POR QUE NINGUÉM GOSTA DE ESPERAR?
Uma coisa é certa. Ninguém gosta de esperar nada. Ou quase nada. Pois jamais se ouviu alguém dizer com satisfação: "Oh, que espera maravilhosa, tranquila!" Ou: "Como é bom e delicioso esperar!" Isto só se for ironia ou gozação, só pode ser.
Pra começo de assunto: toda espera é angustiante, impaciente. A vítima de uma situação assim sempre ouve, quando ameaça alguma reclamação pelo fato de ficar tanto tempo esperando algo ou alguém, o seguinte: "Está reclamando por quê?" Esperou nove meses pra nascer, não foi?" E além deste tipo de gozação, tem mais, sobre este tema também já se transformou até em filosofia de para-choque de caminhão ou de botequim. Por exemplo: "Saber esperar é uma virtude!", "A esperança é a última que morre!" ou "Quem espera sempre alcança". E assim, sucessivamente.
De todas as situações de espera, a mais antiga e também relevante, inegavelmente, é aquela em que uma mulher vive com um filho no ventre, agurdando ele nascer. Dia após dia, durante todo esse tempo, nove meses, ela fica alimentando sonhos e planos para a nova criatura que virá ao mundo. Sem dúvida alguma é a espera mais longa e dignificante que um pessoa pode ter, neste caso, só u'a mulher pode tê-la, principalmente se for compartilhada com o cônjuge em todas as circunstâncias.
Pensando bem, a lista de tipos de espera, se se fosse enumerar, seria muito extensa. As situações são parecidas, mas o modo como vivê-las, obviamente, dependerá do estado de espírito, da personalidade, do caráter e sem dúvida, da paciência de cada pessoa.
Quanto a pergunta do título acima: Por que ninguém gosta de esperar? É como se fosse uma incógnita, ou para ser mais exato, um mistério. É algo nato que, por mais que se tenta disfarçar com argumentos educados ou falsos sorrisos, sempre fica uma impaciência suplantada, momentaneamente, que só com o tempo ou sua reincidência, ela virá aflorar e, sendo assim, as insatisfações da espera serão miscigenadas com as evasivas sinceras ou não, provenientes da pessoa que causou tal situação.
Além da antiga espera da gestante há pouco citada, outra também famosa, angustiante e antiga é aquela que um noivo é obrigado a suportar na igreja ou cartório, aguardando a futura esposa. Por falar nisto, é o tipo de espera folclórica que, às vezes, vira até motiva de chacota, deboche e brincadeira de mau gosto. Já quando acontece ao contrário, aí a noiva pode se desesperar mesmo, pois a sua espera rara e inusitada deixa de ser uma virtude e passa a ser um pesadelo, pois quase sempre nestes casos, o noivo deve ter se acovardado e fugiu mesmo!
E a partir daí, os inúmeros tipos de espera são tão corriqueiros quanto similares, como por exemplo: logo cedo, esperar ser atendido na fila do pão, principalmente quando se está com pressa e ao chegar a nossa vez, o pão acaba e quem quiser levá-lo quentinho para casa tem que esperar alguns minutos pela outra fornada. A seguir, outros exemplos corriqueiros que acontecem com qualquer pessoa: fila nos bancos, casas lotéricas, lojas, restaurantes, estação de trem, metrô etc etc. Em todos estes lugares, o tipo de espera é similar.
Já nos CATs (Centros de Atendimento ao Trabalhador), INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Hospitais, Clínicas Médicas, onde o atendimento é feito através de senhas eletrônicas, a pessoa que precisar destes serviços, dependendo da hora e o número da senha que ela pegou, ela poderá tomar uma atitude imediata: ou vai embora, voltando outro dia ou outra hora ou então procura algo para preencher o tempo, por exemplo, ler um jornal, revista, livro e assim por diante. Haja paciência neste tipo de espera.
Já quanto o lado sentimental, amoroso, qualquer tipo de espera sempre pode ser prazeroso, literalmente. Tanto faz o rapaz que espera a namorada ou esta que aguarda a chegada dele. São situações que não provocam muitas reclamações e dificilamente causam cansaço. Frustração sim, se um dos dois faltar ao encontro, ao compromisso. E por falar nisto, melhor ainda quando acontece aquela espera não tão demorada, pelo o contrário, chega a ser até estimulante, quando um dos amantes fica aguardando o outro no leito nupcial. Este tipo de espera, duvido, que alguém chega a reclamar ou se desesperar. Pois uma vez que ambos estão ali naquele ambiente aconchegante, é só uma questão de minutos para o amor se concretizar. E sendo assim, todo espera é pouca para o maior prazer do ser humano falar mais alto. Agora, se um dos dois amantes em questão estiver cometendo algum deslize moral, ou seja, traindo algum cônjuge, este sim, sofrerá uma espera à sua revelia, pensando que a pessoa com quem tem um compromisso (namoro, noivado, casamento) está no serviço, na escola ou na igreja e não ali nos braços de outro (a), cometendo um dos gestos mais antigos do mundo: o adultério.
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