Na droga dos desencontros!


O que tem o conhecimento a ver com libertinagem, malandragem, liberalismo, consumo de bebidas, uso de drogas proibidas, prostituição e todo tipo de excesso cometido contra a saúde e contra a vida?
Nada ou quase nada a ver, uma vez que a liberdade praticada com bom senso, tendo a autonomia responsável uma medida razoável , será salutar e não provocará danos ao bem estar individual e coletivo.
O conhecimento proporciona melhor compreensão de vários aspectos para que possam ser transformados em benefício das pessoas. Quanto mais culta é uma pessoa, mais se mantém expectativa de que haverá moderação nos instintos e controle de violação dos direitos humanos.E maior será o acúmulo de experiências que favorecerão avanços nos modelos históricos primitivos já vividos.
Conforme pesquisa divulgada pelo IPEA, (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) o tempo de escolarização e de estudo que uma pessoa pode adquirir, possibilita uma maior inserção no mundo do trabalho, gera mais empregabilidade e melhora a participação nas várias instâncias sociais, proporcionando condições de vida diferenciadas em relação à cultura, sociabilidade, política, acesso às ferramentas de aperfeiçoamento tecnológico e ao convívio tanto na família quanto na sociedade.
Miguel De Cervantes declarou em uma frase que "O que um pai faz por seu filho faz para si mesmo." E é observável que filhos de pais mais estruturados financeiramente, aqueles que possuem mais formação escolar, são os que, na maioria, ingressam nos cursos mais concorridos das universidades públicas e são os que economicamente se tornam profissionais cujas carreiras são mais valorizadas e bem remuneradas.
Entretanto alguns dos filhos de classes consideradas elites do país se envolvem com drogas, freqüentam ambientes onde o índice de consumo de bebidas alcoólicas são maiores e são muitas vezes promíscuos.
Jovens de classe média e alta têm sido aqueles que, segundo o pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (Crisp) Robson Sávio Reis Souza, estão mais dependentes de drogas e são os maiores consumidores da substância no Brasil.
Há mais de vinte anos atrás, já eram oferecidas drogas nas escolas, não só aos filhos de pobres, mas aos abastados também. Porém a ação da polícia não era tão ostensiva, hoje com a ajuda do MPF e órgãos de Segurança Pública, e com o surgimento das frentes de combate ao tráfico por uma parte da população, há um maior interesse em inibir esta ação, onde a tolerância deixa de ser impunidade.
Uma vez que a aplicação da lei deve ser feita para prevenir , punir e impedir a propagação do caos, deverá contar com a ajuda e empenho de toda a sociedade, evitando que esses filhos se tornem infratores.
Bom seria que certos pais das classes média e alta fizessem uma revisão em seus conceitos sobre conhecimento e liberdade, pois permitir uso de drogas não acrescenta nada ao desempenho do cérebro, no que diz respeito ao desenvolvimento dos tipos de inteligências, muito pelo contrário , acarreta sérios problemas, inclusive de aprendizagem!
Pois droga não é brincadeira , pode até produzir um êxtase, mas pouco duradouro. E estar matriculado numa" Universidade" não pode ser pretexto para  usar rock, sexo e movimento estudantil como espaços para liberação de coisas ilícitas. Independência psíquica, irreverência e reivindicação de direitos não pertencem ao mesmo campo semântico de ruína.
É oportuno estar atentos ao período quando esses jovens ingressam nas "Universidades", observando as amizades que os acompanham e as mudanças de comportamento que trazem para dentro de casa.
Deve-se verificar com mais acuidade o período que ficam fora de casa para prestar maior apoio. E dar-lhes atenção não só favorecendo condições de compra, uma vez que o bolso cheio de dinheiro, mas vazio do significado do amor familiar , pode ser preenchido com coisas abomináveis.
Pode-se favorecer a participação deles nos encontros de família , proporcionando troca de informações e diálogo para alcançar um patamar de convivência mais feliz e harmonioso.
Quando “fechamos os olhos e consentimos deixar nossos filhos serem usuários de drogas,” estamos endossando o tráfico muitas vezes praticado próximo do nosso nariz.
E, neste sentido, não há nenhum motivo para comemorar, e sim toda uma preocupação que poderá impulsionar tais mães e pais a procurarem a causa por que os filhos ou filhas estão se enveredando por esse caminho, talvez como fuga, produtora de terríveis conseqüências.

 
Cida Maia
Enviado por Cida Maia em 12/11/2011
Reeditado em 12/11/2011
Código do texto: T3331036
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