no que há de mais importante: a verdadeira consciência duma legítima cidadania.

No dia em que nos enxergarmos sem vendas seremos a maior sociedade do mundo porque atributos não nos faltam.

Mas saibam, a marolinha já apontou claramente por aqui e só não se banhará nela quem for muito bem treinado para pular.

Então pulem as sete ondas da marolinha logo mais no reveillon dois mil e doze. Vale treinar.

Enquanto isso, deixemos a numerologia falar por nós.

Afinal, todos precisamos sonhar...