ERRO JURÍDICO E ESPIRITUALIDADE - Um caso concreto.
Por Carlos Sena
Por Carlos Sena
O maior erro judicial do Brasil, reconhecido pelo STJ, aconteceu em Pernambuco. A vítima foi MARCOS MARIANO DA SILVA, 63 anos. Ele ficou 19 anos preso no ANIBAL BRUNO – principal presidio de Pernambuco, no Bairro de Tejipó, no Recife, acusado por um crime que não cometeu. Ele foi detido pela primeira vez em 1976, no Cabo de Santo Agostinho. Contudo, seis anos depois de preso, o verdadeiro culpado se apresentou e Marcos foi solto. Por ironia do destino, sua liberdade durou apenas poucos anos. Em 1985, numa blitz de rotina, a polícia o encontrou na rua e um soldado que o conhecia do presídio entendeu (equivocadamente) que ele estava foragido. Deste modo, prenderam-no pela segunda vez. Despreparada, a guarnição provavelmente nem se precaveu procurando saber as informações corretas acerca. A justiça, por sua vez, ignorou o processo e tudo deu no que deu. Preso indevidamente pela segunda vez, Marcos ficou cego, pois foi atingido pelos estilhaços de bomba de gás lacrimogênio quando de uma rebelião no Aníbal Bruno, não obstante a contração de uma tuberculose violenta dentro do mesmo presídio.
Após dezenove anos, finalmente solto, o Estado de Pernambuco foi instado a pagar uma indenização de 2 milhões por danos morais e materiais. A primeira parte foi paga, mas a segunda o estado recorreu à justiça, mas ontem (22/11/11) o STJ negou o recurso do Estado. Quando foi informado disto pelo seu advogado, foi dormir, mas não acordou. Um infarto do miocárdio o levou para o outro lado da eternidade, talvez em função de que sua "missão" fora, finalmente, concluída na terra.
O caso de Marcos Mariano, independente de tudo que ele passou injustamente, se nos afigura um exemplo típico de que nós, humanos, parece que viemos a terra passar por determinadas provações. Podemos até nem acreditar nos princípios doutrinários espiritistas, mas ficamos meio que encafifados diante de uma realidade tão adversa para uma só pessoa.
Não bastava ser pobre foi preso injustamente. Não bastava ser solto, novamente foi preso injustamente. Não bastava ser novamente preso foi atingido por estilhaços de bomba na prisão; não bastava ter ficado cego, contraiu tuberculose. Não bastava o abandono da família, a solidão dos amigos, a solidão do dia e da noite por conta da cegueira, a solidão da justiça talvez tenha sido sua pior sentença. Diante de tudo indagamos:
Após dezenove anos, finalmente solto, o Estado de Pernambuco foi instado a pagar uma indenização de 2 milhões por danos morais e materiais. A primeira parte foi paga, mas a segunda o estado recorreu à justiça, mas ontem (22/11/11) o STJ negou o recurso do Estado. Quando foi informado disto pelo seu advogado, foi dormir, mas não acordou. Um infarto do miocárdio o levou para o outro lado da eternidade, talvez em função de que sua "missão" fora, finalmente, concluída na terra.
O caso de Marcos Mariano, independente de tudo que ele passou injustamente, se nos afigura um exemplo típico de que nós, humanos, parece que viemos a terra passar por determinadas provações. Podemos até nem acreditar nos princípios doutrinários espiritistas, mas ficamos meio que encafifados diante de uma realidade tão adversa para uma só pessoa.
Não bastava ser pobre foi preso injustamente. Não bastava ser solto, novamente foi preso injustamente. Não bastava ser novamente preso foi atingido por estilhaços de bomba na prisão; não bastava ter ficado cego, contraiu tuberculose. Não bastava o abandono da família, a solidão dos amigos, a solidão do dia e da noite por conta da cegueira, a solidão da justiça talvez tenha sido sua pior sentença. Diante de tudo indagamos:
- Por que ele?
- Por que um mesmo erro se repete duas vezes contra uma mesma pessoa e dentro do mesmo sentido de injustiça?
- Por que, além das prisões ilegais teria ele que ficar tuberculoso e cego?
- Por que, a despeito de tudo, a vida não lhe concedeu alguns dias mais para usufruir a indenização do Estado?
- Por que, ironicamente, ele veio a falecer no mesmo dia em que soube da notícia da liberação da outra parte da sua indenização?
Retomando a questão espírita, mais uma vez a gente fica querendo entender tudo pelo prisma de que nós estamos aqui para “pagar determinadas penas”. Certamente que não temos condições de maiores entendimentos acerca, pois na condição de ocidentais que somos e influenciados por inúmeras igrejas, especialmente a católica, ficamos meio travados para compreender a doutrina espírita em sua essência. Há os que recalcitram em função de que não se admite VIVER PAGANDO PENAS DE OUTRAS VIDAS – princípio básico da reencarnação. Preferimos, diante de tantos fatos, aguardar os “recados”; exercitar nossa INTUIÇÃO como instrumento importante para compreensão da vida na terra e suas interfaces com o planeta outros mundos.
A Igreja Católica existe com seus dogmas cristãos. Dentre eles o de que não há comunicação entre os mortos. Contudo, ela ( a igreja católica) se comunica com eles, pois afinal a missa de sétimo dia não é uma comunicação? O uso da água benta para afastar maus espíritos não será uma forma de interação com a espiritualidade? O uso do incenso nas missas, purificando o ambiente não é uma prática que segue na mesma direção? Quando a bíblia nos lembra de que a “casa do Pai tem várias moradas”, não estaria nos lembrando de que “muitos são os chamados, poucos os escolhidos”? Quando a igreja católica pratica exorcismo, não está ela se comunicando com forças espirituais do mal? Celebrar missas em intenções dos mortos, da mesma forma não representa uma comunicação, uma invocação dos entes queridos que partiram?
Perguntar continua sem ofender, mesmo sabendo que os mistérios da espiritualidade não se esgotam em si. Dá-nos a impressão de que nossa vã filosofia se basta diante dos mistérios que existem entre o céu e a terra e que nos deixam no “limbo” das nossas maiores incertezas. Cabe-nos, talvez, diante de um fato como o de Marcos Mariano da Silva – O MARIOR ERRO JUDICIÁRIO DO BRASIL – considerado pelo Supremo Tribunal de Justiça, repensarmos em nossas formas ortodoxas de compreender o mundo e a vida. O mundo e a vida não estão para a compreensão imediatista da razão pura, mas da impura abstração do universo com todas as suas particularidades no geral e todas as singularidades plurais do existir. Por isto, não custa nada não acreditar e não discutir. Melhor não acreditar e deixar que o tempo e os acontecimentos se encarreguem de nos mostrar a realidade das nossas certezas e as certezas das nossas dúvidas.
O terceiro milênio nos revelará coisas que nos recomporão as teorias duvidosas acerca do futuro da humanidade. No princípio era a lei do "dente por dente e olho por olho". Com Jesus veio a lei do AMOR para que aprendêssemos a nos relacionar com o próximo com base no perdão. Contudo, a geração do amor está meio claudicante diante dos seus objetivos e, deste modo, sentimos a sensação de que caminhamos para lugares incertos. O amor tem sido objeto de consumo confundido com valores materiais. Mas há esperanças de que possamos retomar o rumo que Jesus nos ensinou, desde que nossos valores não permaneçam sendo difundidos pelos falsos profetas pentecostais e caóticos, digo católicos de meia tigela.
O rol dos que já têm consciência de que tudo nesta terra obedece a planos superiores é imenso. As igrejas podem até se equivocar, mas a nossa fé não poderá jamais está contida nisto. A grande religião do terceiro milênio se consolida no amor ao proximo, no perdão e na abolição do preconeito da face da terra. Tarefas quase impossíveis, mas é essa a nossa encomenda que a espiritualidade nos confiou.
A Igreja Católica existe com seus dogmas cristãos. Dentre eles o de que não há comunicação entre os mortos. Contudo, ela ( a igreja católica) se comunica com eles, pois afinal a missa de sétimo dia não é uma comunicação? O uso da água benta para afastar maus espíritos não será uma forma de interação com a espiritualidade? O uso do incenso nas missas, purificando o ambiente não é uma prática que segue na mesma direção? Quando a bíblia nos lembra de que a “casa do Pai tem várias moradas”, não estaria nos lembrando de que “muitos são os chamados, poucos os escolhidos”? Quando a igreja católica pratica exorcismo, não está ela se comunicando com forças espirituais do mal? Celebrar missas em intenções dos mortos, da mesma forma não representa uma comunicação, uma invocação dos entes queridos que partiram?
Perguntar continua sem ofender, mesmo sabendo que os mistérios da espiritualidade não se esgotam em si. Dá-nos a impressão de que nossa vã filosofia se basta diante dos mistérios que existem entre o céu e a terra e que nos deixam no “limbo” das nossas maiores incertezas. Cabe-nos, talvez, diante de um fato como o de Marcos Mariano da Silva – O MARIOR ERRO JUDICIÁRIO DO BRASIL – considerado pelo Supremo Tribunal de Justiça, repensarmos em nossas formas ortodoxas de compreender o mundo e a vida. O mundo e a vida não estão para a compreensão imediatista da razão pura, mas da impura abstração do universo com todas as suas particularidades no geral e todas as singularidades plurais do existir. Por isto, não custa nada não acreditar e não discutir. Melhor não acreditar e deixar que o tempo e os acontecimentos se encarreguem de nos mostrar a realidade das nossas certezas e as certezas das nossas dúvidas.
O terceiro milênio nos revelará coisas que nos recomporão as teorias duvidosas acerca do futuro da humanidade. No princípio era a lei do "dente por dente e olho por olho". Com Jesus veio a lei do AMOR para que aprendêssemos a nos relacionar com o próximo com base no perdão. Contudo, a geração do amor está meio claudicante diante dos seus objetivos e, deste modo, sentimos a sensação de que caminhamos para lugares incertos. O amor tem sido objeto de consumo confundido com valores materiais. Mas há esperanças de que possamos retomar o rumo que Jesus nos ensinou, desde que nossos valores não permaneçam sendo difundidos pelos falsos profetas pentecostais e caóticos, digo católicos de meia tigela.
O rol dos que já têm consciência de que tudo nesta terra obedece a planos superiores é imenso. As igrejas podem até se equivocar, mas a nossa fé não poderá jamais está contida nisto. A grande religião do terceiro milênio se consolida no amor ao proximo, no perdão e na abolição do preconeito da face da terra. Tarefas quase impossíveis, mas é essa a nossa encomenda que a espiritualidade nos confiou.