NATAL DOS HOMENS
Natal, significando nascimento, não é o simples surgimento de uma pessoa comum, mas a celebração do nascimento de Jesus, o símbolo da salvação. Contudo, será que vivemos verdadeiramente o espírito natalino? Entrar nesse clima é suficiente para sermos "abençoados"? Surgem dúvidas sobre a necessidade de salvação e de um Salvador. Reconhecemos a transitoriedade da vida, mas também a bondade divina que, no final, garante que tudo se resolverá.
Recebemos inúmeras mensagens de paz e amor durante essa época, mas, ao se aproximar do Natal, busco a introspecção na madrugada para compreender a complexidade da natureza humana. Descrever o ser humano é desafiador diante de seus defeitos, conveniências e maldade. Num momento reflexivo, tento encontrar respostas acompanhado de uma taça de vinho tinto e um bom charuto.
O relato bíblico dos Três Reis Magos segue como pano de fundo, mas questionamos se o Natal é apenas mitológico ou se vai além, representando a esperança, a boa nova e uma aliança entre os povos. Neste Natal, recusamos clichês e a hipocrisia que prega paz por meros minutos, seguida pela corrida desenfreada ao sucesso no dia seguinte.
Expresso a preocupação com o egoísmo humano, que atinge níveis insuportáveis, levando à desagregação, violência e brincadeiras perigosas de se equiparar a Deus. A dualidade entre a cidade cintilante e as crianças desamparadas sob as pontes destaca a contradição do espírito natalino.
A citação de Thomas Hobbes, "O homem é o lobo do homem", evidencia a necessidade de uma intervenção divina para reensinar, reeducar e impor limites ao homem diante de uma sociedade necrosada. As palavras do Livro de Eclesiastes sugerem que é tempo de derrubar pedestais, arrogância e descaso, para renascer uma humanidade capaz de amar e glorificar Deus.
Apesar do ceticismo em reeducar o homem, acredito que há uma luz no fim do túnel, guiando-nos na busca por uma saída das trevas. Existe uma chamada para não se deter nas obras altruístas e manter a esperança de encontrar soluções para o sofrimento das crianças.
Ao falar sobre o verdadeiro significado do Natal, destaco que é uma busca constante do verdadeiro Jesus. O mês de dezembro muitas vezes evoca elementos materiais, mas é crucial lembrar que a verdadeira alegria vem do entendimento do nascimento de Jesus, não apenas do clima natalino.
A crítica à ênfase dada ao Papai Noel em detrimento de Jesus destaca a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre o verdadeiro propósito do Natal. O convite é para celebrar o Natal de Jesus não apenas em um dia específico, mas diariamente, espalhando a mensagem a todos os povos.
O texto conclui com um desejo por um Natal diferente, onde a humanidade desperte cantando e feliz, onde abraços e presentes sejam expressões sinceras de amor, e onde as bênçãos perdurem.
Anseio por um novo ano com o mesmo propósito de propagar o verdadeiro significado do Natal.
Manoel Rocha Lobo.