Nossas diferenças e nossos desafios.
Matéria publicada no site www.maonataca.com.br, em face da discórdia entre dois membros do grupo.
Esta circulando em nosso site manifestações diversas de pessoas que acham necessário emitir opinião sobre questões internas que envolvem dois companheiros ligados à “Bancada da Bola”. Salutar e democrático que existam tais considerações, afinal, nosso veículo de comunicação é destinado a todos que se mostram interessados em debater tudo aquilo que acontece em nosso meio social e futebolístico.
Aqueles que falam no anonimato têm suas razões, até porque não querem se expor contra ninguém. Entretanto, quero ter por base nas minhas considerações, o ponto de vista daquele que escreveu e assinou seu comentário, porque visualizei nele ponderação que agrega e que se preocupa em manter a paz, ao invés de incentivar a discórdia. Disse o K10 que é importante os companheiros entenderem que no grupo da “Bancada da Bola” não existe titular e nem reserva e que todos jogam pelo menos meio tempo, devendo ser respeitado o comando de quem está dirigindo. E disse uma frase que considero a mais importante de todas: OS DOIS SÃO IMPORTANTES PARA O GRUPO.
Pois bem. Ninguém é dono da verdade. Num grupo tão eclético e constituído de pessoas inteligentes e vividas, há de haver sempre a ponderação e a discussão sadia em torno de episódios que transigem. Todos aqueles que não fazem parte da polêmica ficam doidos para emitir uma opinião e, dependendo da afinidade, até querem se manifestar em favor daquele que tem mais apreço. Não creio que essa seja a melhor solução para o conflito, pois o fato de uma pessoa ter se desentendido com outra no muito pode significar uma necessidade de diálogo entre os conflitantes, mas nunca deverá se instalar um clima de guerra onde um ou outro deve vencer.
No próprio seio familiar existem rusgas e às vezes até rola ciuminhos infantis que acabam pedindo a intervenção de alguém mais experiente no sentido de buscar uma alternativa de apaziguamento. Exemplo recente é o pequeno entrevero entre os irmãos (cantores) Zé de Camargo e Luciano, que deixaram escancarar questões internas com a dupla, gerando um constrangimento Nacional.
Nós, da “Bancada da Bola”, como pessoas agregadas ao conceito de grupo não podemos permitir que um incidente de percurso leve companheiros a se digladiarem por questões supérfluas, em que pese ter havido questões de foro íntimo que podem ter magoado uma das partes, especialmente aquele que está no comando e, como tal, exige que suas decisões sejam respeitadas.
Acho que as críticas são frutos das contingências de quem faz trabalho coletivo. Eu, por exemplo, quando era Diretor Esportivo cansei de ser criticado por alguns posicionamentos. Ficava entristecido por não ter agrado todo mundo. Paciência. Quem está no comando tem de ter pulso firme nos seus posicionamentos para manter coerência no que faz. Essas posições, por vezes, acabam pondo em conflito seu trabalho, porque sempre vai haver aquele que discorda.
Eu, particularmente, não tenho crítica alguma a fazer sobre o trabalho realizado pelo Piron e pelo Paulo César. Eles estão fazendo seu trabalho dentro das suas possibilidades e dentro das suas próprias convicções. São eles que estão pondo a risco a potencialidade do seu trabalho ao tomarem as posições em torno do nosso futebol, por isso temos de respeitá-los por isso, já que são eles que estão se expondo. Eles devem saber, também, que nunca vão conseguir unanimidade. Aliás, disse um filósofo contemporâneo que “Toda unanimidade é burra”. Acrescento que essa frase deve ser vinculada ao contexto social, em face da existência da multiplicidade de idéias.
Assim, penso que está com plena razão o nosso ilustre K10 quando disse que os dois desafetos são importantes para o grupo. É importante que todos saibam que não estamos numa guerra e inexiste vontade de que um fique e que o outro saia. Queremos, sim, que os dois fiquem e que num breve tempo os dois possam se entender e, assim, voltarem a serem pessoas de boa convivência.
Não vai ser uma primeira pedra jogada em nosso terreiro que irá fazer alguém escorregar. Os pedregulhos são jogados ao relento e nem por isso deixamos de caminhar. Avante “Bancada da Bola”.