"É Nessa Hora que eu Entendo Hitler"*
Garotos de 50, mais uma vez.
Não sei o porquê desse tema ter me interessado tanto. Talvez por ter notado que a maioria dos homens que conheço não são, de fato, HOMENS.
Têm eles, os homens, o sexo masculino; têm eles, os homens, uma postura socialmente aceita e construída, masculina; contudo, o conceito Homem, ser Homem, assumir seu papel de verdade, ah minha gente, isso é muito raro, isso é para poucos, pouquíssimos, raríssimos eu diria para ser mais exato.
Pois não basta ter um pênis para ser Homem, não basta ser heterossexual para ser Homem, não basta ostentar uma postura máscula perante a sociedade e à família para ser Homem; Para ser Homem é preciso qualidades básicas como honra, lealdade, compromisso, solidariedade e muito mais.
E, ‘Homem’, se porventura alguma vez na vida você agir com alguém utilizando as qualidades acima elencadas, não atire na face da pessoa beneficiária da tua bondade o bem que você fez a ela.
Desculpe-me pelo rebuscamento na construção da frase, vou melhorar para ajudá-lo; sei que tem uma dificuldade enorme para essa coisa de leitura, então vá lá:
Se fez o bem para alguém, não “jogue na cara” da pessoa essa sua bondade.
Não cobre seu altruísmo, não queira mostrar para os outros que você é bondoso, solidário... Não precisa isso tudo. As pessoas percebem, consciente ou inconscientemente, quem de fato é bom ou mal.
As leitoras mais acostumadas à leitura perdoem a frase feita, é que certas pessoas veem a vida por meio de chavões, frases feitas, lugares-comuns...
Se você escrever alguma palavra com mais de duas sílabas o entendimento delas já fica prejudicado. Daí a necessidade de baixar o nível da escrita para suprir o analfabetismo funcional dos garotões de 50. Vamos ser complacentes com eles?
Então, garotos de sunglasses, fiquei sabendo que você pratica o comportamento que acabei de citar por meio de lugar comum. E pior, você o faz contra uma pessoa hipossuficiente; você não vislumbra que o teu comportamento é no mínimo vergonhoso?
Bem, acredito que utilizei um eufemismo para descrevê-lo; comportamento vergonhoso é atributo próprio de canalhas; para você entender o que é isso, menino idoso, direi de forma clara: você age de forma desonesta, mesquinha... Não teria tantos adjetivos para qualificar a tua desonra.
Ah, desculpe-me. Esqueci que você não sabe o que significa a palavra hipossuficiente. Vou tentar lhe explicar de forma bem didática; sei das tuas dificuldades.
Hipossuficiente é uma pessoa que não pode, por um motivo ou outro, prover o próprio sustento, está em situação de dificuldade financeira ou de saúde, não possui casa; pode ser alguém que tem uma deficiência ou é idoso; criança ou alguém privado de suas faculdades mentais, enfim, alguém que necessita de ajuda para sobreviver.
Daí, menino de olhos adiposos, o desvalor da tua conduta; daí o nome que dou para tua atitude, e o nome para tua prática cotidiana é COVARDIA.
Aproveita-se do mais fraco, toma-lhe o dinheiro, não lhe paga pelo trabalho, humilha-o, despreza-o, usa-o, desconsidera sua condição de mais fraco, não é sensível à sua vulnerabilidade.
Se eu fosse Jesus Cristo, em discurso direto no Apocalipse, diria que estava a ponto de te vomitar. Pobre de ti se o inferno existir, pobre de ti.
Quero estar lá para ver teu sofrimento, tenho sede de observá-lo sendo devorado pelos vermes. “É nessa hora que eu entendo Hitler”*
Com duas palavras, moleque da tatuagem gigante, apenas isso, duas pequenas palavras e captei as entrelinhas de todo o teu caráter. Caráter que se escondia atrás de um sorriso falso.
Por ser pequeno por demais, não suporta o sucesso alheio, pesa-lhe a felicidade dos outros. Esse é o conceito de inveja.
Quase trinta anos de simpatia destruídos por duas palavras, duas palavras carregadas de inveja, de malícia e de maldade.
Garoto de 50, sempre soube que era um garotão crescido e bobo, mas somente agora descobri que é invejoso e canalha. Os primeiros defeitos são até aceitáveis, mas os outros dois, para mim, são inadmissíveis.
Se te desejo alguma coisa?
Que cresça, que amadureça. Mesmo tendo certeza de que isso nunca ocorrerá.
Adeus.
* Abelle Ben Varrey – Copyright – Todos os direitos reservados - 2011