DA FAMÍLIA

Hoje vivenciamos um momento impar na sociedade brasileira, o país passa por avanços em todas as áreas, a economia ganha contornos mais sólidos e um clima de otimismo com o futuro varre o país de norte a sul. É claro que não podemos ser ufanistas ao ponto de dizer que tudo esta ótimo, pois sabemos que há muito que ser feito; o que queremos dizer é que muita coisa tem mudado para melhor nessa última década. Contudo o que me impressiona nessa conjuntura é a capacidade do ser humano em andar na contra mão de todos os avanços e das conquistas. Vivemos na era do anticoncepcional, do preservativo e ainda assim testemunhamos um número alarmante de meninas que tornam-se mães antes dos dezesseis anos. Incapazes de tomar decisões acerca de suas próprias vidas passam a ter a incumbência de educar um novo ser humano para uma sociedade cada vez mais complexa. É nesse hiato da sociedade moderna que não consigo visualizar porque tantos jovens embrenham-se por caminhos tortuosos, mesmo estando constantemente bombardeados por informações acerca de temas como drogas, violência criminalidade e sexualidade.

O que é mais difícil de compreender é o estado de anestesia que se encontram os pais dessa geração que se acomodam em suas obrigações paternais e se entregam ao deleite do hipnotismo da mídia e das programações televisivas. A concepção de educação terceirizada da sociedade moderna erroneamente tem atribuído a escola o papel de responsável pela formação integral do indivíduo para o mundo. Os pais nesse contexto, animalescamente são apenas os genitores, os responsáveis pelo prazer do coito e da alimentação das crias, mas quanto aos valores há uma verdadeira apatia moral pairando sobre as famílias brasileiras que não se assumem como elo fundamental da vida em sociedade. E assim a sociedade dos avanços tecnológicos e científicos regride moralmente a eras imemoráveis e os excessos, e os vícios e toda sorte de comportamentos que nos aproxima da nossa natureza animal ganha contornos cada vez mais sólidos num mundo onde os bestializados e a cultura de massa prevalecem...

Por fim resta nos contentar com o espetáculo da fé vendido na TV, com os pastelões requentados nas telenovelas e com o humor perverso da internet feito sob encomenda para um público cada vez mais bestial, menos culto, menos crítico, menos humano. E aguardarmos um novo messias já que o dilúvio não vem mais!