Explicando o texto: "Brasil e Justiça em berço esplêndido"

Prólogo

Ontem recebi uma mensagem de uma leitora que merece uma resposta pública não só em atenção ao pedido dela, mas sobretudo por saber o grande interesse despertado em outros leitores e blogueiros o tema abordado e publicado no Recanto das Letras recentemente: "Brasil e Justiça em berço esplêndido".

MENSAGEM DA LEITORA

"Boa tarde senhor Wilson. Meu nome é Bruna Adriana Foltran, tenho 22 anos, sou estudante de psicologia na PUC-RS e resido na cidade de Porto Alegre, em um edifício perto do Rio Guaíba. De meu apartamento vejo a chaminé da Usina do Gasômetro e fico a imaginar o que um poeta de sua classe faria com a visão linda do pôr-do-sol e do rio que mais parece um mar.

Na verdade não estou lhe escrevendo para falar das belezas de minha cidade, mas sim para lhe parabenizar pelo texto "Brasil e Justiça em berço esplêndido". Ficou ótimo! Aprecio seu estilo erudito e instigante. Por outro lado dá para perceber não se tratar de estilo fraldoso só para impressionar. O senhor é bom mesmo no que pretende informar e ensinar.

Tenho a absoluta certeza de que muitos leitores têm interesse em comentar seus escritos, mas diante do receio de cometerem erros gramaticais crassos se inibem. Quero lhe fazer apenas duas perguntas: 1. O que lhe motivou a escrever sobre esse descontrole dos poderes públicos? 2. O senhor acredita que para o nosso Brasil há conserto?

Desejo aproveitar sua resposta e o texto originário para enriquecer minha monografia no próximo ano (2012). Se o senhor quiser poderá publicar no Recanto das Letras essa mensagem junto a sua resposta. Não sendo egoísta, já percebi que seus textos podem ser copiados e utilizados em trabalhos escolares de ensino médio e acadêmicos.

Agradeço todas as atenções que me disponibilizar e aproveito a oportunidade para lhe convidar a passar uma semana na fazenda de meu tio Alfredo. Nessa ocasião eu lhe mostraria de perto o folclore de Porto Alegre que é o resultado da mistura de tradições muito diversificadas, trazidas pelos imigrantes de variadas procedências que formaram a população local, bem como aquelas legadas pelos povos indígenas autóctones e pelos descendentes de escravos africanos.

Esse rico folclore, que abrange expressões na dança, na literatura, na música, no teatro, na religião, na culinária e nos jogos infantis, é transmitido em salas de aula e em outras atividades, como oficinas e contadores de histórias, voltadas para o público jovem.

Tenho certeza que o senhor iria adorar o nosso chimarrão, churrasco, vinho e outras iguarias regionais alegradas com as danças tradicionais. Prometo que se o senhor aceitar meu convite eu vestirei minha pilcha mais colorida para recebê-lo com as honrarias merecidas. Um beijo com os desejos de um feliz natal e um ano de 2012 com muitos outros textos lindos.".

MINHA RESPOSTA À NOTÁVEL LEITORA

Conheci Porto Alegre quando visitei um nobre amigo residente naquela plaga. Isso já faz alguns anos e na ocasião fui até Santana do Livramento para depois dar um passo e atravessar a fronteira e chegar ao Uruguai. O Chimarrão é proveniente da cultura dos Índios Guarani. Composto da erva-mate cevada, é preparado em uma cuia proveniente do fruto porongo, servido com água quente e bebido através de um canudo de metal chamado de bomba.

O QUE É ERVA MATE? A erva-mate é proveniente da planta de nome científico Ilex Paraguariensis, encontrada em abundância nas matas do Sul do Brasil. Realmente é uma bebida especial, tanto pela sua cultura, quanto pelo seu valor nutritivo, dificilmente encontrado em outra planta no mundo. Conhecido por ser o símbolo da hospitalidade e amizade do gaúcho, o chimarrão é servido cordialmente aos clientes do Vento Haragano, como em toda tradicional casa de família gaúcha.

O QUE É PILCHA? A Pilcha é a indumentária tradicional gaúcha utilizada por homens e mulheres de todas as idades no Sul do Brasil. Originou-se dos primórdios da colonização dos pampas, resultado de influência histórica, social e cultural. Este traje típico foi evoluindo, adaptando-se às necessidades atuais, mas sem perder sua tradição. A bombacha, seus complementos e o vestido de prenda, representam até hoje a imagem de um típico casal gaúcho.

QUE É ARROZ CARRETEIRO? O arroz carreteiro é um prato típico da região sul. Qualquer gaúcho que se preze conhece e sabe fazer um arroz carreteiro autêntico. Este prato é composto por arroz, cebola e charque. O charque é uma carne-seca e salgada que foi muito utilizada como alimento pelos peões que tocavam o gado entre as fazendas.

Durante suas longas jornadas levavam o charque que, por não ser perecível, aguentava as viagens e era misturado com o arroz, que sempre foi abundante na região. Nascia assim um dos pratos mais típicos da culinária brasileira. No Nordeste essa carne-seca ou charque é também conhecida por jabá.

Posso dizer sem receio de errar que a mulher gaúcha, além de ser bonita ainda é mais mulher (opinião pessoal) por se vestir como tal. Dá gosto ver uma mulher linda, bem proporcionada, vestida com um vestido longo e rendado. Hoje em dia, em quase todos os demais vinte e seis Estados de nossa federação vemos mulheres trajando calças compridas, shorts, bermudas, etc. em total desrespeito a sua feminilidade.

A mulher gaúcha, diferente, está sempre focada no seu propósito maior: ser feminina e esquecer a falácia da igualdade entre os sexos. Feitas essas considerações posso responder os questionamentos da notável leitora Bruna Adriana da forma mais simples que posso e de acordo com as perguntas:

1. O que lhe motivou a escrever sobre esse descontrole dos poderes públicos?

Minha resposta: Há descontrole nos poderes públicos, nos gastos, nas decisões, na inflação. Há abusos de poderes, de agentes públicos, de quem pensa saber o porquê de visita ser escrito com "s" e vizinho com "z"; há também um gigantesco descontrole das emoções pessoais, dai o extrapolar das forças constitucionais e dos seus agentes, mal direcionadas.

Explico melhor dizendo: Basta toda espécie de impunidade que defrontamos diariamente para nos convencer disso. Prudência, disciplina, respeito ao dinheiro dos contribuintes poderiam constar, como capítulos especiais, em nossas obras de ciência política.

A crise do Judiciário brasileiro, escancarada pela liminar do ministro Ricardo Lewandowski que paralisou as investigações da Corregedoria Nacional de Justiça, já é reconhecida nos bastidores desse Poder como uma das maiores da história, pelos efeitos que terá na vida do Supremo Tribunal Federal (STF).

Estudiosos veem nela, também, um divisor de águas. Ela expõe a magistratura, daqui para a frente, ao risco de consolidar a imagem de instituição avessa à transparência e defensora de privilégios. Ministros do STF ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo dizem não se lembrar de uma situação tão grave desde a instalação da CPI do Judiciário, em 1999.

Mas agora há também suspeitas pairando sobre integrantes do Supremo, que teriam recebido altas quantias por atrasados. "Pode-se dizer que chegamos a um ponto de ruptura, porque muitos no Supremo se sentem incomodados", resume o jurista Carlos Ari Sundfeld.

2. O senhor acredita que para o nosso Brasil há conserto?

Minha resposta: O Estado brasileiro mantém um arrocho em todas as frentes, diz que corta na própria carne. Não dá aumento aos militares e diz que isso não é ravanchismo! Muita gente tem sentido na carne a navalha do Estado. Há um exército, por assim dizer, de funcionários mutilados pela guerra do superávit fiscal, por um lado, e pela fome leonina do fisco, por outro.

Mas aqui se trata de outra gente, os chamados emergentes da pobreza, ou, para usar o prefixo da moda, "neobarnabés". Falo (escrevo), evidentemente, de pobres que possuem celulares, às vezes mais de um aparelho, mas não dispõem de dinheiro para por créditos ou fazerem uma refeição decente e dos funcionários públicos que se corrompem por mínimas importâncias confiando no corporativismo e/ou impunidade.

Sim. Nosso Brasil precisa de muitos consertos e mais ainda de concertos para conduzir a juventude para as salas de teatro, para retirá-los do mundo das drogas e dos bailes "raves" tão nocivos às famílias tradicionais e juntá-los às pessoas de bem.

Veja esse exemplo vergonhoso: Se a opinião pública contrária não foi suficiente para barrar o aumento de 61,8% concedido aos 41 vereadores pela Câmara Municipal de Belo Horizonte, uma segunda chance pode estar nas mãos do prefeito Marcio Lacerda (PSB). É a ele que está sendo direcionada uma campanha nas redes sociais pelo veto à proposição aprovada em turno único.

Com 21 votos favoráveis e três contrários, os vereadores passaram o salário de R$ 9.288,05 para R$ 15.031,76, o que corresponde a 75% da remuneração dos deputados estaduais. O reajuste passa a valer em 2013, já que a lei só permite aprovar aumentos salariais para a legislatura seguinte.

É dessa imoralidade que podemos falar e repudiar! Quero dar outro bom exemplo de uma bobagem dita pelo ex-presidente Lula: “Eu tava visitando a UPA, e eu tava dizendo que ela tá tão bem organizada, ela tá tão bem estruturada, que dá até vontade de a gente ficar doente para ser atendido aqui” (SIC). Parece castigo. Lula adoeceu!

O vídeo está na internet e para quem não sabe a Unidade de Pronto Atendimento - UPA não está socorrendo o ex-presidente depois de ter sido diagnosticado o seu câncer na laringe. Claro! Ele prefere ser tratado pelo Hospital Sírio-Libanês e não pela "bem estruturada" UPA em qual Estado exista.

Essa crise de populismo do Lula é semelhante a uma promessa de político em campanha. Não entendo que um presidente da República, governador do Estado, uma outra autoridade, um endinheirado qualquer devam se tratar em unidades públicas de emergência, que não podem mesmo contar com todos os recursos que a medicina pode oferecer.

Não porque eles “não sejam homens comuns” (como disse Lula a respeito de Sarney), mas porque uma doença grave de um governante ou mesmo a sua morte podem ter repercussão negativa na vida de milhões de pessoas.

Assim, é correto que o mandatário tenha à disposição o que há de melhor no setor. E é uma tarefa sua, indeclinável, fazer o possível para elevar as condições de atendimento na saúde pública - QUE VIVE UM CAOS NO BRASIL.

Ora, se um governante resolver os problemas de: Segurança, Moradia, Saúde, Emprego e Educação de uma nação estará cumprindo suas promessas de campanha, mas isso é impossível! Trata-se de um anacronismo que compromete sobremaneira a eficácia dos discursos.

Tão impropriamente impossível quanto uma mulher que "pula a cerca" e ao chegar em casa, com um terço em uma das mãos e a Bíblia na outra, diz ao marido broxa, rude e crédulo: "A homilia hoje foi sobre a arte da felação procriativa". Ora, a rameira quis dizer recreativa, mas o guampudo ingênuo, sorrindo, querendo bancar o intelectual, diz: "Que bom. Assim você aprendeu a ser artista".

Descontrações à parte. Posso afirmar: Não! Lula ou quaisquer outros políticos não têm, necessariamente, de se tratar no SUS pelos motivos elencados antes e agora. Mas pode e deve ser cobrado pelas palavras que disse, pelos discursos que fez e pelas obras que não fez. Não há rigorosamente nada de errado com quem o confronta com suas próprias promessas.

Ao contrário. É saudável que a população tenha memória, critique, brinque fazendo piadas e comente. Todos temos esse direito. É o direito à livre expressão de pensamento ou palavra que poderá ser materializado pela escrita. Recomendo que façam isso, usem o livre arbítrio para se manifestarem contra tudo o que não entenderem ou não aceitarem.

O que disso passar será molecagem ou crime de calúnia, injúria ou difamação. As diferenças entre esses crimes já foi objeto de um texto meu publicado aqui no Recanto das Letras. Mas se alguém entender que escrevo forte demais, ofendo e quebro respeitáveis ditames da razão ou paradoxos sentimentais leiam o que escreveu um conhecidíssimo pensador chamado Luiz Felipe Pondé:

"Veja o discurso dos políticos: são todos otimistas; grandes canalhas são sempre otimistas e simpáticos, caso contrário não dão o golpe que querem dar. Mas, hoje em dia, o otimismo é um modo de se vender no mundo." - (Luiz Felipe Pondé).

Pondé também escreveu e eu assino em baixo sem receio nenhum de estar conspurcando melindrosos e mitômanos: "Logo criarão uma lei que proibirá as mulheres de serem bonitas em nome da autoestima das feias e proibirão os homens bem-sucedidos de terem carrões em defesa da dignidade do ônibus ou do metrô. Duvida? Basta um mentiroso inventar que isso é necessário para um convívio democrático. Isso se chama a ditadura dos ofendidos." - E dos recalcados, completo Eu.

Não foi em vão que em uma entrevista a revista VEJA Eu pude ler com muita satisfação: "A liberdade de expressão é fundamental. Ainda que ela incomode, é preciso respeitá-la, protegê-la e nunca cair na tentação de pensar que só o governo tem razão. Isso leva ao totalitarismo" - (Miguel Juan Sebastián Piñera Echenique - Presidente do Chile).

Lula NUNCA QUIS ADOECER PARA SER TRATADO por uma Unidade de Pronto Atendimento - UPA e se assim fizesse deveria fazer um testamento público e orientar os seus asseclas sobre um concurso para o seu epitáfio.

Este modesto autodidata sugere: "Aqui jaz um apedeuto inimputável pela inocência do nada saber, mas que foi sobejamente apoiado por uma súcia de néscios".