BARBARIZANDO
Dia desses, mais precisamente no dia da morte de Kadafi, escrevi um pequeno poema, satirizando o inferno com a chegada de mais um, para concorrer com o dono da casa. Alguns concordaram comigo, outros riram da brincadeira; outros preferiram o silêncio e outros desfilaram a generosidade do "pobre" Kadafi, durante sua vida. Alguém estranhou a poetisa sair das delicadas entrelinhas para "barbarizar". E os Direitos Humanos? Ideal seria que esses tais direitos fossem aplicados a todos. E sabemos, não é bem assim.
Pois cá estou novamente barbarizando, hoje, a doença do ex-presidente Lula. A doença não! Sou solidária e peço a Deus, como peço por todos em igual situação, que lhe proporcione um tratamento ameno e com ótimos resultados. A indignação é por conta dos desaventurados que perdem suas vidas nas malditas filas do SUS, a espera de um resultado que demora a chegar. Um exame que demora para ser marcado e, em algumas ocasiões, sofrendo o descaso em atendimentos superficiais e sem calor humano. Muitos sobreviveriam se, seus diagnósticos e tratamentos tivessem um mínimo da velocidade do de Lula.
O espaço de tempo, a urgência para uns e as eternas esperas, para outros; o nivelar o ser humano para baixo, por seu cargo, status social e financeiro é que embrutece a poesia, porque não há delicadeza que suporte o insuportável