O ESPORTE ESTÁ DE LUTO...
Indiciados por homicídio doloso (com intenção de matar) pela morte
do atleta de jiu-jitsu Kaio César Alves Muniz Ribeiro, de 23 anos,
durante um racha (corrida ilegal em área urbana), em Campinas,
os empresários Adriane Aparecida Pereira Diniz Ignácio de Souza,
de 42 anos, e Fabrício Narciso Rodrigues da Silva, de 32 anos,
não terão direito a pagar fiança.
A vida no trânsito brasileiro atingiu um grau de banalidade absurda,
Kaio morreu quando fazia uma ligação num orelhão, numa avenida de
Campinas.
A motorista alcoolizada a niveis altos dirigia um Audi e perdeu o controle, passando por cima do orelhão matando o atleta e invadindo uma residencia.
Kaio era atleta da Federação do Estado de São Paulo de Jiu-Jítsu.
Ele era vice-campeão brasileiro e campeão paulista na categoria adulto marrom.
Neste fim de semana, ele iria participar de uma competição em Mogi Guaçu, no interior do estado. Segundo o pai dele, Gilberto Muniz Ribeiro, o jovem dava aulas em academias para juntar dinheiro para a viagem aos EUA.
"Um pedaço de mim foi embora. Minha vida acabou", disse o pai.
Ele pediu justiça das autoridades para que os responsáveis sejam punidos pela imprudência.
Esta guerra desigual, que mata inocentes transeuntes, que mata outros motoristas cumpridores de sua obrigações no trânsito segue seu
rumo, até que as autoridades levantem-se de seu marasmo e façam
leis capazes de deter o genocidio brasileiro do transito.
Nunca foi tão extenso o luto pelos assassinatos em nosso trânsito,
igualmente nunca foi tão banalizadas tais mortes, porque a rigor
ninguém paga como deveria por esta participação em genocidio tão
visível, hoje foi um atleta entre muitos...
Até quando a orfandade de pais e filhos se dará nas vias do Brasil,
até quando a morte manchará nossas ruas com a ultima lembrança dos
nossos entes queridos, não é mais uma questão de se pensar o que fazer, mas urge o tempo para que se de termo a mortandade desenfreada, e a interminável dor que aflinge nossas vias, sob as vistas de quem deveria fazer alguma coisa.
É lamentável mas antes de ser passado a limpo, este país viverá
lambendo suas mazelas, enquanto chora seus mortos em inumeros
flagelos que se abatem sobre a pátria.