Musas e Bundas
*Tenho uma saudade imensa do tempo em que as mulheres eram amadas como musas, e não celebradas pelo tamanho das suas bundas.
Gerou grande polêmica a frase acima, que havia colocado no status do MSN. Assim, entendi por bem estender um pouco mais o assunto e fazer aqui algumas considerações complementares.
Recentemente, acessando a página principal do “Yahoo”, encontrei uma suquência de fotos de glúteos femininos e a seguinte pergunta logo abaixo:
“De quem são estas bundas?”
Perguntei pra mim mesmo: querem que eu reconheça uma mulher pela bunda?
De fato, o objetivo da postagem era exatamente esse, e confesso que fique com “cara de bunda”, pois mesmo que me propusesse a tentar, não acertaria nenhuma.
Nossas mulheres que, independentemente de serem sensuais e lindas, não precisam ser lembradas como algo vulgar pela mídia. E quem não aderir, ou se colocar fora desse modismo, acaba literalmente levando um “pé na bunda”.
O fato é que a mídia brasileira em geral criou este mito, tanto que no exterior o Brasil já é chamado de o “país do carnaval, da bunda e do futebol.
Não há como parar em uma banca de jornal e não encontrar fotos de mulheres com as ditas de fora. E tem pra todo gosto, como mostra a lista a seguir:
- Desbundada.
- Bunda Mole.
- Bunda Caída,
- Bunda Tábua ou chata,
- Bunda Siliconada,
- Bunda Grande,
- Bunda Photoshopada,
- Bunda Saúva
- Bunda Pequena,
- Bunda Empinada
- Bunda Perfeita.
A mulher brasileira, em sua maioria, tem mesmo os contornos privilegiados e não é por acaso. A bunda grande da mulher brasileira é resultado da mistura dos negros, dos portugueses e dos italianos imigrantes. Se quiser uma comprovação por contraste, observe os filmes americanos. São mulheres lindas, mas a bunda é bem chapadinha; diferente das atrizes negras, de formas torneadas.
Que fique bem claro que, como todo bom brasileiro, tenho grande apreço pelas bundas e nada tenho contra as referidas, mas quando elas são mostradas em lugar o rosto, me parece haver algo de muito errado nisso. Veio em mente o título do último livro do amigo, poeta, escritor e companheiro de Academia Jaime de Azevedo: “Toda Mulher é Musa”. Concordo com ele.
Em uma de nossas conversas despretensiosas, comentei:
- “Com tanta gente mostrando a bunda, creio com sinceridade, que vamos chegar ao tempo em que em vez da foto do rosto, em três por quatro, vai estar a bunda, na carteira de identidade.
Imagine o constrangimento no embarque de um aeroporto, quando pedirem pra você mostrar a bunda pra comparar com a foto do passaporte, onde deveria estar o rosto”.
Desculpem se exagerei nos gracejos, mas só posso entender tudo isso como uma grande piada, quando se refere à obra mais perfeita já criada, origem da vida e da sua perpetuação, inspiração poética: A Mulher; Musa de todos nós.